sábado, 27 de outubro de 2012

Governo aprofunda crise e libera recursos destinados à AIDS para outras ações em saúde.


O Ministério da Saúde (MS) está prestes a publicar uma portaria que liberará Estados e Municípios a utilizarem para "fins gerais da saúde" recursos que eram repassados pela União para uso exclusivo da AIDS e que, por inoperância, descompromisso ou falta de atenção, não foram utilizados até dezembro de 2011.
Desde o ano passado a sociedade civil vem denunciando que tais recursos estavam estagnados sem justificativa há meses e - em alguns casos há anos - nos cofres dos Estados e Municípios em todo o país e vinha pressionando o MS para que criasse mecanismos que evitassem a estagnação deste dinheiro que, em setembro de 2012 representava um montante acumulado da ordem de 135 milhões de reais.

Ao contrário do que foi demandado, a recente decisão da Comissão Intergestores Tripartite é um atestado público do desmonte da política de Aids no Brasil que retrocedeu nos últimos anos em função também da não aplicação dos recursos destinados ao seu enfrentamento e da não priorização por parte dos governos municipais e estaduais que pouca ou nenhuma importância dão para a epidemia.
Além de liberar os recursos parados para fins diversos, para agravar o problema, foi anunciado na reunião de Gestores de Programas estaduais e municipais de AIDS, COGE, na última segunda feira, 22, em Brasília, a revogação completa da Política de Incentivo a partir de 2014. Para AIDS isso significa o fim da portaria 2313[1] criada em 2002 exatamente pela “necessidade de recursos específicos para o financiamento do combate à epidemia, dada a complexidade de ações a serem permanentemente desenvolvidas e ofertadas, abrangendo um largo espectro de atividades (..); para garantia de novos avanços e continuidade do padrão de qualidade e de resultados que vêm sendo alcançados”.

Com o fim da política de incentivo e de recursos carimbados, a política de AIDS no Brasil sofre um golpe duro, numa decisão tomada pelo governo Dilma sem discussão com a sociedade civil. Sofrerão mais ainda as populações afetadas – já são quase 700 mil casos registrados – que, como se sabe, têm alto histórico de exclusão social e irão agora disputar recursos com centenas de outros agravos. Se os recursos transferidos via política de incentivo já não eram utilizados apropriadamente mesmo quando específicos a este fim, é difícil crer que os mesmos gestores, passem a priorizar a AIDS e, certamente será ainda mais difícil para a sociedade civil monitorar o seu uso.

Uma morte anunciada–  O pano de fundo deste desmonte está baseado em dois pilares interdependentes: um deles, o mais evidente e grave, é a progressiva privatização do SUS, com repasses cada vez maiores para compras de serviços ao setor privado, aquisição de tecnologias, na maioria das vezes obsoletas ou que se quebram ao primeiro uso, e de insumos laboratoriais e farmacêuticos nem sempre direcionados a real necessidade dos problemas de saúde local; o segundo, a mudança progressiva e lenta do modelo de atenção, aliás a retomada ao modelo hospitalocêntrico, agora travestido de um modelo que elege a atenção primária como porta de entrada de um sistema de saúde, que se diz universal e público, mas cujas vedetes são as Unidades de Pronto Atendimento que são, contraditoriamente, administradas como privadas.
Vale ressaltar que tal decisão ocorre no momento em que as ONGs e a academia têm acirrado, dentro e fora do país, as críticas ao Ministério da Saúde denunciando graves retrocessos na política de AIDS brasileira que já foi, em décadas anteriores, considerada a melhor do mundo, e que agora encontra-se refém de influências religiosas e conservadoras e busca colocar as ONG AIDS em antagonismo com o SUS e o movimento de saúde. Uma cartada de má-fé que só evidencia a tentative óbvia da diminuição do controle público e da participação pessoas vivendo com AIDS na construção da resposta de AIDS, principais estratégias de um movimento articulado como o de AIDS que historicamente foi fundamental na consolidação do princípio do direito à saúde e da universalidade do SUS.

Agenda:

Nos dias 30 e 31 de outubro lideranças do movimento AIDS de todo o país estarão em Brasília para uma séria de reuniões com o Departamento Nacional de AIDS; e no dia 08 de novembro o tema é pauta do Conselho Nacional de Saúde. Demanda-se que que o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, estabeleça conjuntamente com a sociedade civil, uma solução verdadeiramente eficaz para a política de incentivo no Brasil que promova a erradicação da AIDS, não da política nacional de combate ao problema.

Claudio Costa
Grupo Amarantes

sábado, 20 de outubro de 2012

Ação social e testagem rápida para hcv na Igreja são pedro de Alcântara







A Grupo Amarantes no dia 20/10/2012, realizou mais uma Ação Social e testagem rápida para o hcv. Desta o evento aconteceu na Igreja São Pedro de Alcântara. Nosso farmacêutico Dr Júlio Viana, se encarregou de aplicar 48 testes, com um total de 02 infectados. Uma senhora de 76 anos e um sr de 67 anos. Todos foram 
aconselhados a procurar o PAM ALCANTARA.  


Claudio Costa
Grupo Amarantes


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Tsetagem na Comunidade do Pica Pau - SG - RJ

No dia 30/09/2012 o Grupo Amarantes participou de uma Ação Social na Favela do Pica pau, realizamos cerca de 60 testes rápidos para a hepatite C. Encaminhamos uma pessoa para o Pam Neves para acompanhamento.


Claudio Costa






Grupo Amarantes

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

As ONGS advertem o Governo Panisset mata

Companheiros,
Segue abaixo a moção de repúdio à Prefeitura de São Gonçalo, com base no parecer do Ministério Público Estadual para conhecimento e providências das esferas competentes.

Josimar Pereira da Costa
Consultor Previdenciário
Sócio Fundador da RNP+ Núcleo RJ
Ponto Focal RNP+ Niterói

MOÇAO DE REPÚDIO À PREFEITURA DE SÃO GONÇALO

Considerando o parecer do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Saúde da Região Metropolitana II (São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Niterói, Rio Bonito, Silva Jardim e Tanguá), com base nas denuncias e comprovação da comissão judicial que constatou todas às demandas de não cumprimento do preconizado na qualidade, respeito à dignidade da pessoa humana e direitos humanos, no atendimento às pessoas com HIV/Aids e Hepatites Virais, no Município de São Gonçalo – RJ,REPUDIAMOS o Governo Municipal e Secretaria Municipal de Saúde, conforme descrição do parecer do processo nº 2005.004.0787725-3, abaixo:
- Ausência de médicos infectologista no Hospital Municipal Luiz Palmier, bem como de uma equipe de auxiliares compatível na área física que foi destinada para atender a demanda, corretamente climatizada e instalada, com equipamentos diversos, necessários ao bom atendimento e na garantia da qualidade do serviço, com recursos do Plano de Incentivo da Aids, e não está em funcionamento desde a sua inauguração a dois anos, que no momento está sendo utilizada como depósito de equipamentos e sala de preparo de material para esterilização, tendo desviado todo o equipamento que ali existia;
- Não promover a separação de leitos específicos e cadastrados para pacientes soropositivos internados no hospital, para pacientes do sexo masculino e feminino, necessários ao atendimento da demanda, que foram redirecionados para outros setores do Hospital Luiz Palmier;
- Falta de regularização dos exames de triagem ELISA anti HIV no PAM-Neves, devendo o Centro de Testagem Anônima recolher os exames necessários a cada semana, e coleta de exames de acompanhamento (CD4A e carga viral para HIV);
- Falta de lotação de mais médicos infectologistas no PAM-Neves, além dos já existentes para agilizar a consulta e reconsulta;

- A não instalação do exame pré-natal na unidade PAM-Neves, bem como o serviço de ginecologia e obstetrícia, como médico especializado;
- Desmantelamento do atendimento individualizado, preconizado pelo Departamento Nacional de Hepatites Virais, DST e Aids do Ministério da Saúde;
- Ausência de médico na Coordenação no programa de Aids do Município, a existência de tão somente 06 médicos infectologistas em atendimento exclusivo ao Programa Municipal no PAM-Neves, dois médicos pediatras e dois médicos gineco-obstetras, para atender uma população de 1.100.000.00, segundo dados do IBGE, com um número de casos de HIV/Aids, notificados de aproximadamente 18.000 casos, que vem levando as pessoas aguardarem atendimento, para investigação/internação hospital, numa média de 100 pessoas, o que denota grave deficiência do serviço prestado em toda rede (municipal e/ou referenciada), gerando uma sobrecarga no atendimento do único serviço;
- A necessidade de encaminhamento dos pacientes para outros municípios, como para o Hospital da Ordem Terceira da Previdência no município do Rio de Janeiro, e Hospital Ary Parreiras no município de Niterói;
- A dificuldade de deslocamento dos munícipes gonçalenses aos centros de atendimento referenciados fora do território municipal, em virtude do perfil sócio econômico das pessoas atendidas no PAM-Neves, gerando a obrigatoriedade de deslocamento e dificuldade da garantia da gratuidade nos transportes público municipal e intermunicipal, para garantia de adesão ao tratamento;
- O CTA (Centro de Testagem Anônima) está em funcionamento, sendo captados cerca de 5 (cinco) pacientes por dia, sem a devida atenção e  encaminhamentos e procedimentos cabíveis;
- Falta de outro Posto de Saúde com especialidade específica para o tratamento dos pacientes portadores de Hepatites Virais, DST/Aids, no município de São Gonçalo;
- Vale destacar que o Município de São Gonçalo já vem recebendo incentivos financeiros para cumprir as medidas acima mencionadas, no montante de R$ 3.709.471,43 (três milhões, setecentos e nove mil, quatrocentos e setenta e um reais e quarenta e três centavos) pelo Plano de Ação e Metas, do Ministério da Saúde – Departamento de Hepatites Virais, DST e Aids, e não os aplica.
São Gonçalo, RJ, 04 de outubro de 2012.
CAAAids (Centro de Atenção e Atendimento á  Aids) - Flavia Fabiana da Silva
E-mail: caaaids@gmail.com
Pastoral da Aids de Alcantara - Patrícia Narcizo - E-mail:patricia.narcizo@hotmail.com

Josué Mitidieri - E-mail: josh.mit@ig.com.br
Ponto Focal RNP+ São Gonçalo
Representante da Ação Civil Pública acima
Ativista vivendo com HIV/Aids

Josimar Pereira da Costa - E-mail: josimarpercost@hotmail.com
Consultor Previdenciário
Sócio Fundador da RNP+ RJ
Ponto Focal RNP+ Niterói

José Rivanildo da Silva - E-mail: jr_fasb@yahoo.com.br
Usuário do serviço PAM-Neves