quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

HEPATITE C - ASSASSINO SILENCIOSO?

Um novo vírus, o da hepatite C, descoberto dez anos após o vírus da Aids, contaminou entre 170 e 200 milhões de pessoas no mundo. Estes dados, da Organização Mundial da Saúde, mostram o impressionante tamanho da epidemia de hepatite C, cinco vezes maior que o da Aids. O número de contaminados é tão alarmante que a maioria dos governos prefere censurar qualquer informação, devido aos altos custos que seriam necessários no tratamento dos portadores. Médicos da OMS denunciam que muitos países preferem não detectar os portadores, para não ter que gastar dinheiro com o tratamento.
No Brasil, o Ministério da Saúde admite que 2,6% da população podem estar contaminados, mas a OMS estima que o número verdadeiro poderia ser maior, podendo chegar a oito milhões de brasileiros. Curiosamente, nestes 13 anos de conhecimento da doença, nenhum alerta à população ou sequer à classe médica foi feito pelo ministério.
O modelo estratégico da avestruz, ignorando o problema, não vai evitar a perda da saúde nestes infectados. Se nada for feito de imediato, mais de um milhão de brasileiros poderão desenvolver cirrose ou câncer no fígado nos próximos 15 anos. O custo social, com perda da capacidade de trabalho, aposentadorias, tratamento da cirrose e prováveis transplantes de fígado, será com certeza infinitamente superior ao que seria gasto com detecção e tratamento dos infectados. Hoje, dos milhões de prováveis infectados, cerca de sete mil estão em tratamento, número pífio, sendo que 97% dos infectados ainda não foram detectados. Continuando com o atual esquema governamental de detecção e tratamento, precisaríamos mais de 600 anos para tratar os atuais contaminados.

É necessário acordar para o problema, pois uma vez detectados os portadores, com os tratamentos disponíveis atualmente, pelo menos 600 mil vidas seriam salvas de evoluir para a falência hepática, conseqüentemente a morte. É urgente montar campanhas de esclarecimento e principalmente de detecção, equipar laboratórios e hospitais e treinar profissionais de saúde. Desde fevereiro existe um Programa Nacional de Hepatites, mas sem dotação orçamentária própria para enfrentar o desafio.
Recentemente, em reportagem no GLOBO, o coordenador do programa de hepatites virais reconheceu publicamente, pela primeira vez, a gravidade da epidemia, concordando com todas as recomendações e alertas das ONGs que defendem os portadores de hepatite C. Provavelmente é uma resposta ao anúncio estrelado por Cissa Guimarães, que desde setembro o Grupo Otimismo veicula de forma institucional em vários canais de televisão - o primeiro anúncio do mundo realizado por uma ONG para divulgar a hepatite C.
Curiosamente, são raros os novos contaminados, pois a maioria das formas de transmissão já está controlada, o que faz com que as ações a serem tomadas imediatamente não sejam de prevenção, e sim de detecção e tratamento. A hepatite C é transmitida pelo sangue; não há comprovação de contaminação por fluidos corporais, como saliva, suor, lágrimas, sêmen ou leite materno (a mãe contaminada pode amamentar). Abraços, beijos ou compartilhar pratos, copos, talheres ou roupas não contaminam. A contaminação sexual é possível, porém muito rara. Entre as maiores fontes de contaminação do passado temos as transfusões sanguíneas, possibilidade hoje descartada pelos testes de sangue nos hemocentros. O compartilhamento de seringas e agulhas de injeção também é coisa do passado. Aquela velha pistola de vacinação, que passava de braço em braço, com a mesma agulha, também teve seu uso descontinuado. Atualmente, os fatores de risco continuam sendo o uso de drogas, injetáveis ou aspiradas, que representam dois terços das novas infecções, e acidentes com instrumentos perfuro-cortantes, inclusive com instrumentos de manicura. O portador de hepatite C leva uma vida totalmente normal, pois a doença não apresenta riscos de contaminação na vida social, na família, ou no trabalho.
A hepatite C é totalmente diferente dos tipos A ou B nas suas formas de contaminação. Pode ser comparada a uma bomba viral preste a explodir. São necessários recursos para enfrentar o desafio, caso contrário, nos próximos 15 anos, haverá um verdadeiro genocídio, culpa da cegueira e surdez de quem deveria tomar imediatas providências. A hepatite C pode ser um assassino silencioso, mas os governantes não podem ser surdos a ponto de ignorar o problema.

(*) - CARLOS VARALDO é presidente do Grupo Otimismo de Apoio a Portadores de Hepatite C.



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Last updated 30.10.2006

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Hepatites e Hepatite B

O que é hepatite?O vírus da hepatite B pode, em algumas pessoas, não ser eliminado do organismo através dos anticorpos. Com isto, a doença se torna crônica e pode trazer consequências sérias ao fígado, como por exemplo, cirrose, câncer ou insuficiência hepática. Na maioria das vezes, estas complicações se desenvolvem de forma silenciosa e por isto é importante fazer um exame específico para detectar o vírus e fazer os acompanhamentos e tratamentos necessários indicado pelo médico .A hepatite é uma doença inflamatória do fígado, que pode ser causada por vírus diferentes, incluindo A, B, C, D, E e G. Alguns desses vírus podem nunca provocar sintomas, mas especificamente as hepatites A e B já demonstram sintomas, e as hepatites B e C têm grande propensão de causarem problemas de saúde a longo prazo. Os vírus da hepatite são invasores minúsculos que entram nas células, interferem nas atividades normais e forçam as células a produzirem mais vírus. Quando ele atua, pode matar muitos hepatócitos (células do fígado).Mesmo contando com programas de vacinação para alguns tipos, as hepatites virais continuam ameaçando a saúde de milhões de pessoas em todo o mundo. Hepatite BO vírus da hepatite B (VHB) é um dos microorganismos produtores de doença mais comuns no mundo. Cerca de 400 milhões de pessoas estão cronicamente infectadas pelo vírus da Hepatite B, que é 100 vezes mais infeccioso que o vírus da Imonudeficiência Humana (HIV). A disseminação do vírus ocorre através do sangue e de outros líquidos orgânicos. Apesar de ser pequeno e ter aparência frágil, o VHB pode sobreviver até 7 dias fora do corpo humano. O fígadoO fígado é o segundo maior órgão do seu corpo, pesa aproximadamente 1,36kg em adultos e é constituído por milhões de células hepáticas, os hepatócitos. Todas substâncias que são absorvidas pelo intestino e que seguem para corrente sanguínea, passam pelo fígado. Por isso, é um órgão muito importante e tem várias funções como: secreta bile, ajuda digerir e absorver nutrientes dos alimentos; fabrica colesterol, enzimas e demais substâncias para processar alimentos; forma proteínas plasmáticas, essenciais para coagulação do sangue; remove resíduos e toxinas do sangue; armazena vitaminas e sais minerais; protege o organismo de infecções; e, transforma os medicamentos para o melhor aproveitamento do organismo. Lesões no fígado podem ser causadas por substâncias como álcool, ou por infecções como hepatite, que ocasionam à destruição de hepatócitos, levando o indivíduo a uma cirrose, e nos casos mais graves de uma hepatite B ou C até mesmo à predisposição de um câncer. Transmissão e prevençãoA transmissão pode ocorrer das seguintes formas: Transmissão vertical:• Crianças contaminadas durante a gestação ou parto ou amamentaçãoTransmissão Horizontal:• Contato com pessoas cronicamente infectadas pelo vírus • Pacientes submetidos à hemodiálise• Profissionais de saúde• Parceiros sexuais portadores de VHB• Usuários de drogas injetáveis que compartilham agulhas contaminadas• Pessoas com muitos parceiros sexuais• Famílias adotivas de crianças nascidas em áreas endêmicasDevido à natureza extremamente infecciosa do VHB, é importante adotar as precauções adequadas para evitar sua disseminação. Está disponível uma vacina para proteger aqueles que apresentam risco de infecção. Pessoas até 18 anos de idade devem ser vacinadas, bem como todos os adultos de alto risco. E ainda, pessoas não vacinadas expostas ao VHB podem receber imunoglobina para hepatite B (HBIG), no combate ao vírus, quando houver suspeita de contaminação.Para evitar a transmissão, você deve praticar sexo seguro, utilizar materiais descartáveis e usuários de drogas injetáveis não devem compartilhar seringas. E ainda, não deve partilhar ítens domésticos como: escovas de dente, barbeadores, agulhas, etc. SintomasDepois que o vírus ganha acesso à corrente sangüínea, ele migra para o fígado, onde se reproduz e multiplica. A reposta à infecção depende da idade de seu portador. Crianças têm menor probabilidade de demonstrar sintomas que os adultos. Embora não apresentem sintomas, as crianças são vulneráveis ao desenvolvimento de complicações. No caso de adultos infectados, cerca de 40% não apresentam sinais ou sintomas e quando apresentam, são confundidos com os da gripe. Os sintomas mais comuns são: febre, perda de apetite, cansaço, fadiga, náuseas, dores musculares e icterícia (pele e/ou olhos amarelados). Pacientes com hepatite crônica não adequadamente tratados, também podem evoluir para uma falência do fígado e precisar de transplante.TratamentoO tratamento da hepatite B evoluiu muito desde que o vírus foi identificado em 1960. Nas duas últimas décadas, várias pesquisas foram realizadas para auxiliar os médicos com ferramentas significativas para abordarem o crescente número de infectados. A primeira droga que revelou eficácia no tratamento da hepatite B foi o Interferon. O Interferon é uma versão sintetizada de uma substância química que ocorre naturalmente no corpo humano e combate à infecção. A substância deve ser injetada no organismo durante vários meses, matando células infectadas e reforçando o sistema imunológico, mas estão associadas a efeitos colaterais como sintomas gripais, insônia, febre, depressão e outros. A eficácia das injeções é de aproximadamente 50%. No entanto, o portador do vírus o mantém suprimido depois da interrupção do tratamento. Uma outra opção são os Análogos de Nucleosídeos, que são medicamentos orais que se incorporam ao DNA do vírus prejudicando a capacidade deste se replicar e infectar mais células hepáticas. Esses agentes se revelaram através do uso por portadores do HIV, e se mostraram também eficazes no combate a hepatite B. Os objetivos do tratamento são: a soroconversão, o desenvolvimento do anticorpo para o vírus da hepatite, e a redução da quantidade de vírus a tal ponto que não possa ser detectado usando testes de triagem amplamente disponíveis. Depois, as enzimas hepáticas se normalizam e a inflamação do fígado diminui. Fique saudávelPara indivíduos com hepatite crônica pelo vírus B, um estilo de vida saudável, sono adequado e nutrição apropriada também são importantes. Além disso, deve-se evitar o consumo de álcool e sempre consultar o seu médico antes de tomar qualquer medicamento, sob prescrição ou de venda livre. Pessoas mais próximas, membros da família podem realizar exames e tomar vacinas como formas de prevenção contra a infecção. É muito importante que você busque mais informações sobre a doença, assim pode assumir maior responsabilidade pela sua saúde. Aprendendo sobre a hepatite, remove-se o mistério em torno do vírus e diminui o medo associado a doença crônica.

Indicadores Bioquímicos de Infecção pelo Vírus da Hepatite C

Na hepatite C crônica, há um aumento da ALT e da AST, que varia de 0 a 20 vezes, o mais comum sendo menos do que 5 vezes mais alto que o limite considerado normal.

Os níveis de ALT estarão normalmente mais altos do que os de AST, mas este quadro pode ser revertido, caso ocorra em pacientes com cirrose.

A Fosfatase Alcalina e os níveis de Gama Glutamil Transferase são, na maioria das vezes, normais.Se estiverem elevados, pode ser indício de cirrose ou outras alteraçoes metabólicas e/ou biliares.

Fator reumatóide e baixa de plaquetas e glóbulos brancos podem indicar presença de cirrose ou doença avançada.

Níveis de Albumina e tempo de Protrombina são normais, exceto se houver fibrose acentuada.

Níveis de Ferro e Ferritina podem estar ligeiramente alterados.

© 2007 Dra. Eloiza Quintela.
Produzido por Augusto Fabricio

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

COMO EVITAR A CIRROSE E SUAS COMPLICAÇÕES

Evitar o excessivo consumo de bebidas alcoólicas,
vacinar-se contra a hepatite B.
Quanto à hepatite C, atenção às pessoas que receberam transfusão sanguínea.
Outros grupos de maior risco são os toxicodependentes (Deve promover-se a não partilha de seringas ou outro material utilizado no consumo de drogas, bem como ouso do preservativo).
Sobre o fígado:
O fígado é o maior órgão do corpo humano e pesa cerca
de 1,5 Kg. Localiza-se na porção superior do abdome,
à direita, debaixo das costelas. O fígado normal é liso e
mole. Funciona como uma fábrica que produz e
armazena produtos químicos.
Tem múltiplas funções:
• Produção de proteínas, bile e fatores
fundamentais na coagulação do sangue.
• Armazenamento de energia importante para os
músculos.
• Regulação de muitos hormônios e vitaminas.
• Eliminação de medicamentos e toxinas incluindo
o álcool.
• Mantém a concentração de açúcar no sangue
dentro dos valores normais.
• Filtra o sangue proveniente do estômago e
intestinos.
• Tem papel fundamental na defesa do organismo
contra as infecções.

O que é a cirrose hepática?

Cirrose hepática é o termo utilizado quando as células
do fígado morrem e são substituídas por tecido fibroso,
semelhante a cicatrizes. A estrutura fica alterada,
formando-se os chamados nódulos de regeneração
resultando na perturbação da circulação do sangue
através do fígado. A substituição do fígado por este tipo
de tecido leva à perturbação do desempenho das suas
funções: a sua consistência fica muito dura e a
superfície irregular e nodular.
O que causa cirrose?
A cirrose é causada por múltiplas situações:
• Ingestão excessiva de bebidas alcoólicas
• Hepatites provocadas por vírus, as hepatites C e B.

• Excesso de gordura no fígado (a chamada esteato
hepatite não-alcoólica, associada principalmente
à obesidade e diabetes).

• Doenças mais raras (cirrose biliar primária,
hepatite auto-imune, hemocromatose, etc).

Como identificar as causas da cirrose?
De vários modos: pode existir um passado de ingestão de
álcool em excesso ou seja mais de duas ou três doses no
homem e mais de uma a duas na mulher por dia, de acordo com
o peso, por um período superior a 5 anos. Para este efeito
considera-se que, um copo de vinho, uma cerveja, um
uísque, um copo de vinho do Porto contêm
idêntica quantidade de álcool.

Nas hepatites B e C o diagnóstico de certeza é efetuado
através de testes sanguineos: têm que ser pedidos os
“marcadores” das hepatites. Pode ser necessário recorrer
à biopsia hepática, isto é, colher um fragmento do fígado
através de uma agulha apropriada e analisá-lo ao
microscópio.
As bebidas alcoólicas em excesso causam sempre cirrose?
Aproximadamente 10-15% dos etilistas excessivos desenvolvem cirrose hepática.
Isto depende de vários fatores: genéticos, quantidade
ingerida (quanto mais elevada a quantidade maior é o risco),
sexo (as mulheres, para a mesma quantidade, têm um risco
aumentado). A associação com o vírus da hepatite C, B ou da SIDA elevam o risco.
As hepatites causam sempre cirrose?
Só uma determinada percentagem dos infectados com as
hepatites virais evoluem com cirrose.
A hepatite A nunca provoca cirrose.
Dos que contraem hepatite B, 5% ficam com o vírus para sempre, dos quais 20% evoluem para cirrose a médio/longo prazo.
Naqueles com hepatite aguda C cerca de 80% permanecem para sempre com o vírus; destes 20% vêm a desenvolver cirrose.
Quais os sinais e sintomas de cirrose?
A maioria dos doentes com cirrose hepática não
apresenta sintomas. O aparecimento desta doença é
silencioso. Pode desenvolver-se durante muitos anos
sem que nada apareça. Em muitos casos o
médico suspeita da existência da cirrose através de
análises sanguíneas ou dos resultados do ultrasson
abdominal. Este período sem sintomas é a chamada
fase da cirrose hepática compensada.
À medida que a doença progride as alterações da
estrutura do fígado tornam-se mais intensas, podendo
aparecer as complicações.

Sintomas da cirrose:
emagrecimento,
cansaço,
olhos amarelos (icterícia),
acumulo de líquido no abdome (ascite),
vômitos com sangue(chamadas hematemeses, muitas vezes provocadas pela rotura de veias do esófago dilatadas, as chamadas
varizes esofágicas),
alterações mentais (encefalopatia hepática), diminuição da resistência às bactérias com infecções muito graves (septicemias, peritonites).
Uma das complicações mais temíveis da cirrose é o
câncer do fígado chamado carcinoma hepatocelular:
qualquer pessoa com cirrose tem um risco muito
aumentado de evoluir com este tipo de câncer.
A fase - de maior gravidade - em que surgem estas
complicações chama-se cirrose descompensada.
Qual o tratamento da cirrose?
Depende da causa e da fase da doença.
Considerando as três causas mais frequentes (álcool, hepatite C e B),
na fase compensada, deve ser abandonado o consumo
de álcool; para as hepatites existem medicamentos
que em muitos casos conseguem eliminar ou controlar
os vírus.
Na cirrose descompensada, o tratamento é variável
podendo constar de antibióticos, diuréticos (para
eliminar líquidos em excesso), endoscopia com
terapêutica para as varizes do esófago e tratamentos
para impedir o crescimento do carcinoma hepatocelular.
Em outros casos, poderá ser necessário o
transplante hepático, cuja taxa de sobrevida é
acima dos 85%.

Portal da Hepatite

ÁCOOL AGRAVA HEPATITE C

Portadores de hepatite C que consomem bebidas alcoólicas com frequência tendem a desenvolver maior atividade da doença. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da USP com 120 pessoas que se candidataram à doação de sangue e foram recusadas por portarem o vírus HCV. Verificou-se que as que não ingeriam álcool apresentavam a doença em menor grau.

Portal da Hepatite

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Aprovado o tratamento da hepatite C em crianças

O FDA, agencia de controle de medicamentos dos estados Unidos aprovou o tratamento da hepatite C em crianças e adolescentes com idades entre 3 e 17 anos com a utilização do interferon peguilado alfa 2-b (PegIntron) e ribavirina. A utilização do interferon peguilado nessa faixa etária resulta em um aumento considerável de resposta terapêutica e de conforto para os pacientes. Até o momento somente o interferon convencional era indicado, um medicamento ultrapassado, com baixa resposta terapêutica e pouco confortante para o paciente, pois são necessárias três aplicações por semana contra uma aplicação semanal no interferon peguilado. O estudo de efetividade e segurança foi realizado incluindo 107 crianças infectadas com o genótipo 1 da hepatite C tratadas durante 48 semanas com PegIntron e ribavirina, conseguindo a cura de 55% dos tratados. No grupo tratado com o interferon convencional somente 36% conseguiram a cura. Foi feita a recomendação para que o tratamento seja realizado por médicos especialistas, com controle permanente, pois devido ao pouco peso desse tipo de pacientes poderão ser necessárias adequações das dosagens durante o tratamento.

Carlos Varaldo/Grupo Otimismo

domingo, 11 de janeiro de 2009

Aprovado retratamento da hepatite c em 72 semanas

A comissão européia de medicamentos acaba de aprovar o retratamento da hepatite C por período de até 72 semanas utilizando o interferon peguilado "Pegasys".

A aprovação beneficia pacientes que não responderam a um tratamento prévio com interferon convencional ou com o peguilado, só ou associado à ribavirina.

Esta aprovação estabelece uma nova referência terapêutica para pacientes não respondedores infectados com o genótipo 1 do vírus, o mais difícil de tratar.

A comissão européia de medicamentos entende que o tratamento deve ser personalizado para cada paciente, assim dependendo do genótipo e do tratamento anterior autoriza um período de tratamento de 72 semanas para os pacientes infectados com o genótipo 1 não respondedores a um tratamento com o interferon peguilado alfa 2-b. Para todos os outros pacientes, infectados com qualquer genótipo, o período de retratamento deve ser de 48 semanas em todos os genótipos.

Nestes casos a comissão européia avalizou os resultados do estudo REPEAT, patrocinado pela ROCHE, pelo qual se demonstrou que os pacientes infectados com o genótipo 1 anteriormente tratados com interferon peguilado alfa 2-b não respondedores e que não retratamento se encontram indetectáveis na semana 12, têm 57% de possibilidades de conseguir a cura se o retratamento é realizado por 72 semanas, um resultado superior em 100% que com um retratamento de somente 48 semanas.

Neste grupo específico de pacientes o alto preditor da resposta na semana 12 deve considerar-se como um fator importante na hora de decidir sobre a necessidade de continuar por 72 semanas ou interromper a terapia caso o vírus se encontre presente. Significa que é possível saber na semana 12 se for provável conseguir a cura. Se positivo não é conveniente continuar.


MEU COMENTÁRIO:

Vemos como é importante a determinação da carga viral na semana 12 do retratamento de pacientes infectados com o genótipo 1, pois se positiva o indicado é interromper o tratamento e, se indetectável, a indicação será continuar até a semana 72. O PCR utilizado neste estudo tem a sensibilidade de 50 UI/ml.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A depressão causada pelo Interferon é reversivel

A depressão causada medicamento, mas regride após suspender o tratamento, indicam os resultados de um estudo publicado no American Journal of Gastroenterology. A existência de fatores prévios de depressão e biomarcadores potenciais de depressão, como os níveis de cortisol em sangue e o neurotransmisor chamado serotonina, estão diretamente associados com efeitos adversos neurológicos ou psiquiátricos que possam acontecer durante o tratamento. Estudos confirmam que no tratamento de 48 semanas até um 42% dos pacientes apresentam depressão como efeito colateral, prejudicando em muitos casos a resposta terapêutica devido à necessidade de reduções de dose ou pela simples interrupção da terapia. A pesquisa foi realizada em 201 infectados com hepatite C não respondedores a um tratamento prévio os quais receberam interferon peguilado e ribavirina. Os 74 que na semana 24 se encontravam indetectáveis continuaram o tratamento até a semana 48. Na semana 24, 23% dos pacientes apresentavam depressão, aumentando para 42% dos que continuaram a terapia até semana 48.Mas na semana 72 (24 semanas depois do final do tratamento) os índices de depressão apresentaram total regressão, igualando-se com os observados antes do início da terapia. Observam os autores que os níveis de cortisol antes do tratamento se mantiveram estáveis durante a terapia. Os níveis de serotonina diminuíram significativamente durante a terapia, mas não coincidindo com o desenvolvimento da depressão durante o tratamento. Concluem os autores que a depressão preexistente não se encontra associada com um maior risco de depressão induzida pelo tratamento e, que são necessários mais estudos em relação à serotonina para se encontrar marcadores que possam identificar precocemente os sinais de depressão causada pelo interferon. Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:American Journal of Gastroenterology - Volume 103 Issue 11 Page 2766 Date November 2008 - Changes in Mood States and Biomarkers During Peginterferon and Ribavirin Treatment of Chronic Hepatitis C - Robert J. Fontana, M.D., Ziad Kronfol, M.D., Karen L. Lindsay, M.D., Linas A. Bieliauskas, Ph.D., Latha Padmanabhan, M.S., Carla Back-Madruga, Ph.D., Anna S.F. Lok, M.D., Anne M. Stoddard, Sc.D., and the HALT-C Trial Group. Carlos VaraldoGrupo Otimismo