sexta-feira, 23 de abril de 2010

O Silêncio dos Inocentes II

“Um enorme país com estados maiores que vários paises Europeus, péssima distribuição de renda e má vontade das 3 esferas do governo em desenvolver campanhas públicas de detecção.” Esta é a realidade enfrentada pelos quase 200 milhões de brasileiros. Poucas Secretarias Estaduais de Saúde (SP é uma das que se destacam) se sobressaem no enfrentamento desta pandemia 100 vezes maior que AIDS.
Se Dr Ricardo Gadelha (Coordenador do DST-AIDS/PNHV), admite haver mais de 3,5 milhões de contaminados só com Hepatite C, juntando com cerca de 2 milhões com Hepatite B, incluindo também as endêmicas Hepatites D e E , teremos mais de 7 milhões de contaminados. Este número bate certo com os dados já levantados há muito tempo por Carlos Varaldo, Presidente do Grupo Otimismo.
Se a bomba viral já explodiu por que não investir em detecção e tratamento? Com campanhas de prevenção deixaremos os já contaminados entregues a própria sorte. O genocídio em massa, conforme artigo publicado no JB (Carlos Varaldo) em 2002 “Hepatite C, assassino silencioso?”. A população esta aguardando uma resposta dos governos, uma resposta que seja pautada pelo compromisso com a verdade e por políticas sérias de saúde pública. Ai quem sabe, palavras como humanização e equidade passem a fazer parte de fato e de direito, das normas do SUS.

Claudio Costa
Grupo Amarantes

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Transplantes: Rio no fim da fila

Em um mês, 3 fígados captados no estado seguiram para Minas Gerais e São Paulo, porque médicos não são pagos

Rio - Trezentas e cinquenta e nove pessoas esperam por um transplante de fígado no Rio mas, apesar disso, órgãos captados no estado estão sendo enviados a outras unidades da federação. No último mês, três seguiram para pacientes em Minas Gerais e São Paulo.
“Os pacientes estão preocupados porque está tudo parado. O Hospital Geral de Bonsucesso só faz transplantes duas vezes por semana. E o Fundão está praticamente parado. Os pacientes que estão na fila estão sem perspectivas”, afirma Carlos Roberto Cabral, presidente da Dohe Fígado, associação que reúne pessoas que esperam por um transplante.

Conforme O DIA noticiou este mês, médicos do HGB pararam de fazer transplantes fora do horário de expediente porque não estão recebendo do Ministério da Saúde a complementação pelas horas extras necessárias nos transplantes. Dia 23 de março, liminar da Justiça Federal determinou que o ministério pague a complementação — prevista em lei desde fevereiro — até 23 de maio. O ministério, no entanto, recorreu da decisão. E o impasse permanece.

O problema poderá ser resolvido nos próximos dias. O governo do estado anunciará, na próxima segunda-feira, uma série de mudanças no sistema de transplantes. Uma das novidades é que a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil dobrará o pagamento das equipes do HGB e do Hospital do Fundão, que atuam na captação e na realização dos transplante, e vai pagar a suplementação aos profissionais.

Cirurgias na rede privada

Pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) poderão ser transplantados em mais duas unidades particulares. O governo do estado fechou acordo para que cirurgias ocorram no Hospital Quinta D’Or e no Hospital das Clínicas de Niterói.
Já para melhorar a captação, 16 enfermeiros que trabalhavam na Central Estadual de Transplantes foram deslocados para atuar na captação de doadores no Hospital Getúlio Vargas (Penha), Alberto Torres (São Gonçalo), Azevedo Lima (Niterói) e Adão Pereira Nunes (Saracuruna). “O objetivo é aumentar as captações. Com isso, a gente vai conseguir verificar os problemas nas equipes transplantadoras”, disse o coordenador da central, Eduardo Rocha.

domingo, 18 de abril de 2010

HEAT - O gigante do Colubande




Na sexta feira (16/04) estive no HEAT (Hospital Geral do Colubande); fui procurar a direção do Hospital para ver como ele estava funcionando. E fiquei muito contente por saber que o HEAT esta funcionando muito bem! O Hospital absorveu até a população de Niterói vitima da catástrofe. Não que não fosse sua obrigação, afinal é bom lembrar que o Hospital é gestão estadual, só que antes dele tem o Hospital Azevedo Lima, que hoje infelizmente esta superlotado devido a inércia do Alcaide de Niterói, JR. Aparelhos de última geração, 35 UTIs inclusive com televisão (fotos), ar refrigerado, equipe atenciosa, enfim tratamento de hospital de primeiro mundo. Parabéns ao Dr Charbel e toda sua competente equipe.

Claudio Costa
Grupo Amarantes

domingo, 11 de abril de 2010

Historia natural da progressão da cirrose

Esclarecendo ser totalmente impossível se estabelecer uma formula matemática que possa prever como será a progressão de um caso de cirrose já que cada organismo e diferente, assim, como as condições e doenças que possam estar influenciando no problema, neste artigo somente tentarei explicar as fases pelas quais passa um fígado que já se encontre com cirrose.

Se você é uma pessoa que ao ler um artigo fica apavorado, pensando que com você as coisas ruins sempre acontecem e que vai ter todos os problemas relatados, então e melhor fechar este artigo e não ler ele totalmente. Pode parecer um artigo assustador, mas não é essa a minha intenção. O objetivo e o de conscientizar o paciente com cirrose dos cuidados que deve observar no seu quadro clínico e, ao conhecer as implicações da cirrose poderá melhor discutir com os médicos sobre os procedimentos que estão sendo realizados. Não podemos esquecer que paciente bem informado e conhecedor de sua condição sempre consegue melhor resposta terapêutica e melhor atenção por parte dos profissionais da saúde.

A história natural se divide em duas fases principais. Temos a fase chamada "compensada" a qual por ser a fase inicial da cirrose e geralmente assintomática e, a seguir, aparece a fase chamada "descompensada", fase está onde aparecem as complicações decorrentes de um fígado cirrótico.

A cirrose compensada, quando a pressão na veia portal se encontra em níveis normais a expectativa de vida e muito boa, em media de 12 anos. Já com o aparecimento das complicações, tais como o aparecimento de varizes no esôfago, acumulo de fluidos no estomago (ascites), peritonites bactérial espontânea, encefalopatia, etc., a expectativa de vida pode ficar em poucos anos, entre 2 e 4 anos.

Na primeira etapa de um quadro cirrótico, com ausência de varizes no esôfago ou de ascites a probabilidade de morte um ano após o diagnostico e mínima, inferior a 1%. Segundo o consenso da Associação Européia para Estudo do Fígado, resultando nas recomendações "BAVENO IV", 7% desses pacientes desenvolvem varizes no esôfago e 4,4% ascites (com ou sem varizes) passando a segunda etapa da progressão da cirrose.

Numa segunda etapa, quando aparecem varizes no esôfago, mas não aparece à ascite nem sangramento das varizes, a mortalidade chega aos 3,4% dos pacientes no primeiro ano após o diagnostico, sendo que 6,6% poderão ter hemorragias no esôfago e 4% desenvolver ascites, passando a etapa 3 da cirrose.

Na etapa 3 se enquadram os pacientes com ascites repetitivas que apresentam, ou não, varizes no esôfago sem sangramentos. Nestes a mortalidade chega aos 20% no primeiro ano. Em 7,6% destes pacientes aparecem hemorragias por rompimento das varizes existentes no esôfago.

Na etapa 4 se enquadram os pacientes cirróticos que apresentam hemorragia gastrointestinal com ou sem a presença de ascites. A mortalidade em um ano após o aparecimento dos eventos chega aos 57% dos pacientes.

Continuando com o descrito no consenso "BAVENO IV" as etapas 1 e 2 correspondem a pacientes com cirrose compensada e as etapas 3 e 4 a pacientes descompensados no quadro cirrótico.

COMENTÁRIO FINAL:

Tal qual coloquei ao inicio a minha intenção não é assustar e sim colocar de forma nua e crua o que pode acontecer. Espero que isso contribua a conscientizar o paciente cirrótico a que ele deve colaborar com os médicos no sentido de evitar acelerar a progressão da doença. Vemos que nas três primeiras etapas a probabilidade de morte no primeiro ano e bem menor que a probabilidade de sobrevida, assim, cada paciente deve escolher em qual dos dois grupos quer se colocar. Se quer participar daquele no qual e levado ao cemitério pelos amigos ou, daquele que vai a se despedir de um amigo no enterro.

O titulo do artigo e referente a "Historia natural", mas existem fatores de risco para evitar uma progressão mais acelerada da cirrose na qual o paciente tem muita ou total responsabilidade. O peso acima do ideal e prejudicial (podendo ser controlado pelo paciente), a alimentação equilibrada, a proibição total de bebidas alcoólicas, a estrutura muscular (a qual pode ser melhorada com a prática de exercícios aeróbicos diariamente), o pensamento positivo e o seguimento estrito das recomendações médicas são fundamentais para evitar acelerar a progressão da cirrose.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:

"BAVENO IV" (Evolving Consensus in Portal Hypertension Report of the Baveno IV Consensus Workshop on methodology of diagnosis and therapy in portal hypertension - Roberto de Franchis - Journal of Hepatology 43 (2005) 167-176)

Carlos Varaldo

Grupo Otimismo

domingo, 4 de abril de 2010

Jornal O DIA - RJ


Sem transplante, sem remédioAlém de enfrentarem a paralisação de médicos do Hospital de Bonsucesso, que não estão recebendo pagamento, pacientes que precisam de doação de fígado só conseguem medicamento do SUS se entrarem na Justiça
Rio - Não é só a paralisação da equipe de transplantes de fígado do Hospital Geral de Bonsucesso (HGB) que põe em risco a vida de quem está na fila por um órgão. A falta de medicamentos na grade de distribuição gratuita do Sistema Único de Saúde (SUS) também é uma dificuldade para os que estão em tratamento. Quem necessita dos medicamentos para sobreviver deve entrar na Justiça para obtê-los. Mesmo assim, não é garantido que vá realmente receber o produto.

É o caso de Raphael do Amaral, 16, que, desde setembro de 2009, não recebe os remédios para seu tratamento. A mãe do rapaz, Maria da Penha, que é deficiente visual, conta que entrou na Justiça em fevereiro de 2008, pouco depois de receber a notícia de que o filho sofria de colangite esclerosante e teria que aguardar por um transplante de fígado.

Na sentença, foi definido que governos do estado e do município deveriam fornecer os remédios para o tratamento: Ursacol 300mg, Propanolol 10mg, Sulfato Ferroso 109mg, Omeoprazol 20mg e ácido fólico 5mg. Juntos, eles custam cerca de R$ 460 por mês.

“Pior é quando falta o Ursacol, que custa R$ 130 a caixa. Raphael precisa de três por mês. Já gastei R$ 2.730. Não tenho esse dinheiro, peço emprestado. A última vez que fui na central, dia 25, disseram para aguardar um telefonema, e, até hoje, nada”, lamentou.

O desespero de Raphael e de mais 358 pacientes que aguardam por transplante de fígado não para por aí.


Como O DIA noticiou dia 26/03, transplantes de fígado do HGB estão parados: médicos deixaram de fazer as cirurgias fora do horário de expediente por não receberem o Adicional por Plantão Hospitalar (APH) do Ministério da Saúde, previsto por lei em vigor desde fevereiro de 2009. Para a lei funcionar, falta um decreto ser assinado e regulamentado. Até lá, transplantes só serão realizados no horário do expediente.

O Ministério da Saúde informou que o decreto que regulamenta o APH passa por análise do Ministério do Planejamento e será encaminhado à Casa Civil essa semana. Mas o assessor de imprensa do Planejamento, Orestino Amurim, informou ontem, por telefone, que não há prazo para o decreto ser encaminhado à Casa Civil. Ele recusou-se a explicar o assunto a O DIA por nota e disse ser ‘comum’ a demora para assinatura de decretos.

A Secretaria estadual de Saúde informou que os medicamentos estão à disposição do paciente na Central de Mandados. Já a municipal afirmou que a entrega está agendada para quarta-feira.

Sindicância para apurar perda de R$ 15,6 milhões

O estado abriu sindicância ontem para apurar o desperdício de R$ 15,6 milhões em medicamentos, insumos e materiais médico-hospitalares. Conforme O DIA mostrou com exclusividade em 1º de março, o Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) constatou que os produtos perderam a validade entre julho e novembro do ano passado na Central Geral de Abastecimento (CGA), em Niterói.

A sindicância deve ser concluída em 30 dias, mas pode ser prorrogada por mais 30 dias, segundo publicação do Diário Oficial que cita as matérias de O DIA.

O desperdício noticiado deixou doentes e parlamentares indignados. O Ministério Público Federal decidiu dar prosseguimento à ação civil pública contra a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil para que o órgão normalize o fornecimento dos remédios. Há dois anos, a ação havia sido suspensa porque o estado assinara Termo de Ajustamento de Conduta se comprometendo a regularizar o fornecimento e inaugurar farmácia com condições de armazenar remédios. O termo, no entanto, não foi cumprido.



Jornal O Dia - Pâmela Oliveira e Clarissa Mello

Roberto Pereira

Centro de Educação Sexual - CEDUS

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