domingo, 25 de março de 2012

Explicando a Cirrose

O termo "Cirroses" deriva do Grego "Kirrhos" que significa uma mistura das cores amarelo e laranja. Muitos são as causas que podem levar um fígado ao estado de cirrose, não somente o alcoolismo como popularmente é falado. Entre eles podemos citar as principais causas, lamentavelmente pouco difundidas, que são as hepatites B, C e D, a esteatose (gordura no fígado), o excesso de ferro, alguns medicamentos, suplementos dietéticos e diversas doenças que atacam o fígado.

Uma de cada quatro pessoas infectadas com hepatite C, se não diagnosticada precocemente e sem receber tratamento desenvolverá cirrose. O processo começa quando o organismo tenta se livrar do vírus C produzindo enzimas hepáticas. Quando o processo continua sem sucesso começa a formação de fibras (fibrose) e quando as lesões continuam avançando o tecido hepático começa a ficar cicatrizado, endurecendo o fígado pela falta de circulação do sangue e, então, a cirrose está estabelecida. Esse processo leva, em média, mais de 20 anos, mas em alguns indivíduos, que por outras causas estão prejudicando o fígado, a cirroses pode aparecer em poucos anos.

Um modo de descrever o processo de fibrose e cirrose poderia ser o que acontece quando alguém sofre um acidente e quebra uma perna. A perna fica inchada (similar a inflamação no fígado) e o médico vai imobilizar colocando gesso, isso é necessário para evitar que a inflamação impeça a circulação do sangue e forme necrose nos tecidos, quando então aparece a gangrena. Podemos imaginar a grosso modo que o processo que levou a gangrena foi por causa da inflamação, da fibrose e a gangrena já seria o estado de cirrose se nos referimos ao fígado.

O fígado é um órgão que sofre em silencio. Raramente alguém que sente um desconforto na região do fígado sai correndo para procurar um hospital. A falta de sintomas que apresentam as hepatites é o que dificulta o diagnostico, muitas vezes nem os médicos desconfiam que o paciente possa estar com infectado.

Um médico experiente, aqueles (cada dia mais raros) que apalpam o paciente pode diagnosticar algumas anormalidades. Um fígado normal é mole e liso, um fígado com cirrose é duro e irregular. O baço pode estar dilatado na presença de cirrose. Também marcas vermelhas na pele na parte superior do corpo ou na cara, resultados de exames que mostram plaquetas baixas, aumento no tempo de coagulação, colesterol abaixo dos limites são indicativos com os quais o médico pode suspeitar de um fígado muito danificado. Nas etapas mais avançadas a cirrose pode provocar um déficit na albumina e um aumento na bilirrubina.

A ultrassonografia e outros exames por imagem não são confiáveis para diagnosticar o estado do fígado. A forma mais segura de diagnostico é a realização da biopsia hepática, exame que não apresenta maiores riscos. Somente em casos de cirrose é que a biopsia pode ser perigosa se realizada por um médico pouco experiente. Mas se o paciente com cirrose apresenta varizes no esôfago e pela ultrassonografia se observa a veia porta do fígado dilatado e os resultados dos exames de sangue mostram alterações características o diagnostico de cirrose estará confirmado, não sendo necessário submeter o paciente a uma biopsia.

É importante destacar que existem duas etapas na cirrose. A chamada cirrose compensada não apresenta maiores problemas para o paciente. A segunda etapa é chamada de cirrose descompensada, quando aparecem as complicações causadas pelo deficiente funcionamento do fígado, como a ascites (inchaço da barriga causada pela acumulação de fluidos), sangramento das veias do esôfago (em geral com vômitos de sangue) ou finalmente, nos casos muito graves, a chamada encefalopatia hepática, na qual ao comer proteína animal o paciente pode até entrar em coma. A cirrose descompensada é chamada de doença hepatica terminal e nesse caso deve se pensar na possibilidade de um transplante de fígado.

O fígado desempenha mais de 500 funções. Todo o que se bebe, se come, se respira ou se coloca na pele deve ser processado (metabolizado) pelo fígado, o qual depura os tóxicos e produz os nutrientes e proteínas necessárias ao organismo. O fígado é a tal "fabrica" que alimenta o corpo.

Um fígado com cirrose pode provocar algumas (não todas em todos os pacientes) complicações:

- Coceira intensa;

- Facilidade em sofrer hematomas e hemorragias;

- Osteoporoses o perda de massa óssea;

- Maior possibilidade de sofrer infecções;

- Perda de massa muscular;

- Alterações nos níveis de glicose;

- Icterícia (olhos, pele e urina amarelada);

- Nos homens, aumento das mamas e diminuição dos testículos;

- Nas mulheres alterações nos ciclos menstruais;

- Problemas renais;

- Acumulação de fluidos no estomago e na extremidade das pernas;

- Varizes no esôfago e hemorragias intestinais;

- Encefalopatia hepática;

Mas nem tudo é ruim para quem tem o fígado com elevados danos. O fígado é um órgão tão extraordinário que naqueles com cirrose é capaz de compensar as deficiências causadas pela cirrose em aproximadamente 80% dos pacientes com hepatite. Isso significa que a maioria das pessoas pode levar uma vida praticamente normal por muitos anos, de forma ativa.

O controle médico é necessário, com consultas periódicas para avaliar com cuidado o possível avanço da doença, e se o médico detectar um aumento da gravidade o paciente será encaminhado a uma equipe de transplante. Após o transplante, hoje uma cirurgia mais comum que na década anterior, o indivíduo passa a ter uma vida com muitíssima boa qualidade de vida.

Agência de Notícias

das Hepatites

domingo, 18 de março de 2012

Acrescentar Vitamina D ajuda a curar 95% dos infectados com os genótipos 2 e 3 da hepatite C.

INTRODUÇÃO

A possibilidade de cura da hepatite C nos infectados com os genótipos 2 e 3 em tratamento com interferon peguilado e ribavirina oscila segundo diversos estudos entre 74% e 77%. Porém, em pacientes de pele negra ou descendentes de hispânicos a taxa de cura é ainda menor, de somente 57%.

Em função dessa diferença recentes estudos têm abordado a questão da melhoria do hospedeiro (o organismo do paciente) utilizando a Vitamina D que é um potente imunomodulador que favorece a imunidade. Níveis baixos de Vitamina D, inferiores a 20 ng/ml impedem os macrófagos de iniciar a resposta imune inata.

Para absorção da Vitamina D pelo organismo é necessária a exposição ao sol, como indivíduos de peles mais escuras absorvem menos raios solares que os indivíduos brancos, os de pele preta e os hispânicos são deficientes em Vitamina D, ficando mais propensos a contrair infecções virais e tuberculose do que os brancos caucasianos. Além disso, a Vitamina D melhora a sensibilidade à insulina e melhora as células CD4. A deficiência de Vitamina D é muito comum entre os pacientes com doenças que atacam o fígado, pelo menos um terço delas sofre de grave deficiência de Vitamina D, com níveis inferiores a 12 ng/ml.

O teste de sangue para se conhecer o nível de Vitamina D é o "25-hidroxi-vitamina D"

A PESQUISA NOS GENÓTIPOS 2 E 3

50 pacientes infectados com os genótipos 2 e 3 da hepatite C foram divididos em 2 grupos. Um recebeu tratamento com interferon peguilado e ribavirina e o segundo grupo recebeu além do interferon peguilado e ribavirina a Vitamina D.

A Vitamina D administrada era de uso oral, na dosagem de 2.000 UI ao dia, iniciando 12 semanas antes do tratamento com o interferon peguilado e ribavirina, para alcançar um nível de 32 ng/ml e mantendo a Vitamina D durante todo o tratamento. Nenhum efeito adverso ou colateral causado pela Vitamina D foi observado.

O grupo que recebeu a Vitamina D apresentava um maior percentual de pacientes com IMC (massa corporal) e carga viral elevada que o grupo tratado somente com interferon peguilado e ribavirina, o que supostamente deveria apresentar menor resposta terapêutica devido às características dos pacientes.

Porém o resultado surpreende!

Após 24 semanas do final do tratamento o grupo tratado com interferon peguilado e ribavirina (sem Vitamina D) obteve 77% de pacientes curados. Já no grupo tratado com interferon peguilado, ribavirina e Vitamina D obtiveram 95% dos pacientes curados.

Sim, está escrito corretamente, o percentual de pacientes que obtiveram a cura quando utilizada também a Vitamina D foi de extraordinários 95% dos infectados com os genótipos 2 e 3 da hepatite C.

MEUS COMENTÁRIOS

Muito já escrevi sobre os benefícios da hepatite C no tratamento do genótipo 1 e, agora com a comprovação dos benefícios que consegue aportar nos infectados com os genótipos 2 e 3 fica mais que evidente que não testar os níveis de "25-hidroxi-vitamina D" e não utilizar a Vitamina D durante o tratamento se os níveis são inferiores a 32 ng/ml é desperdiçar uma maior possibilidade de cura da hepatite C, em qualquer dos genótipos.

Os que estiverem interessados no artigo completo (em inglês) o mesmo está publicado na integra em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3286143/

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:

Vitamin D improves viral response in hepatitis C genotype 2-3 naïve patients - Nimer A, Mouch A. - World J Gastroenterol. 2012 Feb 28;18(8):800-5.


Agência de Notícias

das Hepatites

sábado, 17 de março de 2012

Nova e milagrosa droga na Rússia para tratamento da hepatite C

Cuidado com anúncios jornalísticos, digo isso porque não existe uma publicação científica sobre o escrito nos jornais sobre o Profetal. Já estou acostumado com as grandes invenções que depois não passam de uma simples entrevista jornalística.

O artigo completo, em inglês, nada fala em resposta sustentada (cura). Eles falam em não detecção do Anti-HCV. Isso nunca será possível em nenhuma doença viral, pois os anticorpos são um marcador que somente indicam que o indivíduo teve contato com o vírus. O que interessa é a carga viral indetectável e sobre isso nada falam no artigo.

Por outro lado eles falam que a hepatite C não tem cura atualmente????? E ao final do artigo dão a entender que o interferon deve ser utilizado após a aplicação do Profetal. Não deu para entender.

O Profetal, esse é o nome do tal medicamento, é a alfa-feto-proteína, que é um marcador de câncer e eles dizem que a sintetizaram.

Profetal está sendo vendido lá há muitos anos como uma panacéia para quase tudo, mas o Profetal nunca foi aprovado na Rússia para qualquer doença.

Não há informações sobre Profetal de quaisquer fontes confiáveis, em absoluto.

Vamos aguardar, pois é normal a Rússia inventar notícias para vender medicamentos não testados nem eficazes com o único efeito de tirar dinheiro dos incautos ou ansiosos. Não devemos criar expectativas que depois nunca se confirmam.

Agência de Notícias

das Hepatites

sexta-feira, 16 de março de 2012

Ministro da Saúde inaugura CTA em Barretos/SP


O Ministro Alexandre Padilha esteve em Barretos no último sábado (dia 03/03/2012) inaugurando algumas unidades de saúde entre elas o CTA que estará funcionando no mesmo conjunto onde hoje funciona o atendimento especializado e aplicação assistida de hepatites.

Estamos avançando na detecção "precoce" de algumas doenças e mesmo com os vários problemas que enfrentamos principalmente no tempo para a realização de alguns exames, os tratamentos para a hepatite C estão garantidos.

Desde o ano passado que está funcionando em Barretos, o IRCAD, a terceira e maior unidade instalada no mundo e estar instalada aqui é produto de trabalho de barretenses comprometidos com a saúde principalmente usuários do SUS.

http://www.ircad.fr/event/20110709_IRCAD_Brazil/?lng=en

Também neste ano já começa a primeira turma da faculdade de medicina de Barretos.

http://www.fcsb.com.br/faculdades/faculdade.php

A luta da Fundação Pio XII de Barretos na luta contra o câncer também é conhecida de muitos.

http://www.cliquecontraocancer.com.br/

Estou tomando a liberdade de apresentar estas conquistas pois tudo isso foi fruto de trabalho e iniciativa da sociedade civil e sem fins lucrativos. Ou seja, a luta organizada com critérios, sem politicagem, honesta, dá bons resultados.

Ubirajara

Grupo Direito de Viver - Barretos/SP

quarta-feira, 14 de março de 2012

Hepatite C já mata mais que a AIDS

O governo dos Estados divulgou um alerta por meio do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) informando que as mortes causadas pela hepatite C já ultrapassam as causadas pela AIDS.

A taxa de mortes pela AIDS vem caindo, enquanto as mortes causadas pela hepatite C estão aumentando e, a partir de 2007 as mortes causadas pela hepatite C superam as causadas pela AIDS.

Em artigo publicado hoje, 21 de fevereiro, na "Annals of Internal Medicine" um estudo financiado pelo CDC, coordenado pela Dra. Kathleen Ly analisando atestados de óbitos nos Estados Unidos entre os anos de 1999 e 2007, foram confirmadas 12.734 mortes causada pela AIDS e 15.106 por causa da hepatite C no ano de 2007.

Alertam os autores que certamente os números representam apenas uma fração da morbidade e mortalidade na hepatite C, já que por falta de diagnostico da doença a maioria das pessoas não sabem que estão infectadas e no atestado de óbito a causa da morte é atribuída a complicações, não a aquilo que realmente a ocasionou.

Nas 15.106 mortes causadas pela hepatite C nos Estados Unidos, 73,4% aconteceram em pessoas com idade entre 45 e 64 anos.

Desculpem enviar está notícia em pleno feriado de carnaval, mas é necessário para que as autoridades de saúde pública atentem para o grave problema que é a hepatite C. Apesar de que a hepatite C é cuidada no Brasil pelo Departamento DST/AIDS/Hepatites é lamentável ver que a campanha de carnaval que está sendo amplamente divulgada neste momento somente fala na AIDS, ignorando que a hepatite C atinge sete vezes mais brasileiros que a epidemia de AIDS.

Até quando o ministério da saúde vai tentar esconder a hepatite C debaixo do tapete é um mistério. Até quando vai deixar morrer na ignorância os mais de três milhões de brasileiros infectados, dos quais mais de 90% não sabem que estão perdendo a vida e estão progredindo para a cirrose, o câncer e a morte é outra incógnita. É necessário que a população fique indignada antes que seja tarde demais para salvar essas vidas.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:

The Increasing Burden of Mortality From Viral Hepatitis in the United States Between 1999 and 2007 - Kathleen N. Ly, MPH; Jian Xing, PhD; R. Monina Klevens, DDS, MPH; Ruth B. Jiles, PhD, MPH; John W. Ward, MD; and Scott D. Holmberg, MD, MPH - Ann Intern Med - February 21, 2012 vol. 156 no. 4 271-278

Agência de Notícias

das Hepatites

sexta-feira, 9 de março de 2012

Dr Drauzio Varela comentando Hepatite Virais

Hepatites

1.
Hepatite no atendimento público
Dr. Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, fala sobre as dificuldades no longo caminho que os portadores de hepatite B ou C têm de percorrer no sistema público de Saúde.
2.
Papel do médico no controle das hepatites
Segundo o Dr. Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, os médicos muitas vezes deixam de pedir o exame para detectar a doença.
3.

Auto-medicação em casos de hepatite

Dr. Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, alerta sobre os riscos de fitoterápicos e medicamentos que prometem proteger o fígado.
4.
Programas para Aids e hepatites
Dr. Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, diz que vê vantagem em manter a hepatite sob coordenação do mesmo setor do Ministério que trata dos programas direcionados à Aids.
5.
Hepatite A e saneamento básico
Dr. Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, explica que número de casos caiu conforme o desenvolvimento da estrutura de saneamento no País, mas incidência ainda é alta entre profissionais de Saúde.
6.
Vacina contra hepatite B
Dr. Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, fala sobre alternativas para resolver o problema de muitas pessoas não tomarem as três doses da vacina, necessárias para garantir a imunização.
7.
Hepatite B de mãe para filho
Dr. Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, diz por que acha que o Brasil deve conseguir acabar com a transmissão vertical da doença.
8.
Hepatite B também é DST
Dr. Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, comenta a falta de interesse pela hepatite B quando se fala de doenças sexualmente transmissíveis.
9.
Panorama da hepatite C no Brasil
Dr. Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, explica por que a doença se espalhou em grandes centros urbanos.
10.
Vias de transmissão da hepatite C
Maior parte dos contágios no Brasil se deu por contato com seringas contaminadas.
11.
Tratamento da hepatite C
Dr. Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, fala sobre os principais medicamentos indicados.
12.
Hepatite Delta
Dr. Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, fala sobre um tipo de hepatite menos conhecido, presente na Amazônia e que só infecta portadores de hepatite B.
13.
Hepatites e Transplantes
Hepatites virais são responsáveis por mais de 50% das indicações de trnasplante no Brasil
14.
Transplante não é solução
Dr. Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, fala sobre a demanda por órgãos gerada pelos casos não tratados de hepatites B e C.
15.
Transplante de fígado

quinta-feira, 8 de março de 2012

Preocupante! - Casos de câncer de fígado dobram em 10 anos

Enquanto diminuem os casos de câncer de pulmão, mama e próstata aumentam os casos de câncer de fígado, rim, pâncreas e tiroides.

A pesquisa, publicada em "A Cancer Journal for Clinician" analisou as mortes causadas por câncer nos Estados Unidos entre os anos de 1999 e 2008 encontrando que em 1998 eram registradas 2,3 mortes a cada 1000.000 habitantes, passando para 1,2 mortes a cada 100.000 habitantes em 2008. A redução das mortes por câncer se deve a redução em 40% das mortes por câncer de pulmão e 34% das mortes por câncer de mama.

Mas o mesmo estudo alerta para o aumento alarmante do número de mortes causadas por outros canceres.

A hepatite C foi identificada como a causa principal de câncer no fígado, em especial nas pessoas com idade entre 55 e 64 anos, consequência do envelhecimento de pessoas infectadas nas décadas de 70 e 80 e que agora estão chegando, pela progressão natural da doença ao momento em que o risco de câncer se manifesta.

Outras causas de câncer de fígado nos Estados Unidos são o consumo excessivo de bebidas alcoólicas (em diminuição no número de casos) e a obesidade, onde os casos de câncer estão aumentando.

As taxas de sobrevivência após o diagnostico do câncer de fígado estão aumentando. Entre 1992 e 1995 eram de 12,5% após cinco anos do diagnostico, passando para uma sobrevivência de 26,9% quando o câncer foi diagnosticado entre 2000 e 2007. A tendência para uma maior sobrevivência após o diagnostico pode ser atribuída ao impacto da vigilância entre os grupos de alto risco e a melhores resultados associados com o transplante de fígado e a ressecção precoce dos tumores quando o diagnostico acontece nas fases iniciais do câncer.

A hepatite B é altamente cancerígena, mas campanhas de vacinação estão logrando diminuir o número de novos infectados com o qual devem diminuir os problemas, um panorama alentador. Além disso, atualmente existem medicamentos que conseguem controlar efetivamente a hepatite B reduzindo a possibilidade de evoluir para o câncer.

Para diminuir a possibilidade de desenvolver câncer campanhas para evitar o uso de bebidas alcoólicas, o fumo e manter um corpo saudável, dentro do peso e, praticando atividades físicas deveriam ser implementadas entre os indivíduos diagnosticados com as hepatites B e C.

Pessoas com alto risco de desenvolver câncer, como os indivíduos com cirrose ou elevada fibrose causada pelas hepatites B e C deveriam ser rastreados a cada seis meses através de ultra-som, embora a eficácia desse exame não seja 100% segura.

MEUS COMENTÁRIOS

O aumento do número de câncer entre os infectados com hepatite é consequência direta da falta de políticas de detecção.

Se nos Estados Unidos, onde aproximadamente a metade dos infectados já foi diagnosticado, onde mais de oitocentos mil infectados com hepatite C já receberam tratamento (de um total de 3,5 milhões de infectados) imaginemos o que pode estar acontecendo em países onde mais de 90% dos infectados ainda não foram diagnosticados e não sabem que estão evoluindo para a cirrose, o câncer e a morte, imaginem quais serão as verdadeiras taxas de mortes causadas pelo câncer de fígado em tais países.

Os que vivemos o dia a dia sabemos muito bem que quando alguém morre de cirrose ou câncer de fígado não se faz uma autópsia completa e, no atestado de óbito em geral é colocado que morreu por infecção generalizada, ou tristemente colocam que foi por cirrose alcoólica. Até colocam isso em pessoas que nunca colocaram um copo na boca, mas por ser o mais fácil e perante a falta crônica de recursos nos hospitais públicos é assim mesmo que sucede, maquiando as estatísticas.

Ou todos os países responsáveis com a saúde da população, Brasil inclusive, iniciam uma campanha agressiva de diagnósticos para as hepatites B e C, ou o custo social será trágico. Um a cada quatro infectados com as hepatites B e C se não diagnosticado morre em média aos 56 anos de idade. A perda é de 17 anos de vida.

A revista "A Cancer Journal for Clinicians" abriu o artigo completo, podendo ser encontrado em:

http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.3322/caac.20141/full

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:

Cancers with increasing incidence trends in the United States: 1999 through 2008 - Edgar P. Simard, Elizabeth M. Ward, Rebecca Siegel, Ahmedin Jemal - Article first published online: 4 JAN 2012 - A Cancer Journal for Clinicians (2012); doi: 10.3322/caac.20141

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