segunda-feira, 29 de novembro de 2010

ENFRENTAMENTO DAS HEPATITES EM RETROCESSO




Conforme ficou decidido pelas ONGs adiante relacionadas, na Plenária do IX ENCONTRO NACIONAL DE ONGS DE HEPATITES VIRAIS, realizada em Brasília em 24 de novembro de 2010, segue abaixo “MOÇÃO DE ALERTA” que será encaminhada à Presidente da República Eleita e à sua equipe de transição.

Aproveitamos para solicitar manifestação de apoio de todos os atores envolvidos com a causa, que entendem que as Hepatites Virais, mediante suas especificidades, necessita de ações pragmáticas e orçamentárias, alinhadas à estrutura do Governo Federal, mas com gestão autônoma, específica e forte, à altura do desafio que a enfermidade apresenta, e que não pode correr o risco da interlocução
ser diluída e desqualificada em meio ao recém criado Departamento de DST/ADS/Hepatites Virais

IX ENCONTRO NACIONAL DE ONGS DE HEPATITES VIRAIS
IX ENONG
Brasília 2010

Brasília, 24 de novembro de 2010

“MOÇÃO DE ALERTA – HEPATITES VIRAIS”

As doenças que acometem o fígado em conseqüência das Hepatites B e C (especialmente pelo vírus C ou HCV), são causas crescentes e silenciosas de mortalidade no Brasil.
Dados da FIOCRUZ (Projeto Carga de Doença), do Ministério da Saúde (Relatórios de Mortalidade) e a produção SUS (dados de transplante de fígado – cuja principal indicação é a
hepatite C – entre outros) comprovam esse fato. Ainda que pese toda a falta de Notificação (prevista por Lei) e dados confiáveis ou absolutos.

É ponto pacífico para a Comunidade Científica e em países com perfil endêmico da Hepatite C semelhante ao do Brasil, onde as informações em saúde são mais confiáveis, que as doenças
hepáticas crônicas são causas numéricas e significativas do crescente número de óbitos.

Reforçando o aqui exposto, não foi sem razão que a Sociedade Americana para Estudo do Fígado (reconhecida pela sigla AASLD) teve como mote de sua principal sessão, no mais recente
congresso, a Aula do Presidente, com tema: “A EPIDEMIA OCULTA”.

Saindo da frieza dos números, em nosso dia a dia quem não conhece algum portador de Hepatite C?

Quem não testemunhou o drama dos que necessitavam e/ou dos que necessitam um transplante hepático e/ou dos que padecem de cirrose ou câncer de fígado?
Faces visíveis dessa horrenda e silenciosa doença!

Ressaltamos, Senhora Presidente eleita que, na contramão da história, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de outros países, a exemplo da França, onde está sendo instituída uma Unidade Específica para Hepatites Virais, nosso País está caminhando para trás, haja vista que o Ministério da Saúde do Brasil está extinguindo o Programa Nacional de Hepatites Virais (PNHV), agora integrado ao Departamento Nacional de DST/AIDS. Destacamos aqui, o fato de que a
Epidemia da AIDS é 7 (sete) vezes menor que a das Hepatites Virais.

Tal incongruência nos espanta, pois, com tantos problemas não resolvidos e na iminência do início da complexa “Era da Terapia Antiviral Direta contra a Hepatite C” (um “coquetel” contra o vírus HCV), testemunhamos tais equívocos.

A Portaria nº. 2.080 que criou o PNHV, simplesmente deixa de existir...

A Lei nº.11.255/05, que obriga a existência de ações pragmáticas e orçamentárias, além de definir as competências de cada nível assistencial, detalhando as ações a cargo de cada um, de forma a otimizar os serviços disponíveis em todo o território nacional, é descumprida.

Enfim, a interlocução é diluída e desqualificada em meio ao Departamento DST/Aids/Hepatites Virais.

Certamente não é isso que entendemos como gestão adequada para o enfrentamento dessa grave situação!

A gestão das Hepatites Virais merece alguém com perfil técnico, equipe dedicada e apoio administrativo para uma atuação, acima de tudo, COMPETENTE E RESOLUTIVA.

Prevenção, sim! Diagnose, sim!

Mas, antes disto: assistência!

O SUS é uma ferramenta ímpar e que
respeitamos.

Porém, mantendo-se a questão das Hepatites Virais no Brasil acéfala, milhares de seus cidadãos sentirão na pele - pela dor, pelo sofrimento, pelo dispêndio e desperdício de recursos - as conseqüências deste retrocesso.

Estas são algumas das razões de enviarmos a presente exposição à Vossa Excelência e sua Equipe de Transição, além da ampla divulgação às Sociedades e a nossos líderes científicos.

Requisitamos para a Gestão das Hepatites Virais em nosso país, uma coordenação: autônoma, forte e à altura dos desafios que temos pela frente, alinhada a Estrutura do Governo.

Ainda, manifestamos apoio à luta coletiva dos povos indígenas do Vale do Javari, extremo oeste do Amazonas, que possui alto grau de contaminação pela hepatite B e Delta, causando
várias mortes desde o ano de 2005. Que sejam incluídos nos Programas de Prevenção e Tratamento das Hepatites Virais, considerando urgente o tratamento dos povos infectados.

Nosso alerta e pedido está em conformidade com o discurso do um perfil técnico da futura Equipe de Gestão do nosso país, com o qual nos aliaremos.

Respeitosa e atentamente nos despedimos na expectativa do atendimento de nossas solicitações.

Adauto Vieira Almeida
Pro Vidas ES
Alessandra Rosa GomesAmhec RS
Alvaro RossiGirassol RS
Andreia Teixeira SoaresTranspatica SP
Anna Maria GomesGrupo Hercules HV SC
Antonia Cristiane RodriguesGaphi MA
Arnaldo BeckForça e Vida RS
Bartolomeu Luis de AquinoAPHEM RN
Benedito Ferreira de AlmeidaAPAF PA
Carlos Norberto VaraldoGrupo Otimismo RJ
Carlos Roberto CabralONG Profigado RJ
Claudia Boeira da SilvaGADA SC SC
Claudio da Silva Costa Grupo Amarantes RJ
Dafylla Keli OliveiraVenCer MA
Derval MagalhãesVontade de Viver SP
Eliesio Marubo da Silva VargasMov. Politico Vale do Javari AM
Ellen NeivaUnaC MA
Emilia Pereira de BarrosNAPHC RS
Epaminondas CamposGrupo C DF
Faustina Amorim SilvaAracvida SP
Feliciana L Castelo BrancoGrupo C RS
Fernando Cezar P. dos SantosGrupo Hercules TX SC
Flavia Marini ParoVitoria para Vida ES
Francisca Agrimeire LeiteGrupo ABC Vida CE
Francisco MartuciC Tem Q Saber SP
Francisco Neto de AssisADOTE RS
Heitor Andrade M FilhoAphac AC
Hilson Santos CordeiroVontade de Viver BA
Jeová Pessin FragosoGrupo Esperança SP
Jorge Cristovão GreveGrupo Revendo a Vida SP
Jorge Luis Kramer Borgesastraf RS
Jose Almir Amaral do RegoAPHECN RN
José Eudes BrasilAPHRO RO
José Silvio CamposC Tem Q Saber SP
José Wilter IbiapinaAcephet CE
Julio Cesar Figueredo CaetanoGADA SP
Jussara de Fatima S MoraisSalvHe SC
Kicia Maria Rodrigues do ÓGrupo Hepatocerto RJ
Lais Moreira Beltrão CoutinhoNaphe PE
Leonardo WeissmannGaphor SP
Luis Carlos Porcelli PazGaphe Bagé RS
Luis de Souza e SilvaNAADVH RJ
Luiz VolpeHipupiara SP
Marcia Olegário dos SantosVia Vida Pró doações e Transplantes RS
Margarida da Silva de OliveiraDohe Fígado RJ
Maria Candida Gouveia PitaGrupo Genesis RJ
Maria Clarisse P. de SáConfiantes no Futuro PB
Maria Helena MacedoSES/BA BA
Maria Lucia Kruel ElbernVia Vida Pró doações e Transplantes RS
Micheline WoolfUnidos Venceremos SP
Monica MoraisSES/AC AC
Nadia Elizabeth C BarbosaHepaChê Vida RS
Neide Barros da SilvaAss.Pac.Hep.Mossoró/RN RN
Odemir Batista da SilvaHepatos Guaruja SP
Otacilio Waner da SilvaGaphe GO
Paulo CarvalhoAIGA RJ
Regina LancelottiRNP+HV SP
Ricardo BritoSES/PA PA
Ricardo WaldmanAphoc RS
Romulo José Valença CorreaMBHV BA
Ronaldo Costa AraujoTransplantes Amigos RJ
Rosangela EleresUnaC MA
Rosilda NazaréGrupo VenCer MA
Sandoval Ignacio P. da SilvaAphecpar PR
Sandra Maria ScherpinskiSalvHe SC
Sonia Maria GeraldesSES/DF DF
Tuanny LancelottiHCVida SP
Ubirajara Silva MartinsDireito de Viver SP
Vandivel Gaudino BezerraNucleo Confiantes no Futuro PB
Willian F. AmaralRNP+HV RJ SC

Claudio Costa
Grupo Amarantes

sábado, 13 de novembro de 2010

Novas evidencias sobre os efeitos do café na doença hepática

Duas apresentações no AASLD 2010 associam o café a um aumento na possibilidade de sucesso no tratamento da hepatite C e a uma menor velocidade na progressão dos danos no fígado.
Uma analise dos dados do ensaio clínico HALT-C, realizado em 885 pacientes com elevado dano hepático em retratamento com interferon peguilado Pegasys, analisou a possibilidade de cura levantando hábitos de consumo de café dos pacientes durante os 12 meses anteriores ao tratamento.
Foi encontrado que 133 pacientes não bebiam café diariamente, que 253 ingeriam uma xícara por dia ou menos, que 367 ingeriam diariamente entre 1 e 3 xícaras de café e, que 132 bebiam 3 ou mais xícaras por dia.
O objetivo dos pesquisadores era avaliar a redução da carga viral em no mínimo 2 LOG na semana 12 do tratamento e a resposta sustentada, isto é, os que resultaram realmente curados com o retratamento.
Na semana 12 do tratamento a redução de 2 LOG ou mais foi observada em 45,7% dos pacientes que não bebiam café, em 44,7% dos que bebiam menos de 1 xícara por dia, em 57,1% entre os que bebiam entre 1 e 3 xícaras por dia e, em 72,7% dos que bebiam 3 ou mais xícaras de café por dia.
A cura da hepatite C (resposta sustentada seis meses após o final do tratamento) aconteceu em 11,3% dos pacientes que não bebiam café, em 12,7% dos que bebiam menos de 1 xícara por dia, em 20,7% dos que bebiam entre 1 e 3 xícaras por dia e, em 25,8% dos que bebiam 3 ou mais xícaras por dia.
É necessário atentar que o percentual de curados é pequeno porque os 885 pacientes eram infectados com o genótipo 1, não respondedores a um tratamento anterior e com fibrose elevada ou cirrose, ou seja, um dos grupos mais difíceis de responder a um retratamento.
Outro estudo avaliou o efeito do café em pacientes com esteatose (gordura no fígado), pacientes que não eram alcoólatras ou infectados com qualquer hepatite. Pacientes que são conhecidos como afetados pela esteato hepatite não alcoólica.
Os pacientes não apresentavam sintomas e foram diagnosticados ao realizar um ultrassom. Realizada uma biopsia do fígado foi encontrado que 89 pacientes apresentavam esteatose simples, que 31 pacientes apresentavam esteato hepatite não alcoólica com fibrose leve (F0 e F1) e, que 9 pacientes apresentavam esteato hepatite não alcoólica com fibrose elevada ou cirrose (F2 - F4).
Os pesquisadores encontraram que os pacientes que apresentavam menos fibrose bebiam uma quantidade maior de café que aqueles que apresentavam graus de fibrose elevada. Os pacientes com esteatose simples ou com esteato hepatite não alcoólica com fibrose leve (F0 e F1) consumiam uma media de 413 mg de cafeína (cinco xicaras de café forte) por dia, em comparação com os pacientes com esteato hepatite não alcoólica com fibrose elevada (F2 - F3 - F4) que bebiam 189 mg de cafeína (duas xicaras de café forte) por dia.
Definitivamente pode se acreditar que existem evidencias que comprovam que o consumo "moderado" de cafeína e/ou café poderia ser um complemento auxiliar no tratamento da esteatose (gordura no fígado) e poderia aumentar a possibilidade de cura com o tratamento da hepatite C com interferon peguilado e ribavirina, mas cuidado, pois existem pacientes intolerantes ao café e, ainda, tomar café em excesso poderá causar problemas estomacais e digestivos, alem de deixar o individuo com insônia.
Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
- AASLD 2010 - Abstract 224 - COFFEE IS ASSOCIATED WITH VIROLOGIC RESPONSE IN CHRONIC HEPATITIS C (CHC): FINDINGS FROM THE HEPATITIS C LONG-TERM TREATMENT AGAINST CIRRHOSIS TRIAL (HALT-C) - Neal D. Freedman, Teresa M. Curto, Karen Lindsay, Elizabeth C. Wright, Rashmi Sinha, James E. Everhart5.
- AASLD 2010 - Abstract 627 - ASSOCIATION OF COFFEE CONSUMPTION WITH FATTY LIVER DISEASE, NASH, AND DEGREE OFHEPATIC FIBROSIS - Jeffrey W. Molloy, Christopher J. Calcagno, Christopher D. Williams, Stephen A. Harrison.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Palestra na Fraternidade Rosa Cruz




No dia 01/11/2010, tivemos a oportunidade de realizar uma palestra na Fraternidade Rosa Cruz. Demos informações sobre a doença e tiramos dúvidas.
Claudio Costa
Grupo Amarantes