domingo, 17 de junho de 2012

As complicações que estão aparecendo em pessoas com mais de 45 anos infectadas com hepatite C

Nos Estados Unidos a prevalência estimada de pacientes que apresentam o anticorpo da hepatite C é de 3,6 milhões. Até o momento 1,1 milhões de infectados já foram diagnosticados, representando 30% do total estimado.

Em 2008, 198.000 infectados já apresentavam doença em estagio avançado, com cirrose, câncer de fígado ou a necessidade de um transplante de fígado. Para o ano de 2015 é estimado que aproximadamente 304.000 infectados já se encontrem com a doença em estagio avançado, um aumento de mais de 50% em sete anos.


Mas o número considera somente pacientes já diagnosticados e que se encontram no sistema de saúde dos Estados Unidos. Entre os infectados que ainda não foram diagnosticados é estimado que outras 299.000 pessoas chegarão ao estagio da cirrose, câncer de fígado ou a necessidade de um transplante de fígado no ano de 2015.


Assim, o número de infectados em estado considerado grave para o ano 2015 chega ao alarmante total de 600.000 indivíduos, o triplo dos casos graves atendidos no ano de 2008.


O estudo está baseado em dados do atendimento no sistema público de saúde e no sistema privado dos planes de saúde. A estimativa para o ano de 2015 em função dos dados estatísticos de 2008 foi realizada seguindo a historia natural de progressão da doença conforme o envelhecimento do infectado, com estimativas totalmente aceitas cientificamente em centenas de publicações.


Dos 1,1 milhões diagnosticados com hepatite C, 16,1% se encontravam no momento do diagnostico na faixa entre 16 e 44 anos, 38,8% entre 45 e 54 anos de idade, 36,4% entre 55 e 64 anos de idade e, 8,6% tinham mais de 65 anos de idade.


A proporção desses infectados que no período de três anos evoluiu para uma doença avançada, isto é, cirrose, câncer ou a necessidade de um transplante, foi de 9,1% na faixa de idade entre 16 e 44 anos, de 17,1% na faixa entre 45 até 54 anos de idade, de 22,4% na faixa entre 55 até 64 anos e de 19,3% naqueles com mais de 65 anos de idade.


Concluem os pesquisadores que caso não sejam efetuadas campanhas de diagnósticos em indivíduos com mais de 45 anos de idade os custos para o sistema de saúde para atender as complicações da hepatite C, triplicarão nos próximos quatro ou cinco anos.


MEUS COMENTÁRIOS:


É alarmante saber que estamos frente a uma "bomba viral" que já começou a explodir, não somente nos Estados Unidos. Em Brasil e outros países a situação é exatamente a mesma.


Ignorar a urgência de diagnosticar as pessoas com mais de 45 anos de idade, não somente por ser essa faixa onde se encontram 82% dos infectados, mas principalmente porque são os infectados que apresentam um maior dano hepático e por tanto necessitam tratamento imediato é insistir em um erro que resultará na perda da saúde e na morte de centena de milhares de infectados.


Querer insistir em divulgar que os indivíduos que devem ser testados são somente os antigos grupos de risco será propaganda enganosa, escondendo da população quem realmente necessita de cuidados médicos de forma urgente.


Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Current and Future Disease Progression of HCV-Infected Patients Among Different Age Cohorts - DDW-2012 - Martin Zalesak, Ann Kwong, - Abstract Sa1084


Agencia de Notícias

das Hepatites

Porque devem ser testadas as pessoas com mais de 45 anos?

Uma análise realizada pelo governo dos Estados Unidos encontrou que a maioria das pessoas infectadas com o vírus da hepatite C se encontra na faixa de idade entre 45 e 64 anos (grupo chamado de geração "baby boomer"), independente de qualquer grupo até agora considerado de maior prevalência, comprovando que muitas desses indivíduos irão desenvolver doença hepática avançada nos próximos anos.

Uma das recomendações derivadas desse estudo é que ao se realizar campanhas de alerta incentivando o diagnostico não mais se fale em grupos de risco. Isso porque aproximadamente 50% dos infectados não se encaixam em nenhum dos grupos de risco até agora recomendados a realizar a testagem e, porque 82% dos infectados de qualquer grupo de risco, ou não, se encontram na faixa de idade acima dos 45 anos. É óbvio que aqueles que pensavam epidemiologicamente em grupos de risco tinham uma percepção errada daquilo que poderiam ser os grupos de maior prevalência.


Após a divulgação das novas normativas para as campanhas anunciadas pelo CDC - Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos diversos estudos estão sendo realizados. No Congresso DDW-2012 foi apresentado um interessante trabalho. Com o nome de "Current and Future Disease Progression of HCV-Infected Patients Among Different Age Cohorts" os autores mostram que o CDC está correto na sua recomendação.
Vamos a seguir comentar o artigo apresentado.

Reference:
1. US Department of Health and Human Services. Combating the silent epidemic of viral hepatitis: action plan for the prevention, care, and treatment of viral hepatitis. Washington, DC: US Department of Health and Human Services; 2011.

2 - Additional information about National Hepatitis Testing is available at http://www.cdc.gov/hepatitis

Agencia de Notícias

das Hepatites

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Em sete anos de aplicação da vacina da hepatite A os casos diminuíram 99%

No Congresso de Atenção Primária que acontece em Mar del Plata, Argentina, o Ministério da Saúde argentino anunciou que já não acontecem mortes e no existe necessidade de transplantes de urgência zero por culpa do vírus da hepatite A. Desde 2007 que não são registrados casos de hepatite fulminante por causa da hepatite A.

A vacina da hepatite A na Argentina é universal e gratuita desde o ano de 2005, sendo aplicada em dose única quando a criança completa 1 ano de idade. A adesão é alta, atingindo 97% das crianças vacinadas nessa faixa de idade.

Os dados apresentados mostram que em 2005 foram confirmados 26.000 casos de hepatite A, enquanto em 2011 somente aconteceram 329 casos em todo o país. Uma redução de 98,8% no número de casos.

Agência de Notícias
das Hepatites

domingo, 10 de junho de 2012

Aumento de até seis vezes a possibilidade de cura ao tratar pacientes com Boceprevir ou Telaprevir - EASL 2012

Para comparar o tratamento tradicional de interferon peguilado e ribavirina com o tratamento incluindo os inibidores de proteases para analisar a eficiência da terapia tríplice uma revisão da literatura foi realizada incluindo estudos publicados e apresentações em congressos. Os pacientes foram divididos em nunca antes tratados, recidivantes e não respondedores, todos infectados com o genótipo 1 da hepatite C.

Entre os pacientes que receberam tratamento pela primeira vez com um dos dois tratamentos, a cura foi obtida por 39,3% dos 1.545 tratados com interferon peguilado e ribavirina e por 68,5% dos 1.634 que receberam os inibidores de proteases.

Entre os pacientes recidivantes de um tratamento anterior que receberam retratamento com interferon peguilado e ribavirina, a cura foi obtida por 25,6% dos 535 retratados e por 73,2% dos 719 que receberam retratamento utilizando os inibidores de proteases.

Entre os pacientes não respondedores de um tratamento anterior que receberam retratamento com interferon peguilado e ribavirina, a cura foi obtida por 7,5% dos 255 retratados e por 43,8% dos 386 que receberam retratamento utilizando os inibidores de proteases.

Concluem os pesquisadores que o tratamento com Boceprevir e Telaprevir praticamente dobra a possibilidade de cura nos pacientes que recebem tratamento pela primeira vez, consegue triplicar o sucesso do tratamento nos recidivantes e aumenta em até seis vezes a possibilidade de cura nos não respondedores.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Double versus triple therapy in chronic hcv hepatitis - a systematic review - A.R. Jurchis, R. Sirli, I. Sporea, S. Bota, M. Sendroiu, M. Danila, A. Popescu - - EASL 2012 - Abstract 11


Agência de Notícias
das Hepatites

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Resposta ao tratamento da hepatite C é associada a uma redução na resistência a insulina - EASL 2012

É de conhecimento que nos indivíduos infectados com o vírus da hepatite C o grau de fibrose correlaciona-se com o HOMA-IR (índice que mede a resistência a insulina). Por isso o sucesso da erradicação do vírus para conseguir a cura da doença está associado a uma redução do índice HOMA-IR antes e durante ao tratamento, contribuindo ainda para evitar o aparecimento do diabetes. Geralmente infectados com índice HOMA-IR elevado apresentam esteatose e fibrose avançada, o que reduz a possibilidade de cura da hepatite C.

O estudo apresentado no EASL 2012 foi realizado de forma prospectiva de um grupo de 86 pacientes em tratamento com interferon peguilado e ribavirina objetivando identificar fatores associados com a resposta sustentada (cura da hepatite C), a fibrose e a resistência a insulina (HOMA-IR).

A idade média dos pacientes era de 42 anos, 53% mulheres, gordura corporal com média no IMC de 25,4% e 92% eram brancos. Os infectados com o genótipo 1 representavam 52%, com o genótipo 2, 12% e com o genótipo 3, 36%.

Foi encontrado que 68% apresentavam algum grau de esteatose e, entre eles, 26% já se encontravam com fibrose avançada (F3 ou superior). O índice HOMA-IR superior a 2 foi encontrado antes do tratamento em 54% dos pacientes.

Entre os pacientes que conseguiram a cura da hepatite C o índice HOMA-IR era de 2,7 e nos que não obtiveram a cura de 2,8. Em principio poderia se supor que o índice HOMA-IR não influenciaria na possibilidade de sucesso com o tratamento, mas quando ao índice HOMA-IR é atribuída o desenvolvimento de esteatose e um maior grau de fibrose causada pela resistência de insulina, foi observado que nesses pacientes ficou demonstrada uma significativa redução da possibilidade de cura da hepatite C.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Sustained virological response induced by treatment of hepatitis C is associated with improvement in insulin resistance - B. Jones*, C. Chan, R. Hansen, R. Gilliver - EASL 2012 - Abstract 898


Agência de Notícias
das Hepatites

domingo, 3 de junho de 2012

Ação Social no Serradão










O Grupo Amarantes no dia 03/06/2012 realizou mais uma Ação Social. Dessa vez o nosso parceiro foi o amigo Helinho Nancy, responsável pelas atividades no Campo do Serradão, São Gonçalo – Zé Garoto – RJ. Realizamos mais uma testagem rápida para HCV, e encaminhamos os resultados positivos para o Pam Alcantara. Os testes rápidos não representam na realidade o diagnóstico precoce, porém os kits são muitos bons e confiáveis. Nossos agradecimentos ao grupo Gênesis, e a Dr Julio Barbosa Vianna, nosso responsável técnico (1ª foto ao meu lado)
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Claudio Costa
Grupo Amarantes

Mesa Redonda na Universidade Salgado Oliveira






O Grupo Amarantes participou hoje 26/05/2012 uma mesa redonda cujo tema foi: "O SUS que todos queremos". Tivemos a oportunidade de divulgar as "Assassina Silenciosas" (nome dado as hepatites em minha , nossa fala), e exigir o diagnóstico precoce. Eu estava sentado ao lado do deputado federal Chico D' Angelo e na ponta a esquerda, tinha o presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Niterói, vereador João Gustavo, ao menos um vereador presente a todas as reuniões do CMS. Solicitei ao vereador uma pauta para tratar uma situação que já vem de outros exercícios, verbas da PAM que não foram totalmente aplicadas.

Claudio Costa
Grupo Amarantes

Ação Social em Parada Feliz - Sacramento - SG




No dia 19 de maio de 2012, realizamos uma Ação Social em Parada Feliz - Sacramento -SG - RJ. Fizemos uma palestra e testamos 95 pessoas da comunidade.

Claudio Costa
Grupo Amarantes