quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Seu familiar está em tratamento com interferon?

Então prepare-se para sofrer as conseqüências, pois é provável que o estado de ânimo dele, suas reações e até a forma de atuar e pensar possam se modificar durante o tratamento. Até poderíamos afirmar que os efeitos colaterais são sentidos com maior intensidade pela família, os parceiros, os amigos e os colegas de trabalho.

As reações podem ser diferentes de tudo aquilo que você já conhecia da parte dele. Geralmente, um dos efeitos colaterais é deixar o paciente irritadiço, sem paciência, com o pavio curto, uma pilha de nervos prestes a explodir por qualquer motivo, descarregando sua intolerância em quem estiver por perto.

Coloque-se no lugar dele e imagine o que ele está passando pela frustração de não poder fazer tudo aquilo que fazia antes da doença devido à falta de energia e à fadiga, simplesmente pelo medo de ser portador de uma doença pouco conhecida e para a qual até o momento não existe a cura para todos os tratados, pior ainda, que tem uma evolução imprevisível. Some-se a isso a possibilidade de algum dia precisar realizar um transplante de fígado.

Tudo isso leva o portador a ficar irritado e de péssimo humor, e você será o alvo provável sobre quem ele descarregará seus sentimentos. Se você ama seu parceiro/a, não brigue com ele e compreenda a situação dele. Não pense que você está sendo injustiçado. Mais tarde, quando passar o golpe da descoberta, ele com certeza vai pedir perdão pelo comportamento que teve. Trate de estar junto a seu parceiro todo o tempo que puder e se possível fazendo tudo aquilo que sempre planejaram e nunca realizaram, e demonstre todo o seu amor e afeto neste momento tão difícil da vida de ambos.

Assim você vai preservar a amizade, o amor, o convívio, o emprego ou até o casamento. Tenha paciência, pois esta é uma fase passageira. 

Agencia de Notícias
das Hepatites

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O tratamento da hepatite C impede o aparecimento de câncer no fígado


A hepatite C é uma das principais causas de câncer de fígado e outras doenças hepáticas e é a principal causa de transplantes de fígado. As mortes por causa da hepatite C tiveram aumento na última década e devem aumentar nos próximos anos.

Um estudo realizado na Universidade de Copenhague, na Dinamarca, publicado no "British Medical Journal" avaliou ensaios clínicos publicados sobre tratamento com interferon ou interferon peguilado e ribavirina em pacientes com hepatite C. A meta analise abrange os resultados de acompanhamento de mais de 1.156 pacientes tratados e são comparados a outros 1.174 infectados que não receberam tratamento.

Durante o período de acompanhamento (entre 6 e 8 anos) 81 pacientes que receberam tratamento antiviral desenvolveram câncer de fígado, a maioria estava entre os que não conseguiram sucesso e, entre os que não receberam nenhum tratamento o número de casos foi 47% superior, atingindo 129 infectados.

Nos pacientes que receberam tratamento e obtiveram a cura a probabilidade de desenvolver câncer no fígado foi 85% menor que nos que fracassaram ao tratamento, já os pacientes que não obtiveram sucesso com o tratamento apresentaram um risco 43% menor de desenvolver câncer que os pacientes que não receberam tratamento.

Ao analisar os dados conjuntos dos estudos observacionais os pesquisadores concluem que o tratamento da hepatite C com interferon e ribavirina reduz o risco de desenvolver câncer em 71% na comparação com pacientes que não recebem tratamento.

Os autores acreditam que os benefícios do tratamento antiviral para a prevenção do câncer de fígado é provável que seja menos pronunciada em pacientes infectados pela hepatite C sem cirrose ou fibrose já que apresentam menor inflação que pacientes com fibrose avançada ou cirrose.

MEU COMENTÁRIO:

Este é mais um dos tantos estudos que demonstram que o tratamento da hepatite C salva a vida de muitos infectados. Os números são de pacientes que receberam tratamento com interferon ou interferon e ribavirina. Se o tratamento fosse realizado com inibidores de proteases os quais apresentam uma possibilidade de cura muito superior, certamente os números encontrados seriam ainda muito mais favoráveis a necessidade de se tratar quanto antes todos os infectados.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Antiviral therapy for prevention of hepatocellular carcinoma in chronic hepatitis C: systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials - Nina Kimer, Emilie Kristine Dahl, Lise Lotte Gluud, Aleksander Krag - BMJ Open 2012;2:e001313 doi:10.1136/bmjopen-2012-001313 

Agência de Notícias
das Hepatites

segunda-feira, 19 de novembro de 2012





CARTA DE SANTOS – 2012
“UMA IDENTIDADE PARA A HEPATITE C”

Aos dezessete dias do mês de novembro do ano de dois mil e doze, estiveram reunidos no Ville Atlântico Hotel, localizado em Santos/SP, Av. Presidente Wilson 01, na “PLENÁRIA FINAL” do X ENONG – ENCONTRO NACIONAL DE ONG DE HEPATITES VIRAIS E TRANSPLANTES HEPÁTICOS - 2012, os representantes das organizações da sociedade civil atuantes no enfrentamento das hepatites virais no Brasil e que esta subscrevem. Após encaminhamentos, avaliações e  debates, foram votadas e aprovadas, ponto a ponto, questões   concernentes ao atual cenário de prevenção e controle das Hepatites Virais e Transplantes Hepáticos no SUS. Sendo assim,  deliberaram emitir a presente “CARTA DE SANTOS”, que elenca as seguintes propostas, subdivididas por temas: 

DEVOLUTIVA

- Que, o Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais se digne a responder a todos os tópicos contidos na presente Carta de Santos, no prazo de noventa dias, contados desta data e apresente no mesmo prazo as diretrizes e planejamentos estabelecidos para execução dos itens abaixo discriminados, inclusive os mensurando quantitativamente.

CAMPANHAS

Que, o Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais:

-  proporcione e garanta às Hepatites Virais, visibilidade equivalente às campanhas feitas para AIDS;

- efetive convite  à sociedade civil  para participar  na elaboração e aprovação das campanhas, em tempo hábil; 

- realize anualmente duas campanhas nacionais de divulgação das HV, nos meses de maio e julho.

TRIAGEM SOROLÓGICA

Que seja realizada de imediato, rigorosa reavaliação quanto a efetividade dos resultados dos testes rápidos de anti-HCV, ora utilizados. Assegurar que todo o brasileiro, com mais de quarenta anos de idade, tenha a oportunidade de fazer o teste anti-HCV, pelo menos uma vez na vida. 

INTEGRAÇÃO DAS HEPATITES VIRAIS NO DEPARTAMENTO DE DST/AIDS

Passados três anos da chamada “INTEGRAÇÃO”, não se identificou no Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais, uma liderança na condução das hepatites virais. Em consequência, a sociedade civil organizada entende que os avanços foram modestos, com evidente desarticulação entre o Ministério da Saúde e os demais níveis de gestão. Portanto, não há integração e sim uma incorporação, muito aquém da complexidade e magnitude das hepatites virais. Desta forma, o movimento social demanda a efetiva integração com uma liderança identificada para gerir as hepatites virais.

CONTROLE SOCIAL

Que o Ministério da Saúde mantenha o movimento social das hepatites virais e transplantes hepáticos informado, de forma clara e transparente, acerca da produção laboratorial e terapêutica sobre as hepatites virais, incluindo a devolutiva sobre resultados de exames, desfechos terapêuticos e execução orçamentária sem que se faça necessário o trabalhoso processo de recorrer à base do DATASUS.

- INDICAÇÕES DO MBHV, para as respectivas alterações no momento das novas composições:

- Para CAMS (COMISSÃO DE ARTICULAÇÃO EM MOVIMENTOS SOCIAIS): BARTOLOMEU LUIZ DE AQUINO (Titular) e JORGE CRISTOVÃO GREVE (Suplente).

- Para CNAIDS (COMISSÃO NACIONAL DE DST E AIDS): SANDOVAL IGNACIO PEREIRA DA SILVA  (Titular) e HILSON SANTOS CORDEIRO  (Suplente)

- Para o COMITÊ TÉCNICO ASSESSOR DO DEPARTAMENTO DST, AIDS E HEPATIT-ES VIRAIS: ARAIR DE FREITAS AZAMBUJA (Titular) e JEOVÁ PESSIN FRAGOSO (Suplente)

- Quanto a Comissão de Transplantes, as indicações foram feitas de forma individual.

INDICAÇÕES DA AIGA, para as respectivas alterações no momento das novas composições:

- Para CAMS (COMISSÃO DE ARTICULAÇÃO EM MOVIMENTOS SOCIAIS): FAUSTINA AMORIN DA SILVA (Titular) e FRANCISCA AGRIMEIRE LEITE (Suplente)

- Para CNAIDS (COMISSÃO NACIONAL DE DST E AIDS): ANNA MARIA GOMES HAENSEL SCHMITT (Titular) e AFFONSO SYLVESTRE CORRÊA DA SILVA JUNIOR (Suplente)

- Para o COMITÊ TÉCNICO ASSESSOR DO DEPARTAMENTO DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS: KYCIA MARIA DO Ó (Titular) e BENEDITO FERREIRA DE ALMEIDA (Suplente)

- Para a Comissão de transplantes:  OLGA LÚCIA VIÉGAS MARCONDES (Titular) e MARCIA FRAGA MAIA CHAVES (Suplente)

COM RELAÇÃO ÀS INDICAÇÕES PARA O CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, MBHV E AIGA FARÃO SUAS INSCRIÇÕES INDIVIDUALMENTE.

MANUSEIO CLÍNICO: DIAGNÓSTICO, MONITORAMENTO, TERAPIA MEDICAMENTOSA E DAS COMPLICAÇÕES

TERAPIA ANTIVIRAL

Acesso: ampliar acesso geográfico para utilização dos IPs e que todos os centros e médicos que utilizam Interferon Peguilado, sejam habilitados para a terapia com IP).

Justificativa: a prevalência de hepatite C é elevada em todas as regiões. Os centros de especialidade estão sobrecarregados (e estarão ainda mais com os IPs) para receber demandas externas. Deslocar pacientes tem implicações de ordem logística e, acima de tudo, físicas (os pacientes sob terapia ficam exauridos). A  população com cirrose e fibrose avançada (F3) é crescente e quanto maior a demora em tratar os contaminados, maior o risco de progressão, complicações (descompensação, HCC) e morte.

Ajustes:  assegurar EPO na apresentação de 40.000 UI e G-CSF em regime de compra centralizada em componente estratégico, incluindo os IPs, Peguilado e Ribavirina nessa modalidade. Assegurar retaguarda para hemoterapia e realizar capacitações pontuais aos profissionais.

Novos fármacos: assegurar incorporação efetiva e célere dos novos medicamentos em rápido desenvolvimento.

Justificativa: muitos pacientes ainda estão excluídos da terapia por razões médicas (contra-indicação ao interferon alfa) ou virológicas (falência de terapia anterior ou genótipo não contemplado pelas terapias pregressas).

NOTA: é necessária a EFETIVA participação do Movimento Social no processo decisório e na fiscalização da transparência. Reuniões dos Comitês Assessores em “petit comitê” ou agendadas de última hora/ “por oportunidade” não devem ser realizadas e são repudiadas! 

TERAPIA DE SUPORTE & MANUSEIO DAS COMPLICAÇÕES DA HEPATOPATIA CRÔNICA.

Transplante hepático: assegurar contínua ampliação dos programas de captação de órgãos (CIHDOTT E  OPOS) e centros transplantadores. Em apenso pauta detalhada sobre transplante.

Hepatocarcinoma: assegurar prioridade para rastreamento por imagem (USG, TC e RM) e marcadores tumorais (alfafetoproteína); assegurar prioridade para terapia conservadora quando o transplante não está indicado (medidas locais por radiologia intervencionista, radiofrequência ou ressecção cirúrgica) e; assegurar exames para rastreamento metástases (TC, cintilografia) e exames pré-transplante (avaliação cardiológica, respiratória, clínica, nutricional, etc).

Hipertensão Portal:

Tubo Digestivo: assegurar treinamento básico para manuseio e aconselhamento nutricional para manuseio da ascite e profilaxia da PBE; assegurar terapia para Síndrome Hepatorrenal, incluindo compra centralizada de vasopressores (Terlipressina) no componente estratégico; assegurar acesso a Centros de Endoscopia habilitados para diagnose e manuseio de varizes esofágicas e gástricas, incluindo ligadura elástica. 

Hematologia e outras: assegurar treinamento em manuseio de citopenias, centros de referência para medidas terapêuticas invasivas (hemodinâmica, estimulantes da hematopoiese) e de complicações de parede abdominal (ex.hérnias). 

URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS:

Assegurar capacitação dos profissionais que atuam nos Centros de Urgência e Emergência para manuseio de alterações neurológicas (encefalopatia) e metabólicas (alterações eletrolíticas, renais, digestivas). Compra centralizada em componente estratégico dos medicamentos de suporte como Aspartato de Ornitina nas apresentações parenteral e oral (de uso crônico) e  que o Ursacol seja incorporado aos medicamentos previstos no Protocolo.

LINHA DE CUIDADO DAS HEPATITES

Efetiva utilização dos diversos níveis de assistência nas três esferas de gestão com ênfase para o envolvimento concreto dos níveis de atenção básicos ampliando a gama de assistência e minimizando a sobrecarga dos centros de especialidade e de alta complexidade:

Diagnose: Atenção Básica

Estadiamento: Atenção Básica e Média Complexidade (Endoscopia, Imagem, Anátomo-Patológico, Laboratório de Análises Clínicas, Biologia Molecular e Métodos Não-Invasivos).

Seguimento:

Pacientes sem indicação para terapia: seguimento na Atenção Básica.

Pacientes com indicação à terapia: seguimento na Média Complexidade (médicos e ambulatórios especializados) ou de Alta Complexidade.

Pacientes com doença hepática avançada: seguimento nos Centros de Alta complexidade.

NOTA:

Que o Ministério da Saúde mapeie a “Carga da Doença” efetiva das hepatites virais no prazo de seis meses e monte uma REDE DE ASSISTÊNCIA, em parceria com Estados e Municípios, atendendo o disposto na Linha de Cuidado e demandas assistenciais no prazo de 12 meses. Deve assegurar-se que cada município tenha inserido as ações mínimas relacionadas à Atenção Básica e uma referência de maior complexidade num raio não inferior ao compatível com a preservação da qualidade de vida e condições econômicas do portador, salvo regiões de reconhecida complexidade geográfica. Na impossibilidade de atender a essa prerrogativa o MS deve induzir a estruturação de uma rede de assistência mínima à hepatopatia preservando a vida do portador.

Finalizando, seguem anexo a esta Carta de Santos, três Moções, sendo respectivamente: 

- Moção  endereçada  à Agência Nacional de Saúde, a fim de  que determine aos Planos de Saúde o fornecimento dos Inibidores de Protease aos portadores de Hepatite C que dele necessitem para fazer seus tratamentos;

- Moção endereçada ao Ministro de Estado da Saúde, Dr. Alexandre Padilha, a fim de que sejam adotadas medidas no sentido aprimorar o processo de doação e transplantes de órgãos no Brasil; e
- Moção endereçada à Federação Brasileira de Gastroenterologia para que expresse formalmente a confirmação dos fatos nela contidos.

domingo, 18 de novembro de 2012

X Encontro Nacional de ONG’S DE HEPATITES VIRAIS – SANTOS – SÃO PAULO













O Grupo Amarantes participou do X Encontro Nacional de Ong’s de Hepatites Virais em Santos – SP. O evento foi realizado nos dias  15, 16 e 17 de novembro. Sabe-se hoje, segundo o Presidente da AIGA Carlos Varaldo, que somente 10% dos infectados tem conhecimento de sua doença . O I Encontro  de Ong’s aconteceu também em Santos em 2002, daí a importância de 10 anos depois nos reencontrarmos e ver o quanto avançamos, e propormos mudanças a fim melhorar a Assistência.

Claudio Costa
Grupo Amarantes

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O tratamento da hepatite C impede o aparecimento de câncer no fígado


A hepatite C é uma das principais causas de câncer de fígado e outras doenças hepáticas e é a principal causa de transplantes de fígado. As mortes por causa da hepatite C tiveram aumento na última década e devem aumentar nos próximos anos. 

Um estudo realizado na Universidade de Copenhague, na Dinamarca, publicado no "British Medical Journal" avaliou ensaios clínicos publicados sobre tratamento com interferon ou interferon peguilado e ribavirina em pacientes com hepatite C. A meta analise abrange os resultados de acompanhamento de mais de 1.156 pacientes tratados e são comparados a outros 1.174 infectados que não receberam tratamento. 

Durante o período de acompanhamento (entre 6 e 8 anos) 81 pacientes que receberam tratamento antiviral desenvolveram câncer de fígado, a maioria estava entre os que não conseguiram sucesso e, entre os que não receberam nenhum tratamento o número de casos foi 47% superior, atingindo 129 infectados. 

Nos pacientes que receberam tratamento e obtiveram a cura a probabilidade de desenvolver câncer no fígado foi 85% menor que nos que fracassaram ao tratamento, já os pacientes que não obtiveram sucesso com o tratamento apresentaram um risco 43% menor de desenvolver câncer que os pacientes que não receberam tratamento. 

Ao analisar os dados conjuntos dos estudos observacionais os pesquisadores concluem que o tratamento da hepatite C com interferon e ribavirina reduz o risco de desenvolver câncer em 71% na comparação com pacientes que não recebem tratamento. 

Os autores acreditam que os benefícios do tratamento antiviral para a prevenção do câncer de fígado é provável que seja menos pronunciada em pacientes infectados pela hepatite C sem cirrose ou fibrose já que apresentam menor inflação que pacientes com fibrose avançada ou cirrose. 

Nossos Comentários: 

Este é mais um dos tantos estudos que demonstram que o tratamento da hepatite C salva a vida de muitos infectados. Os números são de pacientes que receberam tratamento com interferon ou interferon e ribavirina. Se o tratamento fosse realizado com inibidores de proteases os quais apresentam uma possibilidade de cura muito superior, certamente os números encontrados seriam ainda muito mais favoráveis a necessidade de se tratar quanto antes todos os infectados.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Antiviral therapy for prevention of hepatocellular carcinoma in chronic hepatitis C: systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials - Nina Kimer, Emilie Kristine Dahl, Lise Lotte Gluud, Aleksander Krag - BMJ Open 2012;2:e001313 doi:10.1136/bmjopen-2012-001313 

Agência de Notícias 
das Hepatites

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Outros vírus que atacam o fígado


Não somente os vírus das hepatites B, C ou D atacam e podem destruir o fígado. Existem muitos outros vírus com os quais devemos ter cuidado, em especial se o indivíduo já está infectado com um vírus das hepatites. Faremos um breve resumo dos principais vírus para os quais devemos ficar alerta.

- Adenovirus - Os adenovírus são vírus de DNA que normalmente causam infecções leves envolvendo o trato respiratório superior ou inferior, o trato gastrointestinal, ou conjuntivo. A hepatite é uma rara manifestação de adenovírus e é mais comum em pacientes com imunidade suprimida.

- Citomegalovírus - Ataca em especial indivíduos com baixa imunidade, em geral não causa sintomas ou pode provocar um leve estado gripal com mononucleose discreta e elevação dos níveis de transaminases, raramente levando a um quadro de hepatite grave em pacientes que não estão infectados com alguma das hepatites. Em infectados com as hepatites B, C ou D a transaminase GGT sabe ficar elevada e pode levar a uma hepatite fulminante.

- Enterovírus - Os enterovírus são pequenos vírus de RNA e proteína. A hepatite A é um entereovírus. Na maioria das pessoas, a infecção por um enterovírus causa sintomas leves do trato respiratório superior ou sintomas de febre. No entanto, em recém-nascidos e em indivíduos com doenças crônicas e baixa imunidade, a infecção por um enterovírus pode causar hepatite fulminante.

- Epstein-Barr (EBV) - Herpes - Em geral o contagio acontece na infância e 90% dos adultos estão infectados, sem causar danos no fígado. É estimado que o vírus do herpes pode causar danos no fígado em até 10% dos adultos jovens e 30% dos idosos. O vírus é causa importante de morbilidade e mortalidade em indivíduos transplantados de fígado.

- Dengue - O vírus da dengue pertence a família Flaviviridae, com 4 sorotipos diferentes, é transmitida aos seres humanos pelo mosquito Aedes. Perigoso vírus para pessoas com doenças hepáticas as quais devem tomar extremos cuidados para não serem infectadas.

- Febre amarela - A febre amarela ou febre viral hemorrágica apresenta elevada taxa de mortalidade causada pela disfunção hepática, insuficiência renal e coagulopatia. Perigoso vírus para pessoas com doenças hepáticas as quais devem tomar extremos cuidados para não serem infectadas. Existe uma vacina eficaz para evitar ser infectado com a febre amarela.

- Hepatite E - A hepatite E ocorre de formas epidêmica ou esporádica, principalmente em países ou áreas com saneamento básico inadequado. É altamente perigosa em mulheres gravidas e em pessoas infectadas com as hepatites B ou C.

- Paramixovírus - Os paramixovírus são uma grande família de vírus que inclui o sarampo, papeira e o vírus sincicial respiratório. A doença hepática é geralmente leve e transitória, resolvendo completamente em todos os casos.

- Varicela - A varicela (também conhecida no Brasil como catapora) é uma doença infecciosa aguda, comum na infância dos seres humanos, altamente transmissível e causada pelo vírus varicela-zóster, também conhecido como HHV3 (human herpes virus 3). O zóster é uma doença da velhice, uma forma reincidente tardia dos vírus da varicela que permanece dormente nos gânglios nervosos.

- Vírus do herpes simples-1 e 2 - A maioria da população mundial está infectada devido a fácil transmissão que acontece por contato próxima de uma pessoa infectada que está espalhando o vírus pela pele, na saliva e nos órgãos genitais.
O herpes é uma doença viral recorrente, geralmente benigna, causada pelos vírus Herpes simplex 1 e 2, que afeta principalmente a mucosa da boca ou região genital, mas pode causar graves complicações neurológicas. Não tem cura, mas alguns remédios podem ser utilizados para diminuir os sintomas.

- Vírus da Rubéola - A rubéola é geralmente considerada uma infecção viral aguda benigna em crianças. Síndrome da rubéola congênita pode ser uma causa de cirrose na infância. Problemas hepáticos causados pela rubéola em adultos é relativamente raro de acontecer.

Ainda podemos citar outros vírus perigosos que podem atacar o fígado, mas que possuem menor incidência e que se encontram localizados em regiões específicas do mundo, entre eles os vírus Ebola, Marburg, Bunya, vírus da febre do Nilo, Crimeia-Congo-vírus, Febre de Lassa, etc.

Assim, vemos que além dos vírus que causam hepatite viral em humanos, como os vírus das hepatites A, B , C, D e E existem uma serie de vírus que também podem causar danos ao fígado, os quais são especialmente importantes para os indivíduos que já estão afetados por uma hepatite e são infectados por outro que também ataca o fígado, quando então se potencializa e acelera a destruição do órgão. 

Agência de Notícias
das Hepatites

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Hepatite C - A bomba já está explodindo!


O Grupo Otimismo utilizando a internet perguntou a seus associados qual o comprometimento do fígado por causa da hepatite C, solicitando que informassem se o dano hepático pelo grau de fibrose é moderado (F2), avançado (F3) ou cirrose (F4). A fibrose inexistente ou leve (F0 e F1) não foi considerada já que conforme o protocolo do SUS esses pacientes não são incluídos no tratamento. 

Recebemos 560 respostas com os seguintes resultados: 

- Com fibrose moderada (F2) um total de 237 pacientes, representando 42,32% do total; 

- Com fibrose avançada (F3) um total de 148 pacientes, representando 26,43% do total; 

- Com cirrose (F4) um total de 175 pacientes, representando 31,25% do total. 

Uma simples analise dos dados mostra um quadro altamente preocupante em relação à possibilidade de sucesso com o tratamento utilizando interferon peguilado e ribavirina, sabido é que com maior dano hepático menor é a possibilidade de cura. 

O levantamento mostra que mais da metade dos pacientes em acompanhamento no sistema de saúde, exatamente 57,68% dos pacientes, se encontram com fibrose avançada (F3) ou já com cirrose (F4). 

É necessário discutir o porquê de se chegar a um quadro assim alarmante, mas é muito provável que isso seja resultado do diagnostico tardio dos infectados, os quais somente chegam aos ambulatórios já com a doença em estagio avançado. 

Seria interessante que as sociedades de hepatologia e infectologia solicitassem a seus membros para realizar um levantamento semelhante para poder traçar um quadro de como estamos em cada região do Brasil. É fácil de realizar, pois os dados constam dos prontuários. 

Se também fosse possível identificar pelos prontuários qual era a situação do total de pacientes acompanhados em anos anteriores, por exemplo, em 2006 ou 2007, teríamos como resultado poder conhecer com que velocidade está avançando a cada ano no agravamento dos pacientes e assim seria possível calcular o que acontecerá nos próximos anos, permitindo traçar estratégias na luta contra a epidemia de hepatite C. 

Em 20/05/2002 fui entrevistado pela revista Newsweek (http://www.hepato.com/port_divulgacao.htm#nw ), quando alertei que estávamos sentados acima de uma bomba viral prestes a explodir. Passados 10 anos posso agora afirmar que a bomba viral já está explodindo.


Agência de Notícias
das Hepatites

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Admissão em concursos - Como solucionar a exigência de testes das hepatites



Muitos editais de concursos públicos exigem a apresentação de exames das hepatites, alguns os colocando caso resultados positivos, como excludentes para os candidatos.

Veja a seguir como proceder para evitar tal arbitrariedade totalmente discriminatória.

1 - Com o resultado de seu exame positivo para as hepatites B ou C procure um posto do INSS e entre com um pedido de aposentadoria por doença ou incapacidade.

2 - Você será chamado para uma perícia médica, a qual certamente vai atestar que você está totalmente apto para o trabalho e a aposentadoria está sendo negada. Guarde muito bem este laudo.

3 - Faça o concurso publico normalmente e, se passar em tudo, e sua admissão for negada por ser portador de qualquer uma das hepatites, procure imediatamente o Judiciário para solicitar por meio de uma "Ação Cautelar" em caráter de urgência (é fácil de conseguir) o seu direito a ser admitido, alegando que:
- O INSS atestou que você é apto para o trabalho e,
- Nos editais, por Lei proibindo a exigência não é necessária a apresentação do exame da AIDS e os casos positivos podem ser selecionados para admissão, assim, solicitar somente o exame das hepatites e o mesmo se positivo ser excludente se configura em clara e inequívoca discriminação.
Seguindo tal procedimento o Juiz emitirá a Ordem Judicial e você estará sendo admitido, fazendo valer seu direito cidadão.

Agência de Notícias
das Hepatites