O instituto de medicina dos Estados Unidos apresentou no AASLD 2010 um estudo pelo qual constatou a falta de capacitação e conhecimento dos profissionais da saúde em relação às hepatites B e C, em especial nos cuidados de saúde nas consideradas populações de risco, diagnosticando ser esse o maior obstáculo no diagnostico dos indivíduos infectados.
Detectado o problema elaborou um documento chamado "Estratégia Nacional para Prevenção e Controle das Hepatites B e C". Encontraram que as perguntas que são realizadas para considerar se uma pessoa deve realizar o teste de detecção das hepatites são embaraçosas e por tanto não são confiáveis nas respostas, o que resulta em um menor número de indivíduos que procuram a realização do teste de detecção. Isso resulta em menos diagnósticos das hepatites B e C com o conseqüente aumento nos casos de cirrose e câncer no fígado.
Em centros de testagem de New Jersey foram instalados computadores onde os próprios interessados respondiam as perguntas, sem a presença de um entrevistador. Nos 1.932 indivíduos que utilizaram o sistema, 574 (29%) reconheceu ter algum fator de risco para uma possível infecção com hepatite B ou C. Desses 254 realizaram o teste de sangue encontrando 21 pacientes infectados (confirmados).
Comparando a percentagem de casos positivos nos testados sem entrevistador com o procedimento atual de entrevistas com aconselhamento, foi encontrado que a quantidade de casos positivos de infecção é entre 2 e 3 vezes maior que quando realizadas entrevistas pessoais, mostrando que o constrangimento com as perguntas ou o aconselhamento inibe na respostas e muitos acabam negando o mentindo nas respostas.
Um sistema computarizado provavelmente não funciona em todos os países, mas fica evidente que é necessário repensar a triagem da forma como e feita atualmente com as entrevistas. Com isso não somente o governo estará economizando recursos, como também estará encontrando precocemente um maior número de infectados com as hepatites B e C.
Não estando na apresentação no AASLD 2010, tomo a liberdade de juntar um quadro de recomendações do CDC (Center for Disease Control) o qual sugere testar os seguintes grupos de risco e categorias:
Grupos de pessoas de maior risco de provável infecção com a hepatite C
PESSOAS
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RISCO DE INFECÇÃO
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RECOMENDAÇÃO DO TESTE?
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Usuários de drogas endovenosas e de agulhas usadas e não esterilizadas
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Alto
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Sim
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Receptores de fatores de coagulação fabricados antes de 1987 (anterior à inativação por calor)
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Alto
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Sim
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Pacientes em hemodiálise
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Intermediário
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Sim
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Receptores de sangue e/ou órgãos sólidos antes de 1992
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Intermediário
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Sim
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Pessoas com doença hepática sem diagnóstico etiológico
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Intermediário
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Sim
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Pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1993
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Alto
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Sim
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Bebês de mães infectadas
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Intermediário
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Após
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Trabalhadores de saúde e segurança pública
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Baixo/intermediário
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Apenas após exposição conhecida
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Pessoas com múltiplos parceiros sexuais
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Baixo
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Não*
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Pessoas com parceiro sexual fixo único infectado
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Ainda mais baixo
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Não*
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Carlos Varaldo
Grupo Otimismo