sábado, 23 de agosto de 2014

1 - Preocupante: Progressão acelerada dos danos à saúde provocados pela hepatite C - 2 - A boa notícia: A progressão da hepatite C pode ser evitada

1 - Preocupante - Qual é o prognóstico em pessoas com hepatite C com fibrose avançada (F3) ou Cirrose (F4)?

Os pacientes com fibrose avançada (Fibrose F3) ou cirrose (F4) estão sujeitos ao risco de desenvolver complicações da doença, tais como descompensação hepática ou câncer de fígado, podendo em alguns casos tais complicações acontecer em um período relativamente curto de tempo. 

Um estudo incluindo grande numero de pacientes com cirrose por culpa da hepatite C encontrou que o risco de chegar a descompensar a cirrose ou ter sintomas como a icterícia, câncer de fígado, hemorragia no esôfago ou encefalopatia tem uma possibilidade de acontecer em 3,9 infectados em cada grupo de 100 pacientes a cada ano de avanço da infecção.(*1) 

O NIH dos Estados Unidos acompanhou durante 8 anos 220 pacientes infectados com hepatite C, já com cirrose, incluídos no estudo HALT-C encontrando que a possibilidade de morte, descompensação hepática ou câncer de fígado aconteceu em 7,5 infectados de cada grupo de 100 pacientes a cada ano de avanço da infecção.

2 - A boa notícia - O tratamento evita a progressão dos danos a saúde



Afortunadamente numerosos estudos têm demonstrado que a cura da hepatite C resulta em diminuições fantásticas na probabilidade de eventos hepáticos relacionadas ao fígado. 

No estudo HALT-C foi constatado que os infectados que tiveram sucesso com o tratamento (obtendo a cura da hepatite C) conseguiram uma diminuição na necessidade de um transplante de fígado da ordem de 83% em comparação com os pacientes não curados e, a diminuição na possibilidade de mortalidade foi de 85%. A possibilidade de desenvolver câncer de fígado é 81% menor nos pacientes curados. (*3) 

Os benefícios que o tratamento da hepatite C consegue em infectados com avançado dano hepático são inegáveis. Todos aqueles que não apresentam contra-indicações ao tratamento devem receber tratamento. 

Importante ressaltar que pessoas com avançado dano hepático devem ser acompanhadas pelo médico, curem ou não a hepatite C, pelo restante das suas vidas. A cura da hepatite C não elimina totalmente ou imediatamente os danos existentes no fígado, daí a necessidade de acompanhamento e controle médico permanente. A cura evita a progressão no que se refere à ação do vírus C. Não existindo outros problemas que atacam o fígado uma lenta recuperação é observada nos que conseguem a cura. 

Os pacientes com quadro de cirrose descompensada, com episódios de ascite, varizes no esôfago ou encefalopatia devem ser cuidados por médicos de comprovada experiência e se possível em conjunto com um centro de transplante de fígado. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
(*1) - Sangiovanni A, Prati GM, Fasani P, et al. The natural history of compensated cirrhosis due to hepatitis C virus: a 17-year cohort study of 214 patients. Hepatology. 2006;43(6):1303-1310
(*2)Di Bisceglie AM, Shiffman ML, Everson GT, et al. Prolonged therapy of advanced chronic hepatitis C with low-dose peginterferon. N Engl J Med. 2008;359(23):2429-2441.)
(*3) -Dienstag JL, Ghany MG, Morgan TR, et al. A prospective study of the rate of progression in compensated, histologically advanced chronic hepatitis C. Hepatology. 2011;54(2):396-405. 

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

RECOMENDAÇÕES DE QUANDO E QUEM DEVE INICIAR TRATAMENTO


Conforme as duas sociedades medicas o tratamento deve ser priorizado para os pacientes considerados de alto risco de complicações ocasionadas pela hepatite C, sempre conforme os recursos financeiros disponíveis. 

São considerados pacientes de ALTA PRIORIDADE para receber tratamento da hepatite C com os novos medicamentos os seguintes casos 

- Pacientes com fibrose avançada ou cirrose (F3 e F4 pela escala Metavir). 

- Transplantados de fígado e outros órgãos. 

- Infectados com hepatite C e crioglobulinemia. 

- Infectados apresentado Proteinúria (excreção de albumina na urina), Síndrome nefrótica (conjunto de sinais e sintomas) e Glomerulonefrite membranoproliferativa (doença renal). 

- Infectados com hepatite C com fibrose cística em grau F2 pela escala Metavir. 

- Co-infectados com HIV-AIDS. 

- Co-infectados com a hepatite B. 

- Infectados que apresentam outra doença hepática, por exemplo NASH (esteato hepatite não alcoólica). 

- Infectados com sintomas de fadiga debilitante. 

- Infectados com diabetes tipo 2 (resistência a insulina). 

- Infectados com Porfiria Cutânea Tardia. 

Igualmente, os infectados com alto risco de transmitir a infecção devem ser considerados para receber tratamento independente do grau de fibrose: 

- Homens que fazem sexo com homens com praticas sexuais de alto risco. 

- Usuários de drogas injetáveis infectados com hepatite C. 

- Pessoas infectadas privadas de liberdade, encarceradas. 

- Infectados que realizam hemodiálises por longos períodos de tempo. 

MEU COMENTÁRIO 

A euforia inicial quando da chegada dos novos medicamentos, recomendando tratar todos os infectados, ocasionou aos sistemas de saúde uma despesa extraordinária colocando em risco a sustentabilidade financeira. 

Somente nos primeiros seis meses de comercialização dos novos medicamentos o faturamento das empresas chegou aos seis bilhões de dólares. Tal valor ocasionou o alerta das autoridades de saúde e por isso o novo posicionamento das sociedades medicas. Não existem recursos em qualquer país do mundo para tratar todos os infectados com o preço inicial do sofosbuvir de 84 mil dólares, considerado abusivo por governos, sociedades médicas e os próprios infectados. 

A revisão das recomendações para tratamento dando prioridade aos casos de maior risco imediato considera também que os pacientes com fibrose F2, ou menor, podem aguardar alguns meses até a chegada de novos fabricantes, o que certamente ocasionara uma redução no preço dos tratamentos. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Resumo da publicação da "AASLD - Associação Americana para o Estudo do Fígado" e "IDSA Sociedade Americana de Doenças Infecciosas" 


Carlos Varaldo

sábado, 16 de agosto de 2014

Projeto Internacional de Hepatites Virais em São Gonçalo


O Grupo Amarantes e corpo de voluntários, participou da Narrativas Multimídia: "Documentando a epidemia silenciosa: Hepatite C no Rio de Janeiro". Este projetoé patrocinado pela Open Society Foundations em parceria com a Tufts University, dos EUA. E o melhor de tudo é que além de darmos visibilidade mundial ao nosso município, ajudamos alunos, irmãos de outros países a aprovarem o projeto. Nossos agradecimentos a Iara Celeste, Nice Castro (corpo de voluntários), PSF Barbosa Lima Sobrinho, ABPH, e ao Apoio Cultural do Gabinete do Vereador Lecinho, Presidente da Comissão de Saúde de nosso município que tanto tem nos ajudado em São Gonçalo. Foi um prazer conhecido: Samuel Costa, Shehryar Nabi, Misako Ono. Que eles levem consigo nossos votos de carinho e respeito...
PS: Não podemos esquecer Jeová Fragoso, Presidente do Grupo Esperança, Santos/SP, que mesmo em recuperação de um bem sucedido transplante encontra tempo para ajudar o próximo. Abçs a todos...













domingo, 10 de agosto de 2014

Saúde Preventiva Combate a Hepatite é Exemplo Para o Estado do Rio de Janeiro

No dia 28 de setembro de 2014 aconteceu  mais uma intervenção do Grupo Amarantes acerca do combate da Hepatite B e C no município de São Gonçalo. O evento aconteceu graças as parcerias realizadas com a Associação Brasileira de Hepatite , com a Comissão  Saúde Municipal, com o Centro Ambulatorial DST de Neves e com o Projeto Alternativo. A atividade comprovou 1,5% de infectado e a instituição organizadora prepara relatórios para encaminhar ao poder público. Levando em consideração a população total da cidade existem mais de 15 mil pessoas infectadas sem saber que é portador.




Andre Correia
Projeto Alternativo

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

3º Simpósio Nacional de Prevenção, Diagnóstico Precoce e Acesso aos Tratamentos das Hepatites Virais B e Transplante Hepático - Vitória/ES

 Foi um sucesso o evento, e Vitória/ES, é uma cidade linda, que merece toda nossa admiração pelo povo ordeiro, hospitaleiro e beleza do lugar. Vitória/ES, um lugar que ficou guardado em nossos corações. Parabéns ao SENAC pela administração do Hotel Ilha do Boi, a equipe de funcionários está de parabéns, pelo acolhimento respeitoso e carinhoso. Parabéns Adauto, Presidente da Pró-Vidas











Claudio Costa
Grupo Amarantes