quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Novo teste para hepatite C

Um novo teste de biologia molecular para diagnosticar a hepatite C com a mesma sensibilidade dos kits comerciais, mas com um custo infinitamente menor poderá estar disponível proximamente.O teste foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Bonn (Alemanha) em conjunto com o Bernhard-Nocht Institute for Tropical Medicine, de Hamburgo e pesquisadores do Brasil, Cingapura, África do Sul e Inglaterra.Os bancos de sangue dos países com menores recursos ainda não empregam os testes de PCR ou NAT devido ao elevado custo, continuando a empregar as testes de detectam os anticorpos (ANTI-HCV), tal qual acontece no Brasil. O teste ANTI-HCV possui uma janela imunológica grande, conseguindo detectar a hepatite C se ela aconteceu no mínimo 120 ou 150 dias antes da realização do teste, já os testes do tipo PCR ou NAT detectam a infecção após 22 dias de provável infecção, diferença fundamental para uma maior segurança no sangue que será utilizado em transfusões de sangue.O novo teste custará 19 dólares, sendo 10 dólares para pagar patentes a empresas farmacêuticas que possuem a patente dos kits comerciais que empregam a mesma tecnologia e 9 dólares o custo de produção. O custo atual de um teste comercial supera os 100 dólares.O novo teste e ainda superior aos kits comerciais conseguindo ao realizar o sequenciamento detectar todos os genótipos existentes na hepatite C. Atualmente se algum turista se infectar em outro país com um genótipo não existente no seu pais, poderá ao realizar um teste no seu país não ser diagnosticado. O novo teste soluciona esse problema ao detectar todos os genótipos existentes.O novo teste não somente detecta a doença como também realiza a carga viral, assim poderá ser utilizado para acompanhar o tratamento, diminuindo o custo do mesmo. A produção será realizada em laboratórios oficiais já que não existe patente para o teste.O artigo completo e encontrado (em inglês) em http://medicine.plosjournals.org/perlserv/?request=get-document&doi=10.1371%2Fjournal.pmed.1000031 Germany

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

É possível parar o tratamento da hepatite B em algum momento?

Atualmente o tratamento da hepatite B possui um arsenal de diversas drogas antivirais de uso oral o que facilita a escolha para cada caso específico e, ainda, permite substituir o medicamento nos casos de resistência antiviral. Mas o grande desafio enfrentado pelos pacientes que conseguem tornar o vírus indetectável e saber com certeza em que momento pode ser interrompido o tratamento.O "Journal of Hepatology" publica um estudo realizado em Israel, no Hadassah-Hebrew University Hospital, com o qual se tentou avaliar a sustentabilidade da resposta terapêutica do Entecavir, comparando com a Lamivudina.Foram incluídos 500 pacientes com hepatite B antígeno "e" negativo, tratados por 48 semanas com Entecavir ou Lamivudina, sendo que 458 conseguiram resposta completa, considerada como a normalização das transaminases e uma carga viral abaixo de 300 copias/ml. Desses, 54 pacientes conseguiram a redução da carga viral, mas a transaminase permaneceu acima de 1,25% acima do nível máximo, continuando então o tratamento por até 96 semanas. Entre os pacientes que obtiveram resposta completa foi observado que após 24 semanas da interrupção do tratamento, 97% dos pacientes que utilizaram Entecavir e 95% dos tratados com Lamivudina tinham recaído, isto é, o vírus se encontrava com mais de 300 copias/ml. Entre os pacientes tratados por 96 semanas o índice de recaída após 24 semanas da interrupção do tratamento foi de 65% no grupo de Entecavir e de 57% no grupo com Lamivudine. Concluem os autores que ainda não e possível se determinar quando o tratamento deve ser interrompido, porém eles adicionaram que a maioria dos tratados com Entecavir por mais de 1 ano conseguem manter por mais tempo a resposta virológica e melhores resultados nos exames bioquímicos.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:Journal of Hepatology 50(2): 289-295. February 2009. - D Shouval, CL Lai, TT Chang, and other. Relapse of hepatitis B in HBeAg-negative chronic hepatitis B patients who discontinued successful entecavir treatment: The case for continuous antiviral therapy.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

Hepatite C, Diabete e consumo de refrigerantes "diet"

A revista "Diabetes Care" publica um estudo comprovando que os refrigerantes "diet" se bebidos diariamente aumentam significativamente o risco de desenvolver a diabetes do tipo 2 (diabete do adulto) ao predispor o organismo para o distúrbio metabólico. O estudo não pesquisou especificamente os infectados pela hepatite C, mas faço o alerta devido ao fato já conhecido que indivíduos com hepatite C possuem um maior risco de apresentar o distúrbio metabólico e, em conseqüência, os refrigerantes "diet" podem vir a ser um fator a mais no aparecimento do sintoma. O alerta realizado na Universidade de Ciências da Saúde do Texas, Estados Unidos, e resultado do estudo de coorte longitudinal "Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA)" que demonstra a associação entre o consumo de refrigerantes "diet" e o risco adicional do aparecimento da diabetes tipo 2 entre os consumidores. O estudo realizado entre os anos 2000 e 2007 avaliava o nível de glicose em jejum, considerando a diabete tipo 2 quando encontrado acima de 126 mg/dl.Comparando os participantes que bebiam diariamente refrigerantes "diet" com aqueles que não faziam uso, o risco de desenvolver diabete tipo 2 foi 67% superior entre os que bebiam refrigerantes "diet". O resultado era independente de outros fatores, como a circunferência da cintura, peso, idade, etc.. O resultado confirma dados relatados em um estudo anterior, o "ARIC - Atherosclerosis Risk in Communities" Concluem os autores que o consumo diário de refrigerantes "diet" pode levar a alterações metabólicas e o aparecimento da diabete tipo 2. MEU COMENTÁRIO:Semana passada o "ovo", sempre declarado como o inimigo número 1 do colesterol foi absolvido da acusação e, agora os refrigerantes"diet" sempre vendidos como mais saudáveis que os que contem açúcar demonstram ser perigosos em relação ao aparecimento do diabetes.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:Diabetes Care. Published online January 16, 2009.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Boca seca na Hepatite C e durante o tratamento

Indivíduos infectados com a hepatite C podem apresentar baixa salivação e, durante o tratamento com interferon peguilado o sintoma pode ser aumentado, pois o interferon desidrata o organismo resultado em incômodos sintomas como pele ressecada, os olhos vermelhos por falta de lagrimas, nas mulheres dificuldades no ato sexual por baixa lubrificação na vagina e pouca salivação, o que provoca diversos transtornos na boca, gengiva e dentes.

A saliva atua de forma anti-séptica evitando dessa forma a formação de bactérias ou fungos na boca. A diminuição da saliva pode provocar o aparecimento de aftas, gengivas inflamadas e sangrando, caries nos dentes, inflamação da garganta (com a sensação de entalo) e inclusive problemas na digestão, por ser a saliva fundamental no processo digestivo dos alimentos no estomago.

O tratamento da boca seca, conhecida na medicina como "Xerostomía" objetiva melhorar a quantidade de saliva e prevenir as conseqüências que ela ocasiona. A boca seca é uma situação comum em pessoas submetidas a algumas cirurgias e a aqueles que recebem radioterapia para tratar de tumores glandulares na cabeça ou pescoço.

O tratamento e simples, incluindo medidas de higiene bucal e cuidados na alimentação por parte do paciente. Deve ser evitada a ingestão de bebidas alcoólicas e o cigarro, pois são fatores que contribuem para ocasionar a boca seca. A mastigação e muito importante, pois provoca a saliva, assim, pacientes que apresentam boca seca devem mastigar mais vezes o alimento antes de ser engolido.

Existem medicamentos que estimulam a produção de saliva (consulte seu médico para saber se você não apresenta alguma contra-indicação) e, ainda, saliva artificial.

Para estimular a produção de saliva podem ser mastigados balas e chicletes (com ou sem açúcar) em especial os de menta e gengibre. Mastigar chicletes sem açúcar pode ser uma excelente alternativa para aumentar a salivação. Balas ou bebidas cítricas devem ser evitadas já que quando existe pouca saliva o pH se acidifica e a saliva não consegue preservar o esmalte dos dentes, resultando no surgimentos de caries.

A velha, tradicional, barata e abundante água e fundamental, pois ao hidratar o organismo estaremos conseguindo maior salivação. Não existindo contra-indicações deve se beber mais de 3 litros por dia, em pequenos intervalos.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Hepatites em São Gonçalo - Situação

Segundo um estudo realizado em São Paulo, dez por cento das manicures tem hepatite do tipo b ou c. Também chamadas de assassinas silenciosas, as hepatites virais do tipo b ou c por serem assintomáticas evoluem de forma silenciosa para uma cirrose ou cancer de fígado. Cerca de 30 mil habitantes de São Gonçalo estão contaminados, pouco mais de dois mil tratados e cerca de vinte cinco mil não sabem que tem o problema. Infelizmente os governos parecem não querer acordar. Temos duas médicas em São Gonçalo, Dra Josiane no PAM ALCANTARA e Dra Rosalia no HOSPITAL LUIZ PALMIER, porém só as duas não são suficientes para dar conta. Para piorar mais ainda a situação a Dra Eliane Bordalo, chefe da Hepatologia do Hospital Universitário Antonio Pedro (Niterói)alega não ter condições de fazer biopsias hepáticas nos pacientes de São Gonçalo. O municipio alem de não ajudar na compra das agulhas para o procedimento, mantém apenas uma médica ajudando no setor de Hepatologia; a Dra Josiane do PAM ALCANTARA. É necessário que o secretário municipal de saúde Dr Marcio Panisset, cumpra a lei de nº 049/2005 aprovada pela Prefeita que preve a criação no muncipio de Centros de Referencia para tratamento e um um Programa Municipal de Hepatites Virais. Foi publicada uma matéria no Jornal o São Gonçalo hoje falando da via crucis do portador de hepatites. Estaremos sempre presente nos jornais, rádios e etc.. denunciando o problema ou aplaudindo a Secretaria Municipal de Saúde quando for o caso, porém neste momento não podemos aplaudir nada, apenas protestar pela falta de empenho do atual governo em resolver a situação.

Reuniões e telefone de contato

Nossas reuniões são sempre no primeiro sábado de cada mês as 10:00 horas no Clube Tamoio. Não é necessário passar pela roleta, basta entrar no clube dobrar a esquerda, passar pelo aquario da Santa e subir as escadas, na sala do Jurair (Vice-Presidente e diretor de Esportes). Nosso telefone de contato é 8635-0325. sg_amarantes@yahoo.com.br

Entrada franca e gratuita.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009


Transplante de fígado com doador vivo

Poderá ser realizado através da doação em vida de parte do órgão: (metade direita - cerca de 50 a 60%) para um também adulto com grupo sanguíneo compatível.
O transplante de fígado com doador vivo é um recurso que pode potencialmente salvar a vida de pacientes que têm pouca chance de sobreviver em razão da crítica carência de doadores cadáveres. Esta modalidade de transplante tem sido utilizada com sucesso em vários centros do mundo.
No transplante intervivos, parte do fígado de um doador vivo e sadio é retirada para implantação no paciente. O doador de parte do fígado é usualmente selecionado entre parentes próximos e pessoas relacionadas.
Em uma primeira etapa, o potencial doador é submetido a avaliações clínicas iniciais para verificar a possibilidade de doação.
O transplante hepático é a única possibilidade de cura completa e reabilitação para doentes com afecções do tipo da que acomete os receptores. Os resultados de sobrevida e qualidade de vida após o transplante são, em geral, excelentes. Entretanto, o transplante é um procedimento cirúrgico complexo, implicando riscos, inclusive com a possibilidade de óbito.
Assim, apesar dos excelentes resultados, complicações ocorrem freqüentemente no período pós-operatório, algumas com mais gravidade, outras sem maiores repercussões sobre o paciente. Podem ocorrer hemorragias, infecções, hipertensão arterial, perfurações intestinais, insuficiência renal, tromboses arterial e venosa, vazamentos biliares, estreitamento dos canais biliares, derrame cerebral, não funcionamento imediato do fígado implantado e episódios de rejeição.
A maioria das complicações ocorre nas primeiras semanas após o transplante. Em algumas situações (menos de 10 a 15%), há necessidade de retransplante. As principais causas de retransplante são: não funcionamento primário do fígado transplantado, tromboses vasculares e rejeição intratável pelas medidas convencionais.
O paciente (receptor) permanece internado por cerca de 2 semanas após a realização de transplante. Entretanto esse período pode ser prolongado em virtude de complicações no pós-operatório.
Apesar da magnitude do procedimento e da possibilidade de complicações, o período pós-operatório não é acompanhado de dor intensa ou de desconfortos exagerados. Em certas situações, principalmente quando há aparecimento de complicações, o paciente poderá receber analgésicos e sedativos, para controlar a dor ou aliviar algum desconforto. Os médicos e enfermeiras responsáveis pelos cuidados diretos do paciente estarão atentos para este fato.
Benefícios e vantagens do transplante intervivosQuando se realiza um transplante com doador vivo, obtém-se um índice de sobrevida semelhante ao obtido quando se utiliza um enxerto hepático proveniente de doador cadáver. Existem algumas vantagens do transplante com doador vivo:
A cirurgia é planejada, isto é, não é realizada em situações de urgência;
É possível realizar o transplante antes que haja uma deterioração significativa da condição clínica do paciente;
A incidência de não funcionamento imediato do enxerto é menor quando o órgão é proveniente de doador vivo.
A parte do fígado que é colocada no paciente apresenta extraordinária capacidade de crescer, isto é, adquire volume e peso adequados ao tamanho e às necessidades do receptor. O enxerto rapidamente cresce, adquirindo tamanho semelhante a um fígado inteiro.
Possibilidade de outras formas de tratamentoAlém do transplante, não há qualquer outra forma de tratamento eficiente disponível que possa tratar a doença do receptor.
Avaliação pré-operatória do candidato a doadorSomente pessoas absolutamente sadias poderão submeter-se a cirurgia de doação de parte do fígado para transplante.
As avaliações para a cirurgia são realizadas em diferentes fases:
consulta médica e exames de sangue, avaliação cardiológica, prova de função pulmonar, psiquiátrica, psicológica, imunohematológica e vacinação da hepatite B, ressonância magnética, angiorressonância, colangiorressonância (exames radiológicos), e biópsia do fígado (se necessário).
A solicitação dos exames será feita de forma seqüencial (em fases), reservando-se para o fim, os exames mais complexos e não desprovidos de risco. Caso qualquer anormalidade seja detectada, o candidato será comunicado e orientado a procurar um serviço médico apropriado.
Considerando que os exames das fases 3 e 4 podem causar desconforto e até algumas complicações, esses exames somente serão realizados após avaliação médica de todos os exames solicitados anteriormente.
O objetivo dessa avaliação é verificar se o candidato a doação de parte do fígado não apresenta qualquer condição médica que aumente o risco de complicações durante e após a cirurgia. Além disso, esta avaliação permite a análise das características anatômicas que podem facilitar ou inviabilizar o transplante.
A ressonância magnética, angiorressonância e colangiorressonância são exames que reproduzem imagens de toda a anatomia humana da região do abdome. É totalmente indolor, porém é um pouco demorado.Cirurgia do doador vivoA cirurgia de retirada do enxerto é uma cirurgia de grande porte. A experiência acumulada com a cirurgia do fígado e o desenvolvimento tecnológico da medicina permitiram diminuir ao máximo o risco de tal procedimento. Entretanto, apesar de uma avaliação médica pré-operatória rigorosa, não é possível afastar a possibilidade de complicações ou mesmo a ocorrência de óbitos relacionados a este procedimento. O risco de complicações associadas à cirurgia de retirada de parte do fígado é pequeno.
Estas complicações são, geralmente, de pequena repercussão clínica e determinam seqüelas infrequentemente. O risco estimado de óbito é menor que 0,5%.
A cirurgia para retirada do lobo direito do fígado é denominada hepatectomia direita. O fígado apresenta intensa capacidade regenerativa e já após 4 a 8 semanas terá readquirido seu tamanho original. Antes que isso aconteça, o fígado remanescente é absolutamente capaz de desempenhar as funções hepáticas necessárias a uma vida normal.
A hepatectomia pode acompanhar-se de perdas sangüíneas. Geralmente essas perdas são pequenas, não havendo necessidade de transfusões. Como medida de segurança, o próprio sangue do doador será coletado algumas semanas antes da cirurgia, de forma a permitir, se necessário, que o doador seja auto-transfundido durante a cirurgia. Em situações especiais, pode haver necessidade de transfusão com sangue proveniente do banco de sangue.
A retirada de parte do fígado é realizado sob anestesia geral. Após a anestesia, são colocados cateteres numa artéria do punho e outros (um ou dois) numa veia do pescoço ou da região abaixo da clavícula. Estes procedimentos permitem adequado controle durante toda a operação e administração de líquidos e medicamentos. A cirurgia demora em torno de 8 horas. A cirurgia consiste em uma incisão abdominal abaixo das costelas, a retirada de parte do lobo esquerdo do fígado, a retirada da vesícula biliar, a drenagem da cavidade abdominal (esta, realizada esporadicamente) e o fechamento da parede. Os drenos, se utilizados, são retirados poucos dias após a cirurgia.
Os riscos que o doador vivo corre ao submeter-se à cirurgia de doação de parte de seu fígado são motivos de preocupação e reflexão por parte de todos os envolvidos.
Ainda que incomuns, as principais complicações associadas a este tipo de procedimento são a infecção na incisão cirúrgica e o vazamento de bile na superfície de corte do fígado. Esta última pode determinar o desenvolvimento de complicações infecciosas dentro da cavidade abdominal. Dependendo do tipo e da magnitude da complicação, podem ser necessários outros procedimentos médicos ou cirúrgicos, incluindo re-operações, para tratá-los adequadamente. Este fato é extremamente incomum.
O desconforto e a dor pós-operatória podem ser minimizados através de vários recursos terapêuticos disponíveis. O doador permanece cerca de 24 horas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, a seguir, é encaminhado ao quarto permanecendo internado geralmente por aproximadamente 4 dias.
Enquanto o intestino não estiver funcionando adequadamente, uma sonda será mantida no estômago para evitar vômitos. Normalmente, após 12 a 24 horas, já é possível iniciar a alimentação por via oral. No dia seguinte à cirurgia, o doador será capaz de andar. No período pós-operatório, o doador será submetido a avaliações laboratoriais e radiológicas ou de acordo com necessidades particulares. Após a alta hospitalar, o doador será acompanhado pelos médicos do grupo de transplante, devendo retornar regularmente ao setor de ambulatório para avaliações médicas de rotina.
Este documento procurou fazê-lo compreender adequadamente as possíveis vantagens para o receptor do transplante intervivos e os riscos associados aos métodos de avaliação do candidato à cirurgia de doação de parte do fígado, assim como os riscos associados ao procedimento cirúrgico propriamente dito.
É importante salientar que durante sua avaliação como potencial doador, independente da fase que você se encontre, fica a critério da equipe médica sua exclusão como doador.
Termos Necessários na Avaliação Do Doador e Receptor Relacionados para Transplante Intervivos Termos de consentimento doador Termo de consentimento do receptor Declaração de parentesco Documentos comprobatórios de parentesco Coleta de sangue do doador – bolsa autóloga Coleta de sangue do receptor – pesquisa de anticorpos irregulares
Termos Necessários na Avaliação Do Doador e Receptor Não Relacionados para Transplante Intervivos Termos de consentimento doador Termo de consentimento do receptor Autorização judicial para autorização da cirurgia Coleta de sangue do doador – bolsa autóloga Coleta de sangue do receptor – pesquisa de anticorpos irregulares

Fonte: www.unidadedefigado.org.br

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Remédio é justiça

Sem política pública definida para o acesso da população a medicamentos excepcionais, Governo e sociedade acabam pagando a conta dos abusos

  • Por Inês Martins

De um lado o paciente, que precisa de um remédio que o Sistema Único de Saúde (SUS) não oferece. De outro o Governo, oscilando entre a recusa em bancar os medicamentos de última geração e a obrigação de cumprir ordens judiciais. E no meio a Justiça, acionada pelo cidadão quando depende de um medicamento que pode significar, no mínimo, novas esperanças para seu tratamento e sua vida. Numa queda de braço em que não há vencedores, perdem todos ? o cidadão, os governos e a própria Justiça, acusada pelo Ministro da Saúde (repercutido pela imprensa) de fazer o papel do médico. E sobra chumbo para ONGs da área de saúde, acusadas por autoridades ligadas ao Ministério da Saúde e pela imprensa de ajudar os laboratórios a venderem medicamentos. O cenário atual permite que os governos posem de justiceiros ao desqualificar as demandas dos pacientes e que gatunos se beneficiem da falta de sistematização ao promoverem ações articuladas exclusivamente para beneficiar grupos de criminosos. Foi o caso do dermatologista Paulo César Ramos em Marília, São Paulo, que supostamente liderava uma quadrilha acusada de utilizar atestados falsos para conseguir liminares que obrigam o Estado a fornecer medicamentos de alto custo a pacientes e falsos pacientes para combater psoríase. Todos tinham ligação com a ONG Associação dos Portadores de Vitiligo e Psoríase do Estado de São Paulo. O prejuízo estimado é de R$ 63 milhões, uma fortuna se comparado aos R$ 400 milhões gastos pelo Estado de São Paulo com medicamentos excepcionais. O promotor Reynaldo Mapelli Junior, que coordena a área de Saúde Pública do Centro de Apoio Operacional Civil e de Tutela Coletiva do Ministério Público paulista afirma que a "judicialização" (termo utilizado correntemente para designar as ações na Justiça para a obtenção de medicamentos), embora mais freqüente nos últimos cinco anos, é normal num estado democrático de direito. E que as denúncias não têm nada a ver com o direito do paciente constitucionalmente garantido. "Não podemos confundir o direito do paciente em ser atendido integralmente com esses eventuais abusos", diz ele. Os gastos do Governo Federal com fornecimento de medicamentos via judicial aumentou em 1.820% (quase 20 vezes) entre 2005 e 2008. No primeiro semestre deste ano estima-se que foram gastos R$ 48 milhões com esse tipo de despesa (em 2005 foram R$ 2,5 milhões). No estado de São Paulo foram gastos R$ 400 milhões em 2007 ? e desde 2002, 25 mil ações foram ajuizadas. Em 2003, na Bahia, seis ações foram ganhas contra o estado para fornecimento de remédios. E em 2007 esse número subiu para 112. Enquanto isso a lista de medicamentos continua lá, desatualizada, sem critérios objetivos de atualização ? o que gera enorme custo ao gestor SUS, obrigado a comprar o medicamento indicado nas liminares a custos não-negociados com os laboratórios. De acordo com Mapelli Junior, o grande problema é a dificuldade de incluir os medicamentos mais avançados na lista do SUS ou de fazer com que os protocolos clínicos acompanhem a evolução da tecnologia voltada para a sobrevida dos pacientes de doenças crônicas. Políticas de saúdeO tema foi amplamente debatido durante o 4° Encontro Nacional do Ministério Público em Defesa da Saúde, há cerca de dois meses, em Fortaleza (CE), e apesar de existir um consenso de que é preciso ter cautela na hora de adicionar os medicamentos na lista ? "já que os interesses econômicos são muitos" ?, a questão é delicada e deve incluir também a definição de políticas de saúde pública. Para a advogada especializada em direito sanitário e professora da USP, Suely Gandolfi Dallari, não existe problema ético em introduzir os medicamentos através das decisões judiciais. Por outro lado, Suely afirma que é incômodo o fato de o direito no século XXI ainda ser visto apenas como o direito que decorre da lei, quando deveria ir muito mais longe, acompanhando as resoluções e portarias das políticas públicas e a participação popular prevista na Constituição. A estrutura do SUS, de acordo com a advogada, deixa evidente a falta de empenho de todos os envolvidos no processo. Ela se diz decepcionada "com o Governo, que não consegue se planejar administrativamente para realizar uma gestão competente, com os atores do cenário jurídico que não aprenderam ainda a trabalhar nesse novo panorama e com as ONGs que se dedicam a contratar advogados para os casos individuais em vez de lutar por uma defesa coletiva e fazer valer as políticas públicas". Conflito de interesses "O debate sobre a judicialização deve envolver o Ministério da Saúde, as secretarias afins e toda a sociedade civil", afirma José Marcos de Oliveira, do Conselho Nacional de Saúde. Órgão representante da sociedade civil junto ao Ministério da Saúde, o CSN possui 21 comissões e sua missão é avaliar a política da saúde, propor novas ações e fiscalizar a administração do dinheiro público. Oliveira admite que o Conselho ainda não conseguiu uma pauta única para promover essa discussão e diz que o cenário, além de não estar claro, ainda é prejudicado quando estouram escândalos. "Não se deve generalizar essa discussão em torno das ONGs", afirma Mário Scheffer, um dos fundadores da ONG Pela Vida, criada para combater a AIDS, há 20 anos. Ele lembra que as ações judiciais serviram para acelerar a incorporação dos medicamentos essenciais na luta contra a doença e que o movimento hoje reúne mais de 400 ONGs no país. MEU COMENTÁRIO:Uma ONG informar ao paciente que existem medicamentos que podem possibilitar a cura e salvar sua vida não pode ser acusada de conflito de interesses por gestores da saúde pública. A ONG simplesmente ensina ao paciente os caminhos da cidadania, seus direitos como cidadão. Deveria o gestor público evitar que as pessoas sejam prejudicadas, em alguns casos até condenadas a morte ao não se oferecer o medicamento mais adequado para tratar a doença. Não se faz saúde pública tentando desmerecer o trabalho voluntário das ONGs, as chamando de vendedoras de medicamentos.

Carlos VaraldoGrupo Otimismo

Na hepatite C: O que significa um resultado negativo na Carga Viral, mas positivo no PCR QUALITATIVO?

Uma situação a cada dia mais comum e encontrar indivíduos que após o tratamento apresentam de forma continua, por muitos meses e até anos, resultados de PCR QUANTITATIVO (Carga Viral) negativos, mas ao realizar o PCR QUALITATIVO o resultado e positivo, indicando a presença do vírus. Esses pacientes podem ser considerados curados? Porque acontece essa situação? Por enquanto não existe uma resposta consensual e muitas são as controversas explicações daquilo que pode estar acontecendo. Devemos então considerar que a maioria dos testes PCR QUANTITATIVOS (Carga Viral) utilizados atualmente possuem uma sensibilidade de 600 UI/ml, isto é, somente conseguem algum resultado se são encontrados mais de 600 unidades internacionais de partículas virais por mililitro de sangue. Não encontrando isso o resultado será negativo (indetectável). Já os testes PCR QUALITATIVOS possuem maior sensibilidade, alguns chegam a detectar somente 5 UI/ml e outros 50 UI/ml. O teste qualitativo não faz a contagem do vírus, ele somente detecta sua presença e se o mesmo se encontra acima da sensibilidade do teste, dando então um resultado positivo. Se abaixo da sensibilidade o resultado e negativo (indetectável). Vemos então que a principio poderíamos deduzir que os indivíduos que obtém um PCR QUANTITATIVO NEGATIVO e um PCR QUALITATIVO POSITIVO são pacientes que continuam com o vírus circulando no organismo em quantidade entre 5 e 600 UI/ml, pacientes então com baixa carga viral, mas não curados da hepatite C. Mas é conhecido que o vírus da hepatite C se reproduz muito rapidamente depois de retirada a medicação, motivo pelo qual deve se esperar seis meses depois de finalizado o tratamento para verificar se algum vírus residual não recidiva, quando então terá voltado a carga viral inicial, de antes do tratamento. Assim como e conhecido que o interferon provoca uma queda brusca da carga viral nas primeiras sete horas após a aplicação e acontece uma recidiva do vírus no período seguinte até a próxima aplicação, diversas pesquisas realizadas com os inibidores de proteases demonstram que após uma semana de retirada do medicamento a carga viral volta aos níveis anteriores. São fatos comprovados cientificamente demonstrando que o vírus da hepatite C se reproduz rapidamente no organismo, alcançando rapidamente níveis elevados, facilmente detectados pelo PCR QUANTITATIVO (Carga Viral). Devemos então ser prudentes na interpretação de um PCR QUANTITATIVO NEGATIVO e um PCR QUALITATIVO POSITIVO. O recomendado será repetir os exames a cada seis meses, dando dessa forma tempo para que caso exista realmente o vírus indicado pelo PCR QUALITATIVO POSITIVO ele se reproduza e passe a ser detectado pelo PCR QUANTITATIVO (Carga Viral). Não acontecendo isso alguns pesquisadores acreditam que nesses casos o resultado positivo do PCR QUALITATIVO possa ser um falso positivo, isso devido a que pela alta sensibilidade do teste o resultado possa ser alterado por outras condições do individuo ou até pelos anticorpos da hepatite C. Por enquanto não existe uma certeza, mas pessoalmente acredito que estejam certos aqueles que acreditam se tratar de resultados falsos positivos do PCR Qualitativo. Carlos VaraldoGrupo Otimismo

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Fumar maconha diariamente é fator de risco na hepatite C

A Maconha (Cannabis sativa - marihuana) quando utilizada diariamente e
um fator de risco para os infectados com a hepatite C.

Estudo realizado no departamento de hepatologia do Hospital Henri Mondor, em Paris, pela equipe do Dr. C. Hezode que foi publicado em junho de 2005 no Journal of Hepatolgy (PMID: 15892090 - PubMed) mostra que os portadores de hepatite C deveriam evitar o consumo regular da erva, já que se comprovou uma aceleração significativa na velocidade de progressão da fibroses nestes pacientes.

O estudo, realizado com 270 pacientes, que nunca foram tratados para a hepatite C, com provável data de infecção conhecida, foram submetidos à realização de biópsias. Todos os dados demográficos, epidemiológicos, metabólicos e virológicos eram registrados e ainda foi realizado um criterioso estudo histórico de cada paciente em relação a consumo de álcool, cigarro e maconha, objetivando entender o efeito destes na progressão da doença.

A biópsia foi realizada se usando a escala Metavir , se observando o grau de fibrose, atividade e de esteatose. 52,2% dos pacientes não faziam uso da maconha, 14,8% eram usuários ocasionais e 33% deles usuários diários da erva, passando então a se avaliar a relação entre o consumo da maconha e a progressão da fibrose.

Seis fatores em relação à velocidade de progressão da cirrose foram observados porque estes ficaram acima da média do grupo. Foi utilizado o chamado Fator de Progressão da Fibrose (FPR em inglês) o qual é calculado em função do grau de fibrose observado na biópsia e o tempo de infecção. Aassim, ao se encontrar valores mais baixos o resultado mostra uma aceleração maior da progressão da fibrose.

Um resultado de FPR menor indica uma progressão mais acelerada da fibrose. Assim foi observado que o uso de maconha é o terceiro fator em acelerar a progressão da fibrose entre os seis mais importantes, somente ficando atrás do consumo de bebidas alcoólicas e da esteatose.

Ainda foi observada que o percentual de pacientes com fibroses F3 era
muito superior entre aqueles que utilizavam diariamente a maconha,
independente do grau de atividade encontrada nestes pacientes.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo




Portal da Hepatite

Biópsia Hepática

O que é ?
Uma amostra de tecido hepático pode ser obtida através de uma punção biópsia com agulha (inserção de uma agulha através da pele até o órgão) com paciente anestesiado (anestesia local ou sob sedação).
Como o dano hepático pode acontecer até mesmo em casos assintomáticos (nenhum sintoma), é importante executar a biópsia e determinar se há inflamação, especialmente antes de iniciar o tratamento com medicamentos específicos.
O exame anátomo-patológico irá definir o dano hepático pelo vírus ou outras causas.
Serão utilizados critérios internacionais para graduar a fibrose no fígado. Quanto maior a fibrose maior a agressão do órgão.
A biopsia confirma o diagnostico assim como determina o volume de danos causados no órgão. É também utilizada apos transplantes para determinar a causa de exames elevados e determinar se existe rejeição do órgão transplantado ou recidiva de vírus.

Exames Diagnósticos necessários pré - biópsia hepática

Laboratoriais: hemograma, plaquetas, tempo de protombina, glicemia, sódio, potássio, uréia, creatinina eletroforese de proteínas, perfil bioquímico hepático, perfil lipídico. Sorologias para vírus das hepatites. PCR qualitativo e/ou quantitativo, genotipagem para vírus hepatite C.

Radiológicos, som e imagem: Ultrassom de abdome superior ou tomografia de abdome.

Endoscópicos: (em casos de doença = cirrose).
Endoscopia digestiva alta para diagnóstico de varizes esofágicas denotando hipertensão portal e orientando encaminhamento a outro grupo que acompanhe pacientes com necessidade de tratamento cirúrgico.

Indicações para biópsia hepática percutânea

1. Diagnóstico anátomo-patológico para estadiamento METAVIR, pré-tratamento em hepatopatias virais crônicas.

2. Após tratamento, repetir biópsia hepática a cada cinco anos, (seguimento e estadiamento de fibrose = cirrose). Consensos atuais.

Técnicas

1- Punção com agulha de Tru Cut:
É o método mais comum, retira-se uma amostra do tecido através de uma agulha que é inserida por uma fração de segundo, na área determinada.

Realizada em ambiente hospitalar ou ambulatorial, é necessário observação e repouso pós-punção por três a seis horas, e caso não haja complicações, o paciente é liberado para casa.

O médico determina a melhor posição, profundidade e localização da punção, através de exame físico ou ultra-sonografia.

A pele e a região sob a pele serão anestesiadas, uma agulha penetrara rapidamente na área determinada.A dor pode ocorrer em alguns casos, principalmente dor referida no local da punção e também no ombro direito.


2- Punção com agulha de Tru Cut guiada por Ultrassom ou Tomografia:

Realiza-se a punção com agulha de Tru Cut guiada por algum método de imagem. É ideal em casos de tumores onde a localização da lesão é importante.

3- Outros métodos:

Outros procedimentos utilizados, porem não muito comuns, são: laparoscopia, o transjugular e a biopsia cirúrgica.

Riscos

O risco mais comum é o sangramento através do local onde a agulha foi inserida no fígado (risco inferior a 1% dos pacientes). Outra complicação possível seria o punção de outros órgãos como o rim, o pulmão ou o intestino.

O paciente deve observar os seguintes sinais: suor frio, palidez, tontura, tremores, desmaios. Se apresentar qualquer um desses sinais deve se deitar sobre o local da punção e pedir para alguém entrar em contato com o médico que realizou o exame.

O risco de morte por biopsia de fígado é extremamente baixo, entre 0.1 e 0.01%.

Repetição do procedimento

Sempre necessário antes do inicio do tratamento para avaliar as alterações causadas pelo fator agressor ao fígado.

Em doenças onde ocorre piora dos exames, mudança de medicação, etc.

Em pós-operatório de transplantes para avaliar rejeições do órgão, recidiva de vírus, etc.

Fonte:
1-Practice guidelines for liver biopsy.
Canadian Association of Gastroenterology. Can J Gastroenterol. 2000
Jun;14(6):481-2.