domingo, 23 de agosto de 2009

Risco de transmissão da hepatite B nas transfusões de sangue

Vários países já introduziram os testes NAT ou estão em processo de implementação (caso do Brasil) na coleta realizada pelos bancos de sangue durante as doações. Os testes NAT (Nucleic Acid Test) diminuem a "janela imunológica" ( janela imunológica é o termo usado para designar o período que o organismo leva, a partir de uma infecção, para produzir anticorpos que possam ser detectados por exames de sangue) em relação aos testes de anticorpos tradicionalmente utilizados, assegurando maior segurança no sangue coletado.

Mas a introdução dos testes NAT está sendo realizado para detectar o vírus HIV (AIDS) e o vírus da hepatite C, não existindo ainda testes automatizados para utilização em larga escala em relação à hepatite B.

Nos países que já estão utilizando o NAT se observa que com a diminuição da janela imunológica para hepatite C e HIV a qualidade do sangue aumentou consideravelmente, mas como no caso da hepatite B ainda são realizados os testes que detectam os anticorpos e os antígenos, a hepatite B passou a representar a maior probabilidade de transmissão durante uma transfusão, possibilidade maior de que ser contagiado pela hepatite C ou pelo HIV.

Pesquisa realizada nos Estados Unidos publicada na revista "Transfusion" analisou o risco residual e a soroconversão do antígeno "B" (HBsAg) Positivo estimado pela janela imunológica e, o resultado do antígeno "Core" (Anti-HBc) Negativo nas doações de sangue.

Utilizando modelos matemáticos observaram que a seroconversão do HBsAg nos doadores para dessa forma poder estimar quantos casos poderiam estar acontecendo de resultados falsos negativos a cada ano no sangue coletado.

A possibilidade de contagio da hepatite B ao receber uma transfusão de sangue nos Estados Unidos realizada entre os anos de 2006 e 2008 ficou estimada em 1 entre 282.000 e 357.000 doações, dependendo da analise efetuada. Quando comparados esses dados com a probabilidade de contagio no período entre os anos de 1997 e 1999 se observa que a possibilidade de contagio diminui mais de 25%.

A redução no risco de contagio da hepatite B ao receber uma transfusão pode ser atribuída segundo concluem os pesquisadores a utilização de testes mais sensíveis e, também, ao aumento de pessoas vacinadas para prevenir a hepatite B.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:Current incidence and residual risk of hepatitis B infection among blood donors in the United States - Zou, Shimian; Stramer, Susan L.; Notari, Edward P.; Kuhns, Mary C; Krysztof, David; Musavi, Fatemeh; Fang, Chyang T.; Dodd, Roger Y. - Transfusion, Volume 49, Number 8, August 2009 , pp. 1609-1620(12)

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

Grupo Amarantes luta por atendimento médico no município

O Grupo Amarantes agradece as repórteres: Jaciara Moreira (Jornal Extra) e Danielle Rabello (O Fluminense) pela matéria que as jornalistas fizeram este mês sobre a falta de hepatologistas no município. No O Fluminense de hoje (23/08) o Grupo Amarantes volta a cobrar ao Dr Daniel Jr o médico prometido a duas semanas atrás. Não podemos deixar de agradecer aos companheiros do SINDSPREV também, um sindicato atuante e guerreiro quando o assunto é saúde pública.

Projeções de marketing nos inibidores de proteases

A empresa "Decision Resources" realizou nos estados Unidos uma pesquisa de opinião para saber a preferência atual que os médicos poderão ter de indicar a seus pacientes a utilização de inibidores de proteases no tratamento da hepatite C.

É necessário destacar que nenhum inibidor de proteases se encontra a venda no mercado. O Telaprevir e o Boceprevir objeto da pesquisa ainda se encontram nas ultimas fases dos ensaios clínicos, motivo pelo qual os dados considerados pelos médicos entrevistados são os apresentados pelas empresas em congressos científicos. Também e necessário observar o pequeno número de profissionais entrevistados, grupo composto por 84 gastroenterologistas, 16 hepatologistas e 20 responsáveis pela compra dos medicamentos em hospitais de grande porte, o que pode estatisticamente não representar a visão geral dos profissionais médicos.

A empresa "Decision Resources" realiza esse tipo de pesquisas oferecendo os dados aos investidores no mercado de ações, sem qualquer objetivo cientifico relacionado a resultados terapêuticos da eficácia dos medicamentos, simplesmente objetiva avaliar o mercado futuro entre os concorrentes.

O resultado mostra que com os dados atualmente disponíveis 50% dos 100 profissionais médicos entrevistados estariam inclinados a receitar o Telaprevir e 30% o Boceprevir. Quando perguntados sobre quais são as diferenças mais significativas entre o Telaprevir e o Boceprevir todos (100%) opinaram que não existem diferenças significativas em relação à resposta terapêutica, mas estimam que pelos dados até agora apresentados provavelmente o Telaprevir poderá apresentar uma duração menor no tempo do tratamento.

Quando perguntado se eles estariam receitando os inibidores de proteases aos pacientes infectados com o genótipo 1 da hepatite C nunca antes tratados, 60% deles afirmaram que essa será sua escolha preferencial.

A mesma pesquisa entrevistou 20 diretores de farmácia responsáveis pelas compras de medicamentos em hospitais de grande porte (nos Estados Unidos, diferentemente dos países onde o governo compra os medicamentos para o sistema público da saúde, cada hospital pode decidir qual medicamento comprar para uso no hospital), 40% responderam que estarão adquirindo somente um dos dois inibidores de proteases e que o preço será o fator determinante na escolha. Não existe nenhuma preferência para qualquer dos produtos por parte dos responsáveis pela compra. Esta informação poderá influir diretamente na liberdade de escolha dos médicos que atendem pacientes nos hospitais, podendo alterar o afirmado na pergunta a eles realizada sobre sua preferência pessoal.

Concluo observando que a guerra do marketing pelo mercado futuro já teve inicio. Não acho em absoluto que isso seja negativo ou prejudicial, pelo contrario, como o Telaprevir e o Boceprevir chegarão ao mercado quase que simultaneamente e como os dois apresentam resultados muito bons, a luta pelo mercado vai incluir o oferecimento de preços menores, o que resulta em medicamentos mais baratos.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Palestra no PSF

O Grupo Amarantes fez uma palestra para profissionais e comunidade no PSF da Brasilândia. Fomos muito bem recebidos e tratados pelo profissinais do Posto. A equipe do PSF Brasilandia tem um belo trabalho; são organizadas , atenciosas e estão sempre procurando fazer algo mais. Após a palestra conversando com a Enfermeira Renata ficamos sabendo do Programa Anti-Tabagismo (com aulas, tratamento e etc...) desenvolvido por aquele PSF. Parabéns Renata, Geisa e equipe... São profissionais como vcs que fazem a gente ver que vale a pena , e que o sonho não acabou . Muito obrigado pela lição de vida e amor companheiras.


Claudio Costa
Grupo Amarantes

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

União e município condenados por omissão nas hepatites

A 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (Porto Alegre) reconheceu pela primeira vez no Brasil a negligência dos poderes públicos na adoção de medidas de vigilância epidemiológica para conter a epidemia de hepatite C, um fato inédito que poderá desencadear a abertura de milhares de ações em todo o país.
Em Ação de Responsabilidade Civil pela omissão do poder público o acórdão deu provimento pelo voto de 2 Desembargadores a favor da Autora, vencendo o parecer do relator.
A Desembargadora Federal Maria Lúcia Leiria afirmou que "no caso dos autos, efetivamente existe o nexo de causalidade entre o agir o ente público e a contaminação da autora pelo vírus da hepatite C. O mencionado vírus foi identificado em 1989, sendo prevista a obrigatoriedade de realização de testes para o sangue utilizado nas transfusões apenas em 1993, com a edição da Portaria nº 1.376, de 19 de novembro de 1993". No mesmo sentido, o Desembargador Federal Luiz Carlos Lugon concluiu que "o nexo causal é evidente, uma vez que a paciente só contraiu a doença por não ter havido a devida diligência e atenção na prestação do serviço de saúde, advindo a contaminação pelo vírus letal".
No caso, segundo o advogado da Autora, Dr. Marco Fridolin Sommer Santos, "por força do disposto no art. 200, inciso II, da Constituição Federal, cabia à União Federal executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica", editando norma que tornasse obrigatória a realização pelos Bancos de Sangue do teste anti-HCV, em meados de 1990, ou seja, imediatamente após a sua disponibilização no mercado, o que não ocorreu.
Em razão da omissão a União Federal foi condenada ao pagamento de uma indenização no valor de R$ 60.000,00, no Processo n.º 2005.71.00.031013-1; Autora: E. T.; Réu: União Federal e Associação dos Funcionários Públicos do Estado do Rio Grande do Sul - AFPERS (Hospital Ernesto Dornelles).
Outro acórdão, referente ao Processo n.º 2006.71.00.006510-4, também condenou em decisão semelhante, mas desta vez em forma solidaria a União Federal e o Município de Porto Alegre, a indenizar em R$. 60.000,00 a autora M.W., em ação defendida pelo mesmo advogado.
Mais de 60 ações abertas no Rio de Janeiro se encontram na fase de Pericia Médica solicitada pelos Juízes, um indicativo de que caso seja comprovada pela Pericia a perda da saúde naqueles que por falta de ações alertando sobre a necessidade de indivíduos que realizaram transfusões de sangue antes de 1993 procurassem realizar o teste de detecção da hepatite C, detectaram a doença em fases avançadas já com perdida de funções do fígado ou já na fase da cirrose.
Estávamos certos no mês de maio, quando as ONGs do Rio de Janeiro entregaram ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro um diploma o considerando “O MELHOR HOSPITAL DO BRASIL”. O Judiciário está demonstrando muita mais sensibilidade, compreensão e preocupação com os infectados de hepatites que os responsáveis pela saúde pública!

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Curiosidade na relação entre tratamento da hepatite C e gripe suína.

É conhecido que pessoas em tratamento da hepatite C apresentam defesas imunológicas prejudicadas devido ao efeito dos medicamentos, motivo pelo qual são alertados para tentar evitar a possibilidade de contagio com vírus ou bactérias.
Mas estranhamente e apesar de que temos 28.500 associados até o momento não chegou a meu conhecimento de que algum paciente em tratamento tenha sido infectado ou passado por algum problema em relação à gripe suína.
Será que o interferon por se tratar de um poderoso antiviral também possui a qualidade de evitar o desenvolvimento da gripe nos pacientes em tratamento? Se assim for estaríamos frente a mais um medicamento que poderia ser utilizado para combater a gripe suína. Um bom motivo para médicos e pesquisadores observarem se isso realmente está acontecendo com os pacientes em tratamento da hepatite C.
Se você conhecer algum caso de gripe suína em um paciente em tratamento, por favor, nos informe comentando sobre o mesmo.

Texto de Carlos Varaldo - Grupo Otimismo

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Grupo Amarantes participa da Macro Sudeste











O Grupo Amarantes nos dias 29, 30 e 31 de julho participou no Hotel Guanabara, no RJ da Macro Sudeste que reuniu representantes do Programa Nacional de Hepatites Virais, representantes das Secretarias Estaduais do RJ, Minas, SP e ES. Foi importantissimo para São Gonçalo já que a Dra Clarisse (Assessora do Dr Sergio Cortez) e Alexandre Chieppe (Coordenador do Programa de Hepatites Estadual) prometaram uma visita a São Gonçalo.