terça-feira, 24 de março de 2009

Apresentados os resultados da fase 3 da pesquisa com o ALBUFERON

O Albuferon® (albinterferon alfa-2b) e um novo interferon que está sendo desenvolvido pela empresa Human Genome Sciences tendo apresentado os resultados encontrados na fase 3 da pesquisa no tratamento da hepatite C. Na fase 3 foram tratados pacientes infectados com o genótipo 1 da hepatite C os quais receberam uma aplicação de 900mcg de Albuferon® (albinterferon alfa-2b) a cada duas semanas combinado com a dosagem normal de ribavirina. Para efeito de controle outro grupo foi tratado da forma convencional com uma aplicação semanal de peginterferon alfa-2a (Pegasys) e a mesma dosagem de ribavirina. Os resultados apresentados são exatamente iguais aos conseguidos atualmente com o interferon peguilado, com a única vantagem de ser necessária uma aplicação de interferon a cada 14 dias. Foram observados efeitos colaterais e adversos similares nos dois grupos de pacientes. O Dr. Stefan Zeuzem, coordenador da pesquisa afirma que os atuais resultados apresentados no genótipo 1, confirmam a eficácia e segurança do novo interferon tal qual já demonstrado nos estudos realizados com os genótipos 2 e 3, sugerindo que o Albuferon® (albinterferon alfa-2b) tem o potencial para se tornar mais uma importante opção no tratamento da hepatite C. É estimado pela Human Genome Sciences que a solicitação de comercialização do novo interferon, o Albuferon® (albinterferon alfa-2b) seja realizada as autoridades ainda em 2009. Pessoalmente me entusiasma saber que em curto espaço de tempo estará disponível comercialmente mais um interferon. Não tenho a menor idéia do preço, mas é sempre bem-vindo qualquer novo concorrente para acirrar a guerra de marketing entre os fabricantes.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

Jovem consume suplemento para emagrecer e contraiu hepatite

Ante um novo caso, o doutor Hugo Tanno diz que os suplementos, em alguns casos, podem produzir problemas hepáticos sérios. Deveria haver advertências nas etiquetas dos produtos. A percentagem de afetados é muito pequena.

A ação judicial de uma jovem da cidade de Rosario, Argentina, a uma empresa fabricante de suplementos para emagrecer, aos que atribuiu ter sofrido reações alérgicas e uma insuficiência respiratória, coloca em evidencia problemas similares. Outro jovem da mesma cidade chegou ao Hospital Centenário com intoxicação hepática e seu caso foi o primeiro relatado no país de hepatite "inegavelmente vinculada ao consumo do Herbalife", conforme assinalaram os profissionais que o atenderam. A história clínica do paciente foi apresentada em um seminário da carreira de pós-graduação em Gastroenterologia do hospital, realizado em 2007. O caso está fundamentado em estudos internacionais que chegaram aos mesmos resultados. "Herbalife não é ruim para todos, mas em alguns casos pode produzir uma intoxicação no fígado", destacou o chefe do Serviço do Gastroenterologia do Centenário, Hugo Tanno, quem foi o médico que em seu momento atendeu ao paciente e pôde comprovar que sua enfermidade se devia ao consumo desses produtos. O tema é um tópico de debate internacional. E a partir deste caso, os gastroenterologos da cidade de Rosario incluíram no questionário de rotina se o paciente consume Herbalife. O NOVO CASOTranscorria o ano 2007 quando o médico recebeu em seu consultório a um paciente com claros sintomas de hepatite, uma inflamação do fígado causada por um vírus ou um medicamento. Estava amarelo, a urina era escura e manifestava que se sentia muito cansado. "Descartadas as causas comuns da doença, viu-se que, fora a alimentação normal, o único que consumia o paciente eram complementos para sua dieta. Foi então advertido que certas ervas do Herbalife podiam estar lhe produzindo toxicidade no fígado, mas o paciente só acedeu transitoriamente a suspender a medicação", contou o Dr. Tanno. Ainda assim, o paciente reincidiu três vezes. "Quando se sentia bem tornava a ingerir o suplemento e então piorava. Isto levou a que lhe fizesse uma biópsia hepática, que demonstrou convincentemente que o paciente sofria uma lesão produzida pelo produto dietético", confirmou o médico. Casualmente, em pleno tratamento, o paciente voltou a ter um novo brote e a deteriorar-se. Enquanto a equipe médica estudava o caso, a revista científica Journal of Hepatology do ano 2007 publicou 20 casos de pacientes israelenses e suíços com intoxicação hepática pelo consumo do Herbalife. O título dos trabalhos era "A associação do consumo de suplementos nutricionais do Herbalife e a hepatotoxicidade" e reportavam o mesmo quadro que o paciente em questão. A contundência das publicações científicas fez que fosse suspendido o suplemento dietético e o paciente melhorou. Tanno o revisou faz duas semanas e comprovou que "o funcionamento de seu fígado é normal". NÃO É PARA TODOS"Herbalife não é ruim para o fígado" quis deixar em claro o médico, mas sim "há fígados que não são bons para o Herbalife". De fato, entre milhões de consumidores são poucos os que se intoxicam. "Não quero demonizar o produto - afirmou o gastroenterólogo-. Terá que distinguir entre a possibilidade e a probabilidade. A toxicidade é possível, mas pouco provável, e de fato há provas conhecidas". Tanno sugeriu que nas etiquetas destes produtos "teria que haver uma advertência sobre os potenciais efeitos adversos que podem produzir no fígado", já que os suplementos podem confundir-se com medicamentos, embora se autorizem como suplementos. Já existem "mais de sete publicações médicas que falam da toxicidade destes suplementos, sem contar com o subnotificação (casos de hepatite não diagnosticados)", advertiu. Da mesma maneira em que o fazem os medicamentos nas bulas, onde esclarecem contra-indicações, "assim deveria ser feito pela empresa multinacional", opinou o gastroenterologo. Em coincidência, muitas publicações científicas (como por exemplo, as que reportaram as investigações de médicos israelenses, avalizados pelo Ministério de Saúde de seu país) fazem explícito um chamado a uma "mudança da regulação concernente aos suplementos nutricionais que explicitem os efeitos adversos". Tal como passa com os medicamentos, o paracetamol também pode produzir danos hepáticos e no prospecto se lê que, entre as reações adversas, "o efeito mais grave pela overdose é uma necrose hepática". O mesmo ocorre com certos antiinflamatórios como o diclofenax. Tanno disse que se um paciente lhe perguntar se pode tomar Herbalife não pode lhe dizer que não. "Mas lhes advirto que se perceberem algum sintoma estranho consultem porque existe a possibilidade de que gere efeitos tóxicos", esclareceu. CAUSA DANOS EM ALGUNS CONSUMIDORESHerbalife é um suplemento dietético que se oferece como um alimento. O estudo de Alain Schoepfer publicado na revista Journal of Hepatology (2007) assinala que os produtos desta marca "estão realizados com plantas e ervas enriquecidas com nutrientes, azeite, minerais e vitaminas. Geralmente, o número exato de produtos, assim como sua composição, é desconhecido. Por isso é difícil especificar qual delas são as que provocam toxicidade ao fígado". Na mesma linha, o chefe da cadeira do Gastroenterologia do Hospital Centenário, Hugo Tanno, assinalou que "há compostos que têm certas ervas que podem ser tóxicas. Não se trata da erva em si, mas sim da união de produtos dessa erva com determinadas proteínas do organismo". E, até o momento, é no fígado onde mais se vêem os efeitos tóxicos do Herbalife. Na próxima semana em um congresso latino-americano de fígado, Tanno comentará os avanços da hepatite nos últimos 20 anos. Justamente abundará sobre o consumo de suplementos e medicamentos homeopáticos, que também produzem conseqüências negativas no organismo.

Tradução:
Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

Novas evidências sobre a cura da hepatite C

Durante 5 anos um total de 150 pacientes com resposta virológica sustentada (curados) após tratamento da hepatite C foram acompanhados neste estudo. Para ser incluído no estudo era necessário que antes do tratamento a biopsia mostrasse uma fibrose F2 ou superior.

Os resultados mostram de forma irrefutável que eliminando o vírus os benefícios para os pacientes são impressionantes. Em cinco anos após o tratamento 82% dos pacientes conseguiram redução no grau de fibrose, 92% diminuíram os níveis de inflamação e 20% recuperaram totalmente (ou quase) o fígado com resultados na biopsia realizada cinco após o tratamento de um grau de fibrose F0 ou F1.

Dois pacientes com cirrose antes do tratamento desenvolveram câncer no fígado e um deles morreu. Todos os outros pacientes com fibrose avançada ou cirrose antes do tratamento apresentaram melhora no dano existente no fígado ao se realizar a segunda biopsia. Nenhum dos 150 pacientes apresentou recidiva do vírus durante os 5 anos do estudo.

Concluem os autores que embora os benefícios da resposta sustentada (cura da hepatite C) em curto prazo eram conhecidos, poucos estudos tinham acompanhado esses pacientes por longos períodos, tal qual o presente estudo, o qual demonstra a importância da realização do tratamento para prevenir graves problemas no futuro.


MEU COMENTÁRIO:

Os dados falam por si mesmo dispensando qualquer comentário em relação aos benefícios conseguidos pelos 60% que conseguem curar a hepatite C com os tratamentos atualmente disponíveis.

Para aqueles que desafortunadamente não conseguem sucesso resta à esperança de podermos dispor de novos medicamentos em curto prazo, conforme mostram com muita esperança os inibidores de proteases, os novos interferons e até medicamentos já existentes, como a Nitazoxanide.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Clinical, virologic, histologic, and biochemical outcomes after successful HCV therapy: A 5-year follow-up of 150 patients - "No patient had conclusive evidence of virologic relapse" Hepatology March 2009 - This work was presented in part at the 13th International Conference on Hepatitis C and Related Flaviviviruses, August 2006, Cairns, Australia, and at the annual meeting of the American Association for the Study of Liver Diseases, October 2006, Boston, MA.
Sarah L. George , Bruce R. Bacon, Elizabeth M. Brunt, Kusal L. Mihindukulasuriya, Joyce Hoffmann, Adrian M. Di Bisceglie - Saint Louis University Liver Center and the Division of Gastroenterology, Department of Internal Medicine, Saint Louis University, St. Louis, Division of Hepatology, Department of Internal Medicine, Saint Louis University, St. Louis, Division of Infectious Diseases, Department of Internal Medicine, Saint Louis University, St. Louis, Department of Pathology and Immunology, Washington University School of Medicine, St. Louis, Research Service, St. Louis Veterans Affairs Medical Center, St. Louis.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

terça-feira, 17 de março de 2009

Terapia hiperbárica - Um alerta!

O artigo a seguir foi publicado no "The New York Times" e reproduzido em jornais do todo o mundo. A terapia hiperbárica, onde o paciente fica numa câmera de pressão recebendo oxigênio e "vendida" como uma solução para dezenas de doenças, mas tal qual como a ozonoterapia, a auto-hemoterapia, a urinoterapia e tantas outras técnicas alternativas desse tipo de nada servem para o tratamento das hepatites B ou C. Podem ser úteis em outras doenças, mas quando falam que curam a hepatite estão se referindo a hepatite A, uma doença benigna que cura sem necessidade de tratamento, motivo pelo qual qualquer tratamento pode ser considerado como milagroso, pois se o paciente simplesmente repousa estará curando sem nenhum tratamento. A hepatite A e ideal para quem quer vender um tratamento, pois sempre vai demonstrar a cura do paciente, enganando os incautos que sofrem das hepatites B ou C. Mais uma vez serve como alerta, pois pacientes ansiosos, deprimidos, não respondedores, etc., podem ser presas fáceis de aproveitadores. O único efeito dessas terapias e ficar sem dinheiro na conta do banco. As melhores terapias alternativas são o pensamento positivo, a fé em qualquer religião, manter o peso ideal, praticar exercícios físicos aeróbicos, uma alimentação saudável, a psicologia, o compartilhar experiências em grupos de apoio e, até com cuidados e consulta médica algumas vitaminas ou chá de ervas em quantidade moderadas.
Oxigênio para a cura de doençasTerapia, existente há 300 anos, pode salvar vidas, segundo estudos clínicos e laboratoriaisJane E. Brody - THE NEW YORK TIMESA terapia de oxigênio hiperbárico foi, durante muito tempo, considerada "um tratamento sem alvo". Nos últimos anos, contudo, estudos clínicos e laboratoriais encontraram mais de uma dezena de doenças sérias para as quais é considerado uma solução valiosa e que, às vezes, salva vidas. Apesar de a administração de oxigênio puro numa câmara de alta pressão existir como terapia há mais de 300 anos, só agora está começando a atingir seu potencial, de acordo com reportagem publicada numa edição de novembro no jornal Emergency Medicine. Ao mesmo tempo, a terapia de oxigênio hiperbárico engrossou a lista de remédios não comprovados para muitas doenças, especialmente as incuráveis como paralisia cerebral e autismo. O uso da terapia nessas situações caracteriza charlatanismo que explora pacientes e pais totalmente desesperados. Uma família que conheço gastou US$ 40 mil numa tentativa fútil de reverter a paralisia cerebral do filho; outra gastou mais do que isso e até comprou uma unidade hiperbárica para casa para tratar o autismo do filho. Fator credibilidade A Sociedade Médica Hiperbárica, organização profissional da área, reconhece 13 doenças que justificam a indicação de pacientes para câmaras de alta pressão que forçam a entrada de oxigênio puro no sangue e nos tecidos. Onze dessas doenças foram aprovadas pelo seguro saúde Medicare para reembolso, indicando que evidência consolidada sustenta o uso de oxigênio hiperbárico. A lista inclui doença da descompressão, fasciite necrosante (infecção bacteriana destrutiva), intoxicação por monóxido de carbono, gangrena gasosa (complicação de apendicite aguda), osteomielite (infecção óssea), feridas que não curam e problemas nos ossos e tecidos causados pela radiação. Não há na lista, contudo, paralisia cerebral, autismo, esclerose múltipla, derrame, degeneração macular, lesão na medula espinhal, lesões decorrentes do esporte, ataque cardíaco, síndrome pós-pólio, doença de Lyme, enxaqueca, cirrose, miastenia grave, fibromialgia ou síndrome de fadiga crônica - entre dezenas de doenças que clínicas independentes afirmam tratar com oxigênio hiperbárico. DivergênciasAinda há afirmações de celebridades como Michael Jackson, que recorreu ao tratamento na esperança de mantê-lo vivo até os 150 anos, e Keanu Reeves, que o usou para tentar curar insônia. - Credibilidade é um problema enorme - observa Richard E. Clarke, diretor de uma fundação de pesquisa que patrocina estudos relevantes cientificamente. - Estamos todos no mesmo barco. Apesar de a terapia de oxigênio hiperbárico ter sido anunciada como benéfica para várias outras doenças, infelizmente, não existe evidência clínica, de acordo com Clarke. - É uma terapia relativamente cara e que consome tempo, e faz sentido perguntar se é eficiente e se os benefícios são duradouros. Mesmo para as doenças aprovadas pela Medicare, as evidências são contraditórias. - Uma crítica persistente da medicina hiperbárica fala da falta de estudos em larga escala, em vários centros para várias das primeiras indicações - destacam Chris Maples e Moss Mendelson da Escola Médica de Virginia em Norfolk, na reportagem da publicação Emergency Medicine. Os médicos dizem que os dados estão conflitantes, particularmente quanto a intoxicação por monóxido de carbono, lesões e infecções de tecidos. - Algumas tentativas demonstraram trazer benefícios ao passo que outras não - concluem os dois especialistas. Além de benefícios, método traz alguns riscosUm dos problemas que travam o caminho de bons estudos é a dificuldade de prescrever aleatoriamente aos pacientes o tratamento e controlar grupos de um jeito que não percebam que estão num grupo, explica Charles S. Graffeo, especialista em medicina hiperbárica na Escola Médica de Virginia. Outro problema é achar pacientes suficientes com as mesmas doenças, o que é fundamental para reunir dados estatisticamente relevantes. Graffeo diz que há boa base teórica e evidência promissora de que a terapia de oxigênio hiperbárico possa ajudar a tratar coágulos na retina, ulceração causada pelo frio, mordidas de aranha e queimaduras. - Mas não há estudos científicos suficientes - conta. - Conduzir exames clínicos controlados com oxigênio hiperbárico é um pouco mais desafiador do que testar drogas.O médico pediu aos pacientes que evitem centros hiperbáricos independentes de propriedade de apenas um médico ou um pequeno grupo que não são associados a um grande hospital ou faculdade de medicina. Sobre as promessas feitas por essas clínicas, ele é taxativo: - Nenhuma organização legítima aprovaria tratamento de paralisia cerebral com terapia de oxigênio hiperbárico. Não vi nada que fosse muito promissor para sustentar esse uso. Se eu tivesse um filho com paralisia cerebral, eu nem cogitaria o tratamento. Além disso, a terapia não está totalmente livre de riscos, apesar de a maior parte deles ser branda e pequena, e não houve nenhuma fatalidade documentada em mais de 75 anos de uso na América do Norte. Os riscos incluem dor no ouvido, hipoglicemia, miopia que podem durar semanas, e ataques de ansiedade resultantes de confinamento na câmara. A terapia é perigosa para alguns pacientes, incluindo aqueles com um pneumotórax (acúmulo anormal de ar entre o pulmão e uma membrana) e os que fazem quimioterapia com cisplatinum ou adriamicina. A terapia também pode prejudicar grávidas e pessoas com asma ou câncer, entre outras. Sucesso O oxigênio hiperbárico pode salvar a vida de pacientes com doença da descompressão, como mergulhadores que subiram a superfície muito rapidamente. Para os que sofrem de grave intoxicação por monóxido de carbono, o estudo mais rigoroso até agora descobriu que três tratamentos hiperbáricos diminuíram danos cognitivos. Traumas como ferimentos por conta de colisões e queimaduras que impedem que os tecidos tenham oxigênio adequado também se beneficiam da terapia de oxigênio, assim como infecções que põe a vida em risco como a fasciite necrosante, se a doença for tratada em estágio inicial, segundo especialistas de Virginia. A terapia foi, segundo Graffeo, útil no tratamento de ulcerações nos pés de diabéticos e infecções ósseas, e em pacientes cujos tecidos foram danificados pela radioterapia. O oxigênio hiperbárico promove a liberação do hormônio do crescimento e ajuda a formar vasos sanguíneos em tecidos irradiados, revela.


Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

quarta-feira, 4 de março de 2009

O beneficio do café nas doenças do fígado

Ainda faltam pesquisas conclusivas para permitir recomendações concretas, mas até o momento existem mais constatações a favor que contrarias em relação ao consumo de café nas doenças que atacam o fígado.Já em 1990 pesquisadores do Programa Kaiser dos Estados Unidos publicaram um estudo realizado em 128.934 pacientes com funções hepáticas altamente comprometidas ou já com cirroses, os quais foram acompanhados por durante sete anos. O consumo do café foi associado a menores internações hospitalares ou a mortes devido à cirrose causada pelo álcool. Entre os que se encontravam com elevado dano hepático foi observado que aqueles que bebiam até quatro cafés por dia apresentavam um risco 20% menor de desenvolver cirrose daqueles que não bebiam café. Na época deste estudo nada foi falado sobre a hepatite C, pois a mesma somente foi descoberta ao final da pesquisa.Em 2005 foi publicado um estudo realizado com 110.000 pacientes divididos em três grupos. O grupo que bebia uma ou mais xícaras de café por dia apresentou a metade de possibilidades de desenvolver câncer no fígado que o encontrado entre não bebedores. Vários outros estudos sobre as diversas doenças que atacam o fígado confirmam a suspeita dos benefícios que algum componente do café pode ter sobre a célula hepática, componente este desconhecido, mas que já se descarta ser a cafeína. Não todos podem beber café, pois existem indivíduos com intolerância a bebida, assim como o seu consumo deve ser moderado nunca ultrapassando três ou quatro xícaras por dia, quando então o efeito pode ser contraproducente. Com os estudos já publicados os indivíduos com doenças que atacam o fígado não devem ser desestimulados a beber moderadamente café, ainda mais quando para alguns o ato se transforma num prazer.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

Estado emocional interfere em órgãos

Pesquisas confirmam que o estado psicológico interfere no funcionamento do corpo. Pessoas que apresentam problemas freqüentes de saúde costumam sofrer mais de estresse, depressão e ansiedade, segundo a psicóloga hospitalar Mayla Cosmo. Nesse estado, o indivíduo tornase suscetível a doenças físicas. Da mesma forma, estas afetam o estado psicológico. - Doença é uma forma de o paciente expressar um sofrimento psíquico. O corpo é a via de escape para a sobrecarga psíquica. Estresse, depressão e ansiedade podem agravar o quadro clínico - diz Mayla, da Clínica São Vicente e coordenadora da Inner Psicologia.A depressão atinge em cheio o sistema imunológico, deixando a pessoa sem suas defesas naturais. A ansiedade é outro fator importante no aparecimento de doenças ou no agravamento de sintomas. Uma vez doente, o indivíduo precisa adaptar-se à situação (uso de medicamentos, procedimentos invasivos, cirurgias e internação) e isto gera um desequilíbrio em sua vida. Além disso, ela passa a depender da equipe de saúde e, algumas vezes, não tem como controlar a situação. Também o estresse crônico, está intimamente ligado a doenças. Diante de um estímulo estressor, o organismo começa a liberar o hormônio cortisol, que vai minando o funcionamento de vários órgãos: - É preciso ressaltar que há outros fatores envolvidos nas doenças, como a genética, a alimentação, o uso de álcool, outras drogas e sedentarismo -. Algumas pessoas, como a senadora Roseana Sarney e o vicepresidente José Alencar, dizem que "não se entregam" e enfrentam seus problemas de saúde com coragem. Segundo Mayla, esta atitude positiva faz diferença na recuperação: - Sem dúvida o paciente mais otimista, com a atitude positiva tende a se recuperar melhor e rapidamente, porque ele coopera com a equipe de saúde e aceita mais facilmente os procedimentos e eventuais problemas. São muitos os fatores que levam uma pessoa a lidar melhor com problemas graves de saúde, afirma Mayla. A estrutura emocional prévia do paciente, sua idade e o momento da vida em que a doença apareceu. E ainda o tipo de problema de saúde e o tratamento aplicado; as sequelas; a relação médico-paciente; o apoio da família e de sua rede social, além dos recursos financeiros. Ter objetivos de vida e planos para o futuro ajudam no enfrentamento de doenças graves, observa a psicóloga.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

Publicados novos resultados com a Nitazoxanide (Annita - Alinia)

Recebemos um release da Romark Laboratories, fabricante da Nitazoxanide, conhecida comercialmente como Annita ou Alínea, divulgando a publicação na revista cientifica "Gastroenterology" sobre uma pesquisa utilizando o medicamento em combinação com o interferon peguilado alfa 2-a e ribavirina em pacientes infectados com o genótipo 4 da hepatite C.O estudo, randomizado e controlado tinha como objetivo avaliar a segurança e eficácia da Nitazoxanide em pacientes infectados com hepatite C quando empregada junto ao interferon, com ou sem utilização da ribavirina. Participaram do estudo 97 pacientes infectados com o genótipo 4 da hepatite C, em dois hospitais do Egito, pacientes nunca antes tratados com qualquer medicamento.Os pacientes foram divididos em três grupos. GRUPO 1 - Este grupo com 40 pacientes foi tratado com interferon peguilado (PEGASYS) 180 mcg/semana e ribavirina com dosagem entre 1.000 e 1.200 mg/dia durante 48 semanas. GRUPO 2 - Um total de 28 pacientes, tratados com Nitazoxanide 500 mg duas vezes por dia em monoterapia por 12 semanas seguido de Nitazoxanide acrescido de PEGASYS por mais 36 semanas, completando um total de 48 semanas. GRUPO 3 - Incluindo 28 pacientes, tratados com Nitazoxanide 500 mg duas vezes por dia em monoterapia por 12 semanas seguido de Nitazoxanide acrescido de PEGASYS e ribavirina por mais 36 semanas, completando um total de 48 semanas. O objetivo principal do estudo era observar a resposta sustentada, considerada a cura da hepatite C, após 24 semanas do final do tratamento, a qual foi medida mediante exames com sensibilidade de 12 UI/ml. Como objetivos secundários foram relatados a resposta virologica rápida na semana 4 do tratamento, a resposta virologica na semana 12, e a resposta ao final do tratamento na semana 48. A resposta sustentada foi obtida por 50% dos pacientes do Grupo 1; por 61% dos pacientes do Grupo 2 e, por 79% dos pacientes do Grupo 3. A resposta sustentada conseguida nos grupos 2 e 3 confirmam estudos anteriores sobre a potencialização do efeito do interferon na resposta terapêutica. Os efeitos adversos foram semelhantes nos diversos grupos, se observando maior anemia nos pacientes que receberam a ribavirina. MEU COMENTÁRIO:A Nitazoxanide, uma droga anti-parasitaria e bastante utilizada no mundo inteiro para o tratamento de infecções causadas por Cryptosporidium e Giárdia. Atualmente está sendo estudada como mais uma alternativa no tratamento da hepatite C, para ser utilizada conjuntamente com o interferon, com ou sem ribavirina. Os primeiros estudos foram realizados com o genótipo 4, comum no Egito, mas já se encontra em andamento nos Estados Unidos um estudo em fase 2 com pacientes infectados com o genótipo 1. Também vejo muito importante ressaltar que a utilização do interferon durante o tratamento quando combinado com a Nitazoxanide foi de somente 36 semanas. Isso propicia uma diminuição de 25% na despesa com o medicamento e um período menor de efeitos colaterais para o paciente. Vamos aguardar ansiosamente os resultados da fase 2 na pesquisa que está sendo realizada nos Estados Unidos com pacientes infectados com o genótipo 1 e, se confirmados os resultados apresentados no genótipo 4 estaremos diante de uma revolução no tratamento da hepatite C.

Carlos Varaldo - Grupo Otimismo