terça-feira, 22 de maio de 2012

O governo recomenda a realização do teste da hepatite C a todas as pessoas nascidas entre 1947 e 1967

As autoridades dizem que entre as pessoas com idade entre 47 e 67 anos de idade se encontram 75% dos infectados com a hepatite C. A maioria desses infectados não se incluem nos fatores de risco que, até agora, haviam sido usados como base para recomendar a realização do teste. Esses fatores de risco incluem o uso de drogas injetáveis, ter recebido transfusão de sangue ou transplantes de órgãos antes do teste HCV tornou-se rotina, exposições conhecidas para HCV, presença de sintomas de hepatite, e todos os pacientes com HIV.

Hepatite C: Assassino Invisível

Na faixa de idade entre 47 e 67 anos, 1 de cada 30 indivíduos está infectado com hepatite C e não sabe da sua doença. O hemograma não detecta a infecção, somente com um teste especifico chamado ANTI-HCV é possível o diagnostico. O teste somente existe desde 1992, ano em que os bancos de sangue passaram a testar o sangue utilizado em transfusões.

A maioria dos infectados com hepatite C foi contaminado antes de 1992, permanecendo o vírus atacando e destruindo o fígado de forma silenciosa e sem sintomas por duas ou três décadas, chegando finalmente a levar o paciente à cirrose ou ao câncer de fígado. Em cada quatro pessoas não diagnosticadas e devidamente tratadas, uma delas estará perdendo 17 anos de vida, morrendo a uma idade média de 56 anos.

A hepatite C é transmitida por contato com sangue, não sendo considerada uma doença sexualmente transmissível devido a pouca probabilidade de acontecer o contagio por via sexual.

A recomendação é das autoridades de saúde dos Estados Unidos

Por ser a hepatite C o maior desafio de saúde pública, as autoridades da saúde dos Estados Unidos, para enfrentar a epidemia que atinge cinco vezes mais indivíduos que a AIDS e mata atualmente mais que a AIDS, está convocando todas as pessoas com idade entre 47 e 67 anos para realizar quanto antes o teste de detecção da hepatite C.

Nos Estados Unidos o dia 19 de maio foi declarado dia nacional de testagem e toda a nação está mobilizada para tentar encontrar pelo menos 600.000 infectados. Ao mesmo tempo o mês de maio foi declarado o mês de conscientização nas hepatites no país. Um exemplo que deveria ser seguido por todos os países.

No Brasil, organizações da sociedade civil, lamentavelmente sem apoio do governo federal, estão realizando na segunda quinzena de maio ações de conscientização e em alguns casos testagem das hepatites, como forma de tentar que o governo federal desperte para enfrentar o principal problema de saúde pública que aflige o Brasil, onde é estimado que até 3,5 milhões de brasileiros estão infectados.

As organizações de pacientes que lutam pelas hepatites não mais aceitam que após 10 anos da criação de um programa de hepatites no ministério da saúde, 95% dos infectados com hepatites B ou C ainda não estejam diagnosticados e que somente 1 de cada 300 infectados receba tratamento a cada ano.

Agência de Notícias
das Hepatites

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Os órfãos de futuro

Sem pai e sem mãe, assim poderíamos apresentar os doentes crônicos que por falta de diagnostico ignoram que estão convivendo com um inimigo no interior de seu corpo que fatalmente irá roubar seu futuro. A sensação de impotência e medo que causa a obscuridade, a ansiedade e a depressão causada pela falta de horizontes podem ser consideradas situações menores quando comparadas com aquilo que ainda não é conhecido. Não existe nada pior que o desconhecido. O indivíduo atingido por uma doença crônica assintomática desconhece o seu futuro. Pode pensar em criar seus filhos, ver crescer seus netos, melhorar na vida, planejar viagens, poupar dinheiro, construir um patrimônio, mas o desconhecido pode colocar todos seus planos água abaixo, quando por acaso, muitas vezes tardiamente, descobrir que esta acometido de uma doença crônica que fatalmente o levara a morte prematura. Um diagnostico precoce teria evitado tal situação. É conhecido que toda e qualquer doença quando diagnosticada nas fases iniciais possui grandes possibilidades de tratamento e cura. Mas nas chamadas ''assassinas silenciosas'' como o diabete, a hipertensão, o câncer, ou as hepatites B e C, por se tratarem de doenças que não apresentarem sintomas clínicos o medico muitas vezes nem sequer suspeita que seus pacientes estejam com uma doença grave. Os indivíduos, que hospedam no seu organismo os assassinos silenciosos, desconhecendo a doença que o consome lentamente, podem ser considerados como órfãos de qualquer futuro. Governos que não realizam campanhas de alerta e esclarecimento sobre a necessidade de testes diagnósticos das doenças silenciosas condenam grande parte da população a perder seu futuro. Agência de Notícias das Hepatites